12/02/2016 –
6ª. Feira DEPOIS DAS CINZAS – Isaías 58,
1-9 – “um verdadeiro espírito de
caridade”
Na leitura
de hoje vemos que o Senhor por meio do profeta Isaías denuncia os crimes do
povo de Israel o qual se vangloriava de cumprir a lei e de praticar a justiça
somente porque jejuava e buscava a Deus. Assim, sendo, ela nos motiva a uma reflexão
atenciosa sobre a maneira como oferecemos sacrifícios ao Senhor neste tempo da
Quaresma. Para aquele povo o fato de jejuar e de fazer
sacrifícios e mortificações seria suficiente para agradar a Deus. Porém, ao
mesmo tempo em que jejuava o povo litigava uns com os outros e cada um estava preocupado
apenas com os seus próprios negócios. Por
isso, o Senhor lhes recomendou: “Não
façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no
céu!” Nós também precisamos ter consciência de como estamos praticando o
jejum e nos sacrificando no tempo da quaresma. O sentido do jejum é purificar o
nosso corpo para que o nosso coração esteja apto a realizar boas ações. Por
isso, precisamos estar atentos (as) à dor do necessitado a fim de sentir na
nossa própria carne a necessidade e a penúria de que muitos vivenciam e, assim,
compreende-los melhor. A oração, e o
jejum que oferecemos a Deus devem ser acompanhados com o espírito de caridade,
de acolhida, de reconciliação, de partilha, do contrário não terão valor nem
sentido. Aos olhos de Deus o verdadeiro jejum é aquele que nos leva a pôr um
termo às injustiças para acolher o que estão necessitados vendo no rosto de
cada irmão, outro Cristo. Jejum e oração não têm razão de ser se não forem
vivenciados acompanhados de um verdadeiro espírito de caridade e de obras de
justiça. Assim fazendo a nossa luz brilhará nas trevas e veremos atendidos os
nossos pedidos de socorro. – Com que
espírito você jejua? – O que você acha
mais importante: jejuar às sextas feiras ou perdoar a alguém que o (a) ofendeu?
– O jejum que você pratica tem alguma razão de ser ou é apenas para cumprir uma
tabela? – Com que espírito você jejua?
Salmo 50 – “Ó Senhor, não
desprezeis um coração arrependido!”
O
arrependimento é a porta para o perdão e é muito mais importante do que
holocaustos ou sacrifícios. O salmista, arrependido, diz que o seu sacrifício é
a sua alma penitente, isto é, arrependida, suplicante. O pecado nos afasta dos
irmãos e por isso, nos afasta de Deus, mas a misericórdia do Senhor nos faz
voltar ao convívio com os nossos irmãos e nos aproxima do céu porque Deus nunca
despreza um coração arrependido.
Evangelho – Mateus 9, 14-15 – “o jejum deve ter um significado de
vida e de alegria. ”
Neste
Evangelho Jesus nos esclarece que precisa haver uma causa nobre e sincera para
que pratiquemos o jejum e o sacrifício. Deus
conhece o nosso coração e alcança as nossas motivações, portanto quando
jejuamos devemos fazê-lo com muita disposição e por amor, sem lamentos nem
justificativas. Há momentos na nossa
vida que não cabe a nós jejuar nem fazer
sacrifícios, mas sim aproveitar a
ocasião que nos é concedida. De que adianta para nós o jejum se o nosso coração
não está contrito no sacrifício? Um coração ressentido, vingativo, revoltado
não consegue amar nem fazer nada por amor.
Para os cristãos o jejum deve ter um significado de vida e de alegria.
Deve haver uma razão de ser para se jejuar. Não nos basta jejuar somente por
jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração. Os discípulos de Jesus partilhavam com Ele de
todos os eventos com alegria e submissão à Sua vontade e aos Seus ensinamentos.
Eles estavam perto de Jesus e usufruíam da Sua presença e da Sua companhia,
portanto, não tinham clima para jejuar, nem precisavam disso. – Quando você jejua você se sente em paz? –
Você gosta de mostrar aos outros que está jejuando? – O que Jesus acha do seu
jejum? - Você é uma pessoa
que sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?
Obrigado!!!
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