16 de Fevereiro - Terça - Evangelho - Mt 6,7-15
No tempo da quaresma a igreja nos convida a viver em oração, penitência e caridade. E hoje, Jesus vem nos ensinar como realizar um destes três pilares: a oração.
Este tempo é bastante propício para reiniciarmos
ou darmos continuidade as nossas orações, entretanto elas não precisam ser
proferidas em muitas e belas palavras. Não importa quantas e quais palavras
utilizemos em nossas orações, Jesus nos garante no evangelho: “vosso Pai sabe
do que precisais, muito antes que vós o peçais.” Por isso, a forma
mais simples e humilde de orar é através do Pai Nosso.
Todos
conhecemos a oração do Pai Nosso, mas exatamente por conhecer muito bem, às
vezes oramos sem meditar sobre o que estamos falando. Esta oração é muito
bonita e forte, mas de nada nos serve se ela não sair do nosso coração. Seria
como uma oração muito bonita e pomposa, mas vazia de sentimento. Penso que este
é o principal ponto da oração, ela deve sair do coração não importando se a
frase é apenas um “Meu Deus eu te amo, tem piedade de mim”.
Jesus
nos ensina a rezar. Ele diz que não precisamos usar palavras bonitas ou
difíceis, pois o Pai já sabe do que precisamos, muito antes de nós abrirmos a
boca para pedir.
Então
a nossa oração serve mais para nós do que para Deus? Veja que interessante:
quando oramos a Deus, estamos lembrando a nós mesmos que é Ele quem está no
comando das nossas vidas. E é com essa segurança que voamos cada vez mais alto,
e saltamos cada vez mais longe, pois sabemos que Ele não vai nos desamparar.
Na
oração do Pai Nosso, também pedimos o alimento de cada dia e o perdão das
nossas ofensas. Mas isso é algo que Ele só pode participar parcialmente, pois
nós precisamos fazer a nossa parte. Vejamos: pra poder comer, é preciso
trabalhar, certo? Ou pelo menos alguém precisa.
Por
último, o evangelho nos faz refletir sobre o perdão: “De fato, se vós
perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram vosso Pai que está nos céus
também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também
não perdoará as faltas que vós cometestes”.
O
texto nos traz uma passagem de Mateus 18, 23-35, que se aplica muito bem a
estes dois versículos. Na parábola Jesus compara o Reino ao rei que perdoa a
enorme dívida do seu, mas este ao sair da vista do patrão agarra e sufoca um de
seus devedores não perdoando sua pequena dívida. Então, este empregado que foi
perdoado e não perdoou deverá prestar contas ao rei por sua maldade. E para
poder ser perdoado, é preciso perdoar.
Então
quando fazemos à oração do Pai Nosso, temos a oportunidade de lembrar que para
poder corresponder a todos esses mimos e paparicos do nosso Pai do Céu,
precisamos sair do nosso comodismo, trabalhar e perdoar a quem nos ofendeu, e
assim, nos libertarmos de uma prisão que nós teimamos em construir em torno de
nós mesmos.
Meu
irmão, minha irmã, precisamos orar assim como precisamos respirar. Pela oração
constante estabelece-se com Deus profunda intimidade e a partir dela somos
levados a moções: situações da nossa vida que nos levam para perto do Senhor,
aquilo que te conduz a Ele, que nos faz amar mais, perdoar mais. No entanto,
quando estamos mergulhados nos ruídos interiores, há o ardil: situações que nos
afastam de Deus e nos devia de Seus caminhos. Mas, persevere. Não desista de
rezar. Prostra-te até Deus colocar em teu coração a certeza da vitória.
Transforme os ruídos interiores em perseverança, em oração. Abras o coração,
fales com o Senhor, sejas insistente na oração, estejas aberto a Sua vontade,
aguardes a Providência Divina no momento certo da sua vida.
Suplique
até Ele colocar em teu coração a certeza da vitória, pois oração é combate.
Peça a graça de descobrir as coisas que te prostram e não permitem que
perseveres. Se necessário chame e grite: Pai Nosso.
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