11 DE DEZEMBRO- Evangelho -
Mt 11,16-19
Depois de Jesus ter exaltado a pessoa de João
Batista, agora Ele se volta para a multidão e lhes dirige uma pequena e rústica
parábola das crianças nas praças. O Senhor reconhecia em João Batista um
profeta que abria novos caminhos em face da rígida e opressora religião do
Templo de Jerusalém e das sinagogas. Jesus se fez discípulo de João, recebendo
seu batismo e, depois, Ele próprio, inicia seu ministério com o mesmo anúncio
do Batista: “Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Na
elementar parábola narrada por Jesus, um grupo de crianças tenta se comunicar
com outro grupo, com brincadeiras de alegria ou tristeza, porém, o outro grupo
os rejeita. Então, o próprio Jesus passa a explicá-la.
João
Batista fez seu anúncio da conversão, de maneira austera, nas regiões
desérticas do Jordão, e foi acusado de “ter um demônio”. Jesus, por sua vez,
anunciando a chegada do Reino dos Céus de maneira simples e comum, no meio do
povo, comendo com os pecadores e publicanos, é chamado de “comilão e beberrão”.
Os chefes religiosos, que veem em João e em Jesus uma ameaça ao seu poder,
procuram difamá-los diante do povo. Porém, o povo, excluído e oprimido,
reconhece a sabedoria da mensagem de Jesus e a recebe com alegria e esperança.
Mas
que gente difícil aquela, a quem Jesus fora enviado! Eles haviam recusado a
sabedoria de Deus, que primeiro se apresentara no ascetismo de João e depois a
condescendência de Jesus para com os pecadores e excluídos do seu tempo.
Corremos o risco de dizer isto para os do tempo de Jesus. Não será que Jesus
nos está dirigindo também a mesmíssima mensagem?
Vivemos
tempos muito fortes em críticas, muitas vezes, infundadas; sem pés nem cabeça.
E, como ontem, Jesus continua insistentemente dizendo: “Com quem vou comparar
esta geração?” Ele se apresentou aos homens com uma nova mensagem: mensagem do
amor, da paz, da justiça, da partilha, da solidariedade, da reconciliação e,
sobretudo da misericórdia. Mas não foi compreendido e acolhido.
Só
os simples, os humildes, os disponíveis, os amigos da verdade a Ele aderiram,
reconhecendo n’Ele o ponto de chegada de toda a Lei e os Profetas. Os outros,
principalmente os chefes do povo, puseram-se contra Ele e O rejeitaram.
Todavia, por ser forte, soube compreender os fracos e os reerguer, dando-lhes
uma nova dignidade de viver entre os irmãos. Se, enquanto fracos, condenavam os
outros, agora, fortalecidos por Cristo e com Cristo, eles devem perdoar para
que permaneçam sempre fortes. Já que os fracos condenam e os fortes perdoam.
Peçamos
a Jesus que nos ensine a perdoar para sermos a geração dos fortes, a fim de
suportarmos as fraquezas dos mais débeis como nos ensina São Paulo. E que São
João da Cruz, cuja memória celebramos no dia de hoje, ajude-nos e interceda por
nós para que saibamos suportar os sofrimentos e, neles, descubramos o mistério
da cruz de Cristo, que é a fonte da nossa Salvação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário