Domingo, 13 de dezembro de 2015.
Evangelho de São Lucas 3, 10-18.
João falava ao povo, instruindo-o quanto a vinda do Messias. Muitos
grupos se aproximavam de João e perguntavam: “Que devemos fazer?” Esse texto
mostra algumas coisas que ele respondia: ao povo, aos publicanos e aos
soldados. Eram pessoas que estavam na espera do Messias e abertas às propostas
que vinham de encontro com suas esperanças. Tinham uma disposição interior para
aceitar o novo que estava para chegar.
João fala ao povo da PARTILHA, não como esmola, mas dar, do que se
tem. Naquela época as pessoas não tinham muita roupa, a maioria tinha apenas
uma muda de roupa, os ricos tinham duas ou mais. Os miseráveis andavam nus. Uma
túnica para quem tem duas representa 50% do que tem. Desta forma João mostrava
uma nova ordem na sociedade baseada na partilha do que se tem e não na ganância
e acúmulo de bens, em detrimento dos
desfavorecidos. João propõe uma nova sociedade, diferente da que existia
na época.
Os cobradores de impostos, os publicanos, também perguntaram a
João: “Que devemos fazer?” João mostra para eles o que era necessário para
entrar na nova sociedade: “Vocês não devem cobrar mais do que foi estabelecido”.
Cobrem apenas aquilo que é justo, porque cobravam a mais para ficar com uma
parte do dinheiro, enriquecendo ilicitamente. João aconselha mudança de
comportamento, de injustos para justos. Assim, eles poderiam fazer parte da
nova sociedade, se libertando daquela antiga que abusa e explora, começando a
sua conversão e entrando na justiça do Reino. Lembremos aqui da conversão de
Zaqueu, que devolveu aos que ele explorou mais do que a justiça dos homens estipulava.
O terceiro grupo que se apresenta a João são os soldados de Herodes
que acompanhavam os cobradores de impostos. Quando os publicanos não conseguiam
roubar o povo usando pressões verbais recorriam à força militar da polícia. A
polícia intimidava, batia, fazia falsas acusações... e tudo bem, porque viviam
protegidos pelos poderosos e livres da impunidade. Eram os maiores violadores
dos direitos humanos. Por isso João ordena aos soldados: “Não tomem pela força
o dinheiro de ninguém, nem façam acusações falsas, fiquem contentes com seu soldo!”
O abuso de poder não deixa construir sociedade e história novas.
A pregação de João foi aos poucos despertando no povo a ideia do
Messianismo. O povo gostava de João Batista, admirava-o por causa da sua vida,
das suas palavras, do seu exemplo. Tinha por João um grande conceito, devido a
suas grandes virtudes, a tal ponto de pensar que ele fosse o Messias. João
responde ao povo: “Eu batizo com água. Mas já está chegando aquele que é mais
poderoso do que eu, que batizará na água e no Espírito Santo”. A resposta de
João o identifica como Precursor da grande novidade. Ele é o que prepara a
comunidade para o encontro com o Messias, que batizará no Espírito Santo. O
Messias é Jesus. Ele possui o “Espírito” que é novo, trás em si a santidade
divina. O programa de vida de João é simples preparação à acolhida do Messias.
João é o profeta da esperança, mas ele não é a esperança. Suas
palavras não são definitivas que todos precisam escutar. João anuncia a chegada
de outro que é maior que ele. João afirma que não é digno de “lhe desatar as
correias das sandálias”. João queria dizer da grandiosidade de Jesus, que Jesus
é o Senhor e dono de tudo que existe e que ele é um simples servo indigno. Tudo
pertence a Jesus. João quer mostrar que o batismo de Jesus será o autêntico
batismo. João é humilde, pois reconhece o Messias, o rei de Israel, o único
Salvador com poder e autoridade para tudo. João não quer alimentar, falsas
esperanças na sua pessoa, ele quer apenas cumprir sua missão de precursor do
Messias, do Cristo Salvador. Quer preparar corações para receber o próprio Deus
que vem nos visitar.
O Messias, sim, trará o julgamento à terra. João usa da metáfora do
agricultor, que separa os grãos de trigo da palha; ele recolhe os grãos no
celeiro e queima a palha. O trigo representa os bons, e a palha os maus, Jesus
separará os bons dos maus, no juízo final. Aí tudo ficará claro, vai mostrar
“quem é quem” na sociedade e na história. Vai desmascarar a sociedade injusta,
cujo objetivo é a morte.
João quer mostrar para todos nós, velhos, jovens, crianças,
adultos, enfim, a todos que as virtudes da justiça e da caridade devem orientar
a nossa vida, nosso relacionamento com os irmãos. Essa é a solução para todos
os problemas sociais. A injusta distribuição das riquezas é que causa toda a
intranquilidade, todo mal estar que está no mundo. Diante de tudo isso nos
esforcemos para praticar a justiça e a caridade, com espírito humilde e com
grande simplicidade e lutar, trabalhar para que todos façam o mesmo, como nos
alerta João Batista.
Maria de Lourdes
Muito boa sua reflexão.
ResponderExcluirExcelente!!!
ResponderExcluirExcelente!!!
ResponderExcluirMuito boa sua reflexão.
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