Sexta - feira, 28 Dezembro de 2012.
Evangelho: Mt 2,13-18
Na reflexão do Santo Evangelho de hoje descobrimos um Deus que não aceita exploração e nem violação à dignidade do homem. Deus quer um povo liberto para amar e viver a plenitude das graças relevantes ao espírito santo. O lugar escolhido para a libertação foi o Egito desde época de Moisés, quando libertou o povo das trevas e o conduziu para a luz; agora a é a vez de Jesus ir até o Egito para voltar com a liberdade do povo encarcerado pelo poder opressor da antiga Palestina.
José foi o precursor do ensejo de um povo em querer viver a partilha e a justiça, em sonho foi convidado a levar Jesus para um lugar seguro do rei Herodes. Para tanto, muitas outras crianças morreram para satisfazer o desejo insano de um rei, mas Jesus permaneceu livre das garras afiadas de Herodes para trazer a nova terra da Palestina a libertação. Assim, Deus trilhou o caminho de seu Filho para que Ele reconduzisse o povo amargurado e infeliz, colocando nova fonte de energia e luz na intenção de dias melhores.
Da mesma forma que muitas crianças foram trucidadas para satisfazer o ego de um demente rei, hoje muitos filhos de Deus continuam sendo massacrados e violentados na essência para dar alegria e prazer para alguns interesseiros. São milhares de famílias que padecem e sofrem sem comida, sem casa, sem vestuário e sem segurança, não porque não trabalharam, mas porque o poder operante retirou do seu seio o necessário para viver dignamente.
O povo empobrecido ainda carece da libertação e de justiça. Um povo sem liberdade não é um povo consciente da obrigação de lutar para reconquistar o tão sonhado espaço social. Foi retirado deste povo o sonho, o poder de pensar por si com autonomia e com determinação. Um povo sem consciência é alienado, não tem consciência de classe, de luta e da certeza de que pode conquistar a liberdade. Por isso que os governantes não permitem que as crianças e jovens desenvolvam suas potencialidades cognitivas nas escolas de forma cidadã e transformadora. Tudo leva a crer que continua matando e mutilando a criatividade dos indivíduos para não dar a chance de buscar a transformação.
Portanto, como afirmou o escritor Ivo Storniolo em seu ensaio que “Deus quer um povo de filhos, que realmente vivam em fraternidade, repartindo entre si os bens da vida e a liberdade que cria rumos novos para a história”. Deus quer um povo livre para amar, viver dignamente e que seja justo. Por isso que seu Filho foi para o Egito lugar de refúgio dos ataques de Herodes, mas também para conhecer a escravidão para dela libertar-se. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado. Amém!
Claudinei M. Oliveira
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