Sexta Feira da 1ª Semana da quaresma 19/02/2016
1ª Leitura Ezequiel 18, 21-28
Salmo 129/130 “Se tiverdes em conta nossos pecados, Senhor, Senhor,
quem poderá subsistir diante de vós”
Evangelho Mateus 5, 20-26
Lembro-me quando a Santa Sé orientou que as paróquias e dioceses
revissem o momento do abraço da Paz na Celebração Eucarística ou na Celebração
da Palavra, muitos não compreenderam e acharam uma atitude radical, e que não
fazer mais aquele momento de saudação, poderia gessar um pouco a Celebração.
Entretanto, o que tínhamos ali senão um grupo de pessoas de uma
comunidade, ou de um movimento, que nesse momento, em celebrações especiais,
expressavam umas as outras, uma alegria de ter tantos amigos e irmãos que
pensam iguais, que celebram iguais, que falam iguais e daí era aquela euforia
de abraços, beijos acenos, que acabavam de fato, distorcendo o significado do
gesto, porque Jesus, a nossa única e verdadeira paz, ficava lá no altar,
quietinho, esperando acabar toda aquela euforia. Não se pode confundir amizade
com relação fraterna, pois uma relação de amizade, não temos com qualquer
pessoa, elas são por nós selecionada. Assim, havia pessoas que saiam do seu
banco para irem lá atrás, e poderem abraçar pessoas queridas de sua relação.
Amar e querer bem a quem nos ama e nos quer bem, não tem nenhuma novidade. Por
isso mesmo, neste evangelho, Jesus nos diz algo de extrema importância e que é
essencial em nossas relações: devemos ir muito além de nossas poucas medidas,
se não superarmos a simples amizade, para chegarmos no Amor Gratuito e
incondicional, nada teremos de diferente para mostrar e nosso testemunho.
Escribas e Fariseus representam o legalismo, o politicamente correto, um
exemplo, seu eu provoco um acidente no trânsito, tenho a obrigação legal de
socorrer a vítima e dar-lhe todo suporte necessário, Mas é apenas uma
obrigação!
Entendendo melhor, eu não mato, não roubo, não prejudico ninguém,
não menosprezo as pessoas, porque tenho como cristão, a obrigação de agir
assim. Reconciliar com o irmão, é refazer a relação, colocando como ponto de
referência, não a mera obrigação ou legalismo, mas sim o Amor de Deus,
infinito, gratuito e incondicional. Se não entendermos e não colocarmos isso em
prática, nunca nos libertaremos do Formalismo e do Ritualismo Religioso, sinal
de que não conseguimos ainda sentir a grandiosa alegria de nos sentir amados
por Deus, e deixar que esse amor irradie aos irmãos e irmãs.
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