QUINTA
– DIA 21 - Evangelho - Mt 9,9-13
Bom
dia!
Sexta
ou Sábado quando assistia a programação da TV Aparecida vi padre Zezinho fazer
uma colocação muito pertinente a todos nós. Perguntava ele: O quanto usamos da
bíblia? Fazia ele este comentário baseado no fato que muitas vezes “sorteamos”
versículos para enfatizar uma afirmação ou uma convicção, mas diversas vezes
não observamos o contexto ou a exegenese daquele texto bíblico.
Um
exemplo para firmar essa idéia é a mensagem exortativa que nas ultimas duas
semanas os evangelhos têm apresentado. Muitas vezes não conseguimos assimilar
ou aceitar que eles, por mais duros que sejam, são para nós. Às vezes, ao invés
de lê-los e refleti-los, preferimos a fuga ao confronto. Preferimos imaginar
alguém (que não seja eu) que pudesse se “encaixar” esse trecho (um irmão, um
parente, uma amigo,…) ou buscar em outro texto que “ai sim” seja pra mim.
Já
presenciei pessoas que vem para reuniões armados de versículos bíblicos para se
defender de possíveis ataques (risos). Tive uma chefe que ao sentir acuada,
sacava o versículo “olho por olho dente por dente”. Esse gesto é repetido por
muitas pessoas. O fato mais interessante é que Jesus citou esse versículo o
substituindo por “ofereça a outra face”, mas na hora do aperto, só
lembramos-nos do que nos convém.
“(…)
Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês são como túmulos
pintados de branco, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios
de ossos de mortos e de podridão. Por fora vocês parecem boas pessoas, mas por
dentro estão cheios de mentiras e pecados”.
-É
perigoso sortear versículos – dizia padre Zezinho! Imaginem esse texto acima
“usado” numa reunião de lideranças? Pois é! Eu já vi acontecer!
Quanto
aos “copiar e colar” para incrementar e justificar a direção de um texto, um
argumento, uma direção, (…) Padre Zezinho não se vê contrario, mas que
precisamos enaltecer o cuidado com a exegênese.
Reparemos
esse trecho do novo livro do Padre Fábio e do Gabriel Chalita: “(…) Escuto
absurdos sobre Deus, quando pessoas movidas por boas intenções resolvem
explicar as fatalidades do mundo. Frases simplórias e descomprometidas com a
verdade não resolvem; ao contrário, agravam ainda mais o sofrimento, porque
geram orfandade, descrença e abandono. Justificam as tragédias humanas como
“vontade divina”, retirando assim a responsabilidade humana dos acontecimentos,
fruto das escolhas que fazemos. Respondem a tudo e a todos como se o
desvelamento do mistério pudesse resolver as questões”. (Padre Fábio de Melo e
Gabriel Chalita – Cartas entre amigos)
Temos
às vezes intenções boas, mas precisamos aprofundar mais no grandioso mistério
que é ver sob a ótica de Deus. Precisamos ler mais, refletir mais, partilhar
mais antes de falarmos para as pessoas. Quando digo ler mais não estou falando
de apostilas, livretos de auto-ajuda, (…) refiro-me a textos mais densos como
as encíclicas, documentos da igreja, filosofia, teologia, (…). Nossa! Esses
dias vi um colega pregador dizer: ”coloquemo-nos aos pés de Maria em adoração
para que ela interceda por nós” . Conseguimos encontrar o problema na expressão
usada por ele? Sou devoto de Maria, mas reparem que ADORAR somente a Deus!
Além
do “investimento” em estudo, devemos investir no material humano, ou seja, em
nós e nos irmãos. Que adianta conhecer ao pé-da-letra as escrituras se não
procuro vive-las, seriamos hipócritas. A começar em mim!
“(…)
Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. Não
negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a
assembléia dos anciãos te impôs as mãos. Põe nisto toda a diligência e empenho,
de tal modo que se torne manifesto a todos o teu aproveitamento. Olha por ti e
pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres,
salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem”. (I Timóteo 4, 13-16)
Um
imenso abraço fraterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário