28 de Fevereiro - DOMINGO - Evangelho - Lc 13,1-9
Este Evangelho traz hoje uma realidade de nossa fé, que é escatológica. Esca… O quê? “Escatológica” significa a realidade dos fins dos tempos, da segunda vinda de Jesus, do julgamento final, da vida depois da morte e da ressurreição da carne.
A Escatologia pode
ser definida como um termo moderno que indica a parte da teologia que considera
as fases ‘finais’ ou ‘extremas’ da vida humana ou do mundo: morte, juízo
universal, pena ou castigo extraterrenos e fim do mundo. Os filósofos usam às
vezes esse termo para indicar a consideração dos estágios finais do mundo ou do
gênero humano (ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia, 1999).
Interpretando dois fatos de crônicas, Jesus
desenvolve outra das exigências da vida cristã na espera escatológica: fazer
penitência e emendar-se do mal feito, ou seja, um apelo à conversão. Lucas é o
evangelista que enfatiza o amor e a misericórdia de Deus. Jesus aparece várias
vezes exercendo o amor e a misericórdia neste Evangelho.
Nestes dois fatos Jesus lê os sinais dos tempos:
a morte pode chegar de improviso, assim também como a segunda vinda de Jesus –
disso Ele mesmo falou algumas vezes.
Esta “tensão” espiritual ocorre de maneira muito
positiva. Podemos comparar com a tensão necessária e indispensável que precisa
ter a corda de um violão, para que nenhuma nota comprometa toda a música ou
peça que precisa ser tocada. Essa é a tensão espiritual que precisamos viver em
nossa vida, sempre esperando o Senhor que vai chegar… Ou eu que posso ir ao
encontro do Senhor! Entendeu?
De igual modo, o chamado e o juízo de Deus podem
dar-se quando menos esperarmos. Daí a lição clara: converter-se e fazer
penitencia para não ser surpreendido por acontecimentos decisivos.
Também a parábola da figueira estéril é um
convite preciso a não viver uma existência vazia, porém, frutificar e
enriquecer-se para o dia chamado “do Senhor”. A paciência de Deus, que sabe
esperar que o homem se converta e frutifique, impele-nos a dar valor ao dom da
vida.
A realidade da morte – sempre possível – não é
um “espantalho”, mas o mais instante e seguro sinal dos tempos que cada homem
deve saber interpretar. Pensando na morte e nos preparando para ela (pois
acreditamos na vida eterna) encontramos forças para resistir ao mal e praticar
o bem.
E Jesus
contou esta parábola: “Certo homem tinha uma
figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou.
Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta
figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra? ’
Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em
volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então
tu a cortarás’” (cf.
Lc 13,6-9).
Eu e você somos esta figueira que Deus tem
plantado em meio a Sua grande vinha. Já pensou porque numa plantação de vinha
alguém teria uma única figueira? Será que esta figueira seria particular, dele,
para que ele desfrutasse dos figos desta figueira? Ou seja: os cristãos devem,
como escolhidos por Deus, ser santos, diferentes e exemplos no mundo, que é a
grande plantação de vinha.
Nós somos a
“figueira” que o Senhor escolheu para dar frutos a Ele. Lembre-se desta
Palavra: “Eu não rogo que os tires do
mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do
mundo. Consagra-os pela verdade: a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste
ao mundo, eu também os enviei ao mundo” (cf. Jo 17,15-18).
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