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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O JULGAMENTO É CERTO!-Diac.José da Cruz

III DOMINGO DA QUARESMA 28/02/2016
1ª Leitura Êxodo 3, 1-8.13-15
Salmo 102 (103), 8 a “O Senhor é Bom e Misericordioso”
2ª Leitura 1Cor 10, 1-6.10-12
Evangelho Lucas 13, 1-9
                                             “O JULGAMENTO É CERTO!”
Nesta vida tudo é discutível e negociável à exceção da morte, que irá nos acontecer mais cedo ou mais tarde, sendo que a morte nos trará o juízo de Deus. É uma verdade que não gostamos nem de pensar e que na quaresma somos convidados pela palavra de Deus a pensarmos naquele primeiro momento, em que estaremos diante de Deus, após a morte.
Sabemos que haverá um julgamento e isso significa que Deus espera algo de cada um de nós e poderíamos até afirmar que temos uma meta a ser alcançada, uma missão a ser cumprida e nesse caso, a primeira coisa a ser feita é estarmos disponíveis para Deus, mesmo que não nos julguemos capazes para tanto, como aconteceu com Moisés, conforme a primeira leitura desse domingo.
Mas essa disponibilidade deve sempre vir acompanhada de uma total confiança em Deus, alimentando em nós a esperança e a certeza de que ele caminha conosco, mesmo que às vezes a estrada seja íngreme como um deserto, e a esse respeito, o apóstolo Paulo lembra-nos, que quando falta esta confiança inabalável no Senhor que nos conduz, poderemos estar caminhando para a morte e não para a vida.
A nossa Fé deverá ser inabalável, mesmo que algo dê errado, pois como simples mortais, estamos sujeitos as imprevisibilidades desta vida que são aqueles acontecimentos que não esperamos, e que podem nos atingir ou a alguém do nosso relacionamento, como aqueles galileus, que se envolveram em um conflito com os soldados de Pilatos no templo de Jerusalém e foram brutalmente assassinados, ou como aquele grupo de trabalhadores que morreram tragicamente na queda de uma torre que estava sendo construída.
Não é Deus que provoca esses acontecimentos, para punir e castigar os pecadores, como podem pensar algumas correntes religiosas, o massacre dos galileus foi um ato de violência contra a vida, a mando de Pilatos, e a queda da torre, pelo menos naquele tempo, não foi nenhum atentado terrorista, mas um acidente de trabalho, aliás, que também merece uma reflexão, pois os acidentes de trabalho acontecem por causa de alguma falha humana ou alguma condição insegura. Porém, Deus consente estes fatos porque respeita a liberdade humana, mas a partir da tragédia, nos ensina alguma verdade que serve para a nossa edificação.
Sobre tudo o que ocorre no mundo de hoje, guerras, conflitos, chacinas, execuções, crimes hediondos até contra crianças, falamos e ouvimos muitos discursos inflamados, desde o simples cidadão até as altas celebridades que nos grandes meios de comunicação promovem debates acirrados, ao lado de uma imprensa sensacionalista onde indignados jornalistas gritam palavras de ordem, dando-se a impressão de que, por conta disso, grandes mudanças irão ocorrer. Mas ao final, tudo continua como antes até que aconteça a próxima tragédia, para sacudir a opinião pública.
Jesus não entra nessa onda, não declarou guerra contra Pilatos, que era o que muitas lideranças queriam, e nem arquitetou alguma severa punição para aplicar aos responsáveis pela queda da torre. De investigação e denúncias, o povo já está saturado, porque no final da história, os culpados sempre ficam impunes.
Jesus aproveita o fato para nos alertar sobre a urgência da nossa conversão, que se inicia quando mudamos a nossa mentalidade em relação a Deus, ele não é aquele que abençoa dando saúde e bens materiais a quem lhe obedece, e que faz cair a desgraça na cabeça de quem não o aceita, pois se fosse assim, não ocorreriam tragédias na vida de um cristão.
Ele quer que concentremos nossa atenção no presente, percebendo a cada minuto á sua vontade a nosso respeito, fazendo o reino acontecer a partir de pequenos gestos de amor e de solidariedade em nosso quotidiano, porque se deixarmos esta vida passar em branco, sem nos darmos conta de que temos uma missão a cumprir, frutificando segundo a palavra e a graça de Deus, iremos nos surpreender ao final, porque seremos semelhantes a uma árvore seca e improdutiva justo na hora da colheita.
Nesta vida Deus nos fertiliza todos os dias com a sua graça e a sua santa palavra dando-nos todas as condições para produzirmos bons frutos. Só depende de nós! E não precisa dizer o que vai acontecer com a árvore seca, que não dá nenhum fruto...



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