Dia 05 de Dezembro
Mt 15,29-37
Padre Queiroz
Jesus curou muitos e multiplicou os pães.
Este Evangelho é uma amostra do Reino de Deus, inaugurado na terra por
Jesus. Os doentes são curados, os famintos são alimentados, formando-se o
banquete da vida.
“Naquele dia, o Senhor dará, para todos os povos, um banquete de ricas
iguarias” (Is 25,6-9 – Primeira Leitura).
Tanto a cura dos doentes como a multiplicação dos pães nasceram, da
compaixão de Jesus, uma compaixão ativa e dinâmica, que o levava a tomar
iniciativas em favor dos que sofriam ao seu redor.
“Há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35). Se o povo se
alegrava, Jesus mais ainda. Quanta gente vive triste porque ainda não descobriu
a felicidade de servir!
Como é triste sentir fome e não ter o que comer! Só mesmo quem não tem
coração é capaz de negar um prato de comida a quem está com fome, seja ele ou
ela quem for.
A quantidade de alimento que os discípulos tinham era irrisória, em
comparação com a multidão faminta. Mas, mesmo assim, Jesus pegou os sete pães e
os poucos peixinhos, “deu graças, partiu-os e os dava aos discípulos e estes às
multidões. Todos comeram e ficaram satisfeitos”.
É de se destacar que Jesus organizou o povo, mandando as pessoas se
sentarem. A organização é fundamental no Reino de Deus.
Deus está pronto a nos ajudar, quando queremos fazer o bem. O que ele
quer é que demos o primeiro passo, façamos a nossa parte, apresentemos o pouco
que temos, ainda que sejam sete pãezinhos para alimentar uma multidão. Se assim
fizer, ele entra e opera maravilhas.
“E glorificavam a Deus.” O testemunho de amor ao próximo anima as
pessoas, traz alegria e vontade de rezar e de se converter a Deus.
Os problemas sociais têm solução, se cada um de nós fizer o que pode.
Deus abre os espaços e nos mostra os caminhos. A parte dele ele faz, só não
entra na nossa.
Os milagres de multiplicação de pães feitos por Jesus são também uma
antecipação e um anúncio da Eucaristia. Ela é o novo maná do novo povo de Deus,
peregrino pelo deserto da vida. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come
desta pão viverá eternamente” (Jô 6,51).
Certa vez, um bispo de uma diocese extremamente pobre do Norte do Brasil
deu um depoimento sobre a sua diocese:
“O meu povo sofre muito, mas sofreria muito mais se não fossem as
Comunidades cristãs.
As famílias se ajudam nas necessidades umas das outras. Temos as
pastorais da liturgia, da catequese, saúde, da criança, da moradia, da terra...
Nem dá para imaginar o que seria do nosso povo, se não houvessem as
Comunidades.”
Como é gratificante ouvir isso! No meio de tanto pecado, há sinais
claros da presença viva do Reino de Deus entre nós.
Maria Santíssima, nas Bodas de Cana, foi ousada; ou melhor, foi uma
mulher de fé, ao pedir ao Filho que resolva o problema da falta de vinha
durante uma festa. E deu certo. Que ela interceda por nós, a fim de que a
imitemos.
Jesus curou muitos
e multiplicou os pães.
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