16 de Setembro
Lc 7,1-10
Não existem pessoas totalmente boas e santas, assim como não existem
pessoas totalmente más. Porque no íntimo das pessoas santas sempre há uma
pitadinha de malícia ou mesmo de ruindade, e no inconsciente dos maiores bandidos
há sempre uma pequena chama de bondade.
Aquele
homem fazia parte dos cruéis dominadores romanos que agiam no território
daquele povo com toda injustiça que achavam ter direito. Tomando o dinheiro
deles, e subjugando-os ao seu domínio, o qual tinha o apoio dos líderes
judaicos, os saduceus, entre eles os sacerdotes, em troca do controle
lucrativo da religiosidade praticada no Templo.
Mas
aquele não era um dominador totalmente mau e injusto. Além de ser um homem
disfarçadamente de muita fé, “Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.”,
Aquele oficial romano estimava muito o seu empregado, o qual estava doente, à
beira da morte. Além disso, ele merecia aquele favor, porque estimava
o povo dominado, chegando até a construiu uma sinagoga. Tudo isso foi
relatado pelos homens encarregados de interceder por ele diante de Jesus.
O que tiramos do Evangelho de hoje como lição para a nossa vida, é que
aquele oficial romano, era dominador sim, porém era um merecedor da graça que
pedira ao Filho de Deus, por dois motivos: Ele tinha fé. Acreditava plenamente
que Jesus podia operar aquele milagre mesmo à distância, sem que precisasse ir
até a sua casa, e ele se considerava indigno dessa visita, por fazer parte
daqueles que oprimiam aquela gente indefesa. Em segundo lugar, além disso, como
acabamos de mencionar, ele era um bom homem apesar de ser um dos romanos.
Aqui percebemos duas coisas de fundamental importância para a nossa
salvação, segundo Jesus: Fé e caridade. Apesar das aparências de
mau, e de dominador, aquele oficial romano acreditava e era caridoso.
Já fiquei sabendo de muitos casos em que bandidos socorreram pessoas em
casos de grandes necessidades, como levar em seu próprio carro para o
hospital, um pai de família que havia caído do telhado, dar dinheiro a uma
viúva para pagar o aluguel, socorrer uma mulher na hora do parto, ajudar a
desenterrar pessoas soterradas pelos desabamentos causados pelas enchentes,
etc.
Tudo isso nos mostra que nem todos os santos são totalmente santos,
assim como nem todos os maus são totalmente maus. O que nos leva a não nos
considerar perfeitos e por outro lado não julgar, não condenar os que vivem do
outro lado, na ilegalidade, como casos totalmente perdidos. Só Jesus é que tem
o direito de julgar.
Sal.
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