25/02/2016 -
5ª. Feira II semana da quaresma –
Jeremias 17, 5-10 – 5ª. Feira – Jeremias
17, 5-10 -
“ Bendito o homem que confia no Senhor”
“ Bendito o homem que confia no Senhor”
Cada um de
nós pode fazer uma avaliação se realmente, está confiando mais em Deus ou nos
homens, nos negócios, nas facilidades da vida. Precisamos, pois, consultar o nosso coração começando por
perceber o que pode nos afligir ou nos alegrar, o que nos eleva e o que nos
abate, fazendo um exame profundo em relação à qualidade da nossa vida.
Precisamos ter consciência do que é que tem motivado as nossas ações do dia a
dia, nossos pensamentos e maquinações com o intuito de averiguar se estamos
sendo, benditos ou malditos. Poderemos ser
“benditos”, quando confiamos
no Pai que nos criou e nos sustenta com a Sua graça em todos os dias da nossa vida
e não somente, nos momentos bons. Se o nosso coração estiver repleto de
esperança, de paz e alegria, mesmo quando passamos por momentos de tribulações;
também quando “enxergamos” no meio das
tempestades da nossa vida os sinais de Deus que nos acena com promessa de dias
melhores; quando estamos firmes e confiantes acolhendo as graças que nos vêm do
céu durante a oração, na adoração ao Senhor, na reflexão com a Sua Palavra; quando,
mesmo passando por provações conseguimos dar frutos que alimentam a outras
pessoas, por meio de um testemunho coerente com a fé, a esperança e a caridade,
e estamos vivendo sob as bênçãos de Deus.
Pelo contrário, somos “malditos
quando temos o nosso coração atribulado, cheio de dúvidas e buscamos refúgio
nas pessoas ou nos grandes aqui da terra
ou quando entendemos que somente o poder e o dinheiro poderão nos tirar das
situações de desespero, de desarmonia, quando demonstramos amargura e
descontentamento com tudo e com todos, quando murmuramos, praguejamos e
desejamos o mal ou temos sentimentos de vingança, quando estamos confiando e
esperando mais nos “homens” do que no Deus que nos dá tudo. Somos malditos porque estamos afastados do
Trono da graça, da Fonte do Amor e da Verdade. O nosso coração às vezes nos
engana, mas o Senhor que nos perscruta sabe quais os sentimentos que cultivamos
dentro de nós. Precisamos, pois, nos dirigir à Fonte do Amor de Deus que brota
lá dentro do nosso mais profundo interior e pedir ao Pai que nos abençoe com a
Sua graça a fim de que nos voltemos para Ele, onde se encontra a nascente da
vida e da santidade. Só assim, ao invés de sermos malditos podemos novamente
nos considerar benditos e ter uma vida completamente renovada. - Você
é “maldito” (a) ou “bendito” (a)? – Não olhe para as outras pessoas: perceba os
seus sentimentos. – Qual é a sua situação
- Você é como cardo no deserto ou como árvore plantada junto às águas? -
Nos seus empreendimentos e problemas em quem você confia mesmo? – Qual o
testemunho que você tem dado ao mundo? – As pessoas gostam de estar com você?
Salmo 1 – “É feliz quem a Deus se confia!”
O salmo é
uma confirmação da profecia de Jeremias. O salmista faz uma comparação entre as
pessoas que andam conforme os conselhos dos perversos, isto é, dos homens que
têm a mentalidade do mundo e as pessoas que meditam na lei de Deus em todos os
momentos da sua vida. Os que seguem a
teoria do mundo são como a palha seca que se espalha e é dispersa pelo tempo.
Porém, os que andam segundo a Lei do Senhor, prosperam e têm uma vida profícua,
portanto, são felizes.
Evangelho – Lucas 16,19-31 – “a existência do pobre é uma chance
que Deus dá ao rico”
O homem rico se refestelava na sua própria “felicidade”, tinha tudo
aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os
dias com festas esplêndidas. Mesmo sabendo da existência do homem pobre que
vivia caído à sua porta, esperando alguma coisa que ainda lhe sobrasse quando
“a festa” findasse, ele o ignorava. Por meio do Evangelho Jesus nos dá ciência dos
mistérios da nossa vida futura a partir da nossa vida aqui na terra. Por isso,
quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreendermos os Seus ensinamentos nós
também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu
aqui na terra. Usando o exemplo do rico
epulão (opulento) e do pobre Lázaro, Jesus nos revela segredos da realidade
mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso
porto final, o céu. Se formos prestar atenção ao quadro descrito no Evangelho,
chegaremos à conclusão de que hoje isto também acontece na nossa vida guardando
as devidas proporções e na medida da nossa realidade. Porém, o que mais precisamos
estar atentos (as) é à mensagem de Jesus pela qual percebemos que, assim como o
pobre morreu e “foi levado pelos anjos ao seio de Abraão”, que é o Céu, o rico
também morreu, mas, “foi enterrado”. Isto para nós faz uma diferença incrível,
pois nos leva a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao
depois do morrer. Se tivermos uma ideia da vida somente como uma experiência terrena, agindo e reagindo
conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do
mundo, com certeza, iremos também ser
“enterrados” (as). No entanto, se concebermos a ideia de que a nossa vivência
na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham ao Céu, porto seguro,
casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser
levado pelos anjos ao seio de Abraão. Contudo, isso não depende apenas do nosso
saber ou ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do
nosso participar, porque aqui na terra já começamos a construir esta via,
através dos nossos relacionamentos pessoais com TODOS e não somente com aquelas
pessoas que nos são as mais queridas, nem tampouco com os “ricos”, mas também
com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas
principalmente de vida digna e justiça. Jesus abriu para nós um cenário real, o
qual não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela. Para
onde iremos somente Deus o sabe, porém podemos ter uma ideia, dependendo do que
nós estivermos colocando em prática. O rico não foi enterrado porque era
abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas
circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram. Aqui na
terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”.
Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons
dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores seguindo os mandamentos
de Deus e crendo que Jesus é o Senhor da nossa vida e da nossa morte. Nós
sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto,
a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens
e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. Há, porém,
outra coisa importante que precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora! Não
podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”,
pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco poderemos
de lá, fazer com que aqueles que amamos e temos interesse por eles, possam
se redimir. Por isso, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!” E isto vale também para
nós HOJE, pois somos convocados a ser também, profetas, com palavras, atos e sem
omissão. – Quais os bens que você tem recebido na
vida? – Existe algum “pobre” à sua porta esperando migalhas? - O que você tem partilhado com os “pobres” que
se encontram à sua porta? - Como é a sua
vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas – Qual é a ideia que você tem
da vida após a vida aqui na terra? – Você tem aberto os olhos das pessoas da
sua família para isso?
Reflexão Muito esclarecedora, estou aprendendo muito com estas reflexões. Fique com Deus e a Proteção de Maria.
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