11º DOMINGO
TEMPO COMUM
12 de Junho de 2016
1ª Leitura -
2Sm 12,7-10.13
Salmo
- Sl 31
2ª
Leitura - Gl 2,16.19-21
Evangelho - Lc 7,36-8,3
PRIMEIRA LEITURA
A salvação nos vem
por parte de Deus. Davi era um homem de
Deus, querido por Deus e recebedor de muitos favores pela bondade divina.
Porém, o poderoso rei
não resistiu a grande tentação de mandar pegar a mulher do seu amigo Urias para
ser sua esposa. E tem mais. Ao descobrir
que ela ficara grávida, providenciou a morte do seu fiel soldado, o marido
daquela mulher irresistível.
Abuso de poder,
fraqueza na fé, ingratidão para com o Pai, levou o rei Davi a cometer dois
crimes bárbaros! Adultério e
assassinato.
Porém, Deus em seu
imenso amor principalmente para com o pecador arrependido, enviou o profeta
Natã para acordar aquele que fora durante a sua vida um homem temente a Deus,
mas que de um dia para outro caiu no fundo do poço, num abismo muito profundo,
e estava condenado a morte da alma, à morte eterna, e, portanto, triste,
confuso e infeliz.
E o profeta Natã fez
um bom trabalho. Conduziu Davi a sair
daquele pesadelo em que estava, com a consciência amortecida pelo poder e pela
tentação, ele havia cometido duplo pecado, e assim se via perdido, e
necessitado da graça e do perdão de Deus!
Natã não lhe trouxe o
perdão de mão beijada, mas primeiro deu-lhe uma grande sacudida, narrando uma
história, e através da qual, Davi chegou a conclusão da desgraça que cometeu e
aí veio o arrependimento sincero.
Só então depois
disso, o profeta Natã anuncia-lhe que Deus bondoso o havia perdoado.
Caríssimas e
caríssimos. Se Deus perdoou os pecados do rei Davi, não o condenemos nós dizendo
ou comentando que ele não passava de um grande hipócrita, de um grande
mentiroso, fingido, como acontece com a maioria dos políticos.
Não nos esqueçamos
que os caminhos de Deus não conferem com os nossos. Em várias situações, Jesus perdoou pecadores
que os judeus julgavam um caso perdido.
A mulher surpreendida
em adultério, a outra pecadora que lavou e beijou os seus pés, o ladrão Dimas,
são os principais exemplos disso.
Estamos fartos de ver
ladrões e corruptos fazendo de tudo que o seu cargo e poder lhes proporcionam.
Para condenar outros, que também praticaram atos injustos, só porque querem
assumir o comando da situação.
Isso é parecido com
aquele macaco que se sentou em cima do seu rabo, e escondendo-o, começou a
fazer chacota dos demais macacos, apontando as suas caudas, e dizendo: Olha lá!
Eles têm rabo! Que feio!...
Irmãs, e irmãos. Não
condenemos a ninguém. Mas sim, condenemos o pecado. Antes de julgar, vamos nos
lembrar que também somos pecadores, e pensemos em como Deus está vendo e analisando
os atos daquela pessoa. Pensemos nas circunstâncias que levaram os “Davis” de
hoje a cometerem os pecados que cometem. Quais as razões que os levaram a
praticar aqueles atos abomináveis...
Loucura,
esquizofrenia, desespero, fome, ou uma forte tentação como foi a de Davi?
Adultério e assassinato! Um duplo pecado não só contra Urias, mas contra
Deus, contra todo amor demonstrado a ele pelo Pai, e também foi um pecado
contra todos os seus compatriotas, ou seja, o povo de Israel.
Durante um tempo. Davi não se deu conta da gravidade dos seus pecados,
pois o poder escureceu a sua consciência.
Mas Deus é Pai amoroso e perdoa o pecador arrependido! É Ele que hoje
nos perdoa das nossas inúmeras faltas, desde que tenhamos um arrependimento
sincero, desde que também perdoemos os nossos irmãos.
SEGUNDA LEITURA
As palavras de Paulo nesta
carta vão de encontro com a escala de valores do fariseus e mestres da Lei.
Para eles o mais importante era a obediência pura e simplesmente da Lei. Paulo nos esclarece que para a nossa salvação
o que precisamos é ter fé. Pois a fé e sua prática irá nos salvar. “justificados pela fé em Cristo e não pela
prática da Lei,
porque pela prática da Lei ninguém será justificado”. “se a justiça vem pela Lei, então Cristo morreu inutilmente”.
porque pela prática da Lei ninguém será justificado”. “se a justiça vem pela Lei, então Cristo morreu inutilmente”.
Os judeus haviam
deturpado a Lei de Moisés, criando mais e 600 mandamentos os quais visavam os
seus interesses em detrimento dos pobres e excluídos. É por isso que Paulo
nesta carta está combatendo o bom combate, combatendo a maneira de crer dos
judeus, os quais se julgavam os mais corretos, e puros diante de Deus. No
entanto, os valores essenciais para a salvação, eles ignoravam. E por isso
foram criticados e combatidos pelo próprio Jesus Cristo.
“Não sou
eu que vivo, é Cristo que vive em mim”
. Essa é a frase do tipo carro
chefe da doutrina, do trabalho, da missão de Paulo, esse gigante da nossa
Igreja! Que maravilhoso seria se cada um dos leigos e cristãos atuantes pudesse
pensar e dizer também assim: É CRISTO QUE VIVE EM MIM. É Cristo que faz tudo o
que eu faço. É Cristo que catequisa através da minha boca, é Cristo que vai
levar a palavra lá na periferia, nas favelas, através da minha pessoa...
EVANGELHO
A liturgia deste
domingo nos conduz a refletir sobre o perdão. Jesus perdoou Davi por meio do
profeta Natã, e hoje Deus nos perdoa através do sacerdote. Mas para que o
perdão tenha seu valor, é necessário que haja arrependimento de nossa parte.
Do mesmo modo, para
que sejamos perdoados, será necessário perdoar o irmão, a irmã que nos ofendeu.
Assim. Não está
correto, depois de brigar com o filho, com o pai, com a esposa, com o marido,
com o irmão, com a irmã, você ir imediatamente ao padre para se confessar e ser
perdoado.
Por que? Por que a
briga foi recente, e em sua mente, ainda paira a raiva, estão presentes todas
as palavras ofensivas que disse àquela pessoa, e que ela lhe disse.
É preciso deixar
esfriar, é indispensável, antes de procurar o padre, primeiro fazer as pazes
com aquela pessoa com a qual você teve um atrito. Pedir desculpas, perdão ou se
isso estiver difícil, começa a brincar de novo com esse alguém com o qual você
brigou recentemente. Pelo menos tente reconciliar. Tente fazer as pazes, faça
um esforço par chegar junto, para voltar ao que era. O seu ESFORÇO de
reconciliar é que conta diante de Deus.
Mas tem de ser sincero. Viu?
Por que temos de agir
assim? Foi Jesus quem nos ensinou, dizendo mais ou menos assim: “Se você estiver levando uma oferta a Deus e diante
do altar lembrar que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta
ali e vai primeiro pedir perdão e perdoar o teu irmão, e depois volta para
terminar a tua oferta.”
Procuremos resolver
as nossas diferenças depois que a cabeça esfria. Procuremos conversar, explicar
o porquê das coisas, com calma, e acima de tudo com a DEVIDA CARIDADE”
Deus nos perdoa e nós
temos de perdoar os nossos devedores, como rezamos todos os dias através do Pai
Nosso. Pois se não perdoarmos, não seremos perdoados pelo Pai.
Temos dificuldades
para perdoar. Uns mais, que outros. Existem pessoas que sofrem por não
conseguirem perdoar as ofensas das pessoas com as quais convivem. Parentes,
amigos e demais pessoas. Ficam guardando as mágoas em sua mente, e isso afeta
grandemente a sua alma. Em outras palavras, GUARDAR MÁGOA NOS FAZ GRANDE
MAL. O rancor afeta o nosso sistema
emocional, nosso humor, nossa moral e o pior. DESTRÓI A NOSSA ESPIRITUALIDADE!
Outros, são incapazes
de pronunciar palavras como: DESCULPE-ME, ou ME PERDOA...
Existem pessoas que
são incapazes de reconhecer que ofendeu alguém, e que é necessário pedir
desculpas ou mesmo perdão.
Então. Não perdoar os
nossos devedores, aquelas e aqueles que diariamente nos ofendem, e com os quais
somos obrigados a nos relacionar, como é o caso da família, dos colegas de
trabalho, colegas de classe, etc, ISTO É UMA RAIVA REPRESADA QUE SE VOLTA
CONTRA NÓS, e nos faz um mal maior do que o mal que fazemos às pessoas com as
quais ficamos de mal. Guardar ódio das pessoas, FAZ UM GRANDE MAL A NÓS
PRÓPRIOS!
Você reparou que os fariseus ao
fazer aquela observação a respeito de Jesus em relação àquela pecadora, eles se
julgavam impecáveis, puros diante de Deus?
É, nós somos assim. Nos
julgamos impecáveis, perfeitos, e os outros e as outras são pessoas cheias de
defeitos, que precisam ser corrigidos por nós, que estamos capacitados para
fazer isso.
Os fariseus só pensavam numa
coisa: a observância da Lei. Caridade, perdão, acolhimento dos pobres, tudo
isso ficava de lado.
Jesus hoje nos ensina a
perdoar, a não discriminar, a não fazer distinção de pessoas, como Ele o fez ao
aceitar o convite daquele fariseu para ir almoçar em sua casa.
Amigos leitores e
leitoras. Confiemos na misericórdia
divina, busquemos o perdão do Pai por meio do sacerdote, e em seguida
esqueçamos as nossas faltas do passado, e vivamos uma vida, nova, sejamos uma
criatura nova, seguindo os passos de Jesus, embora estejamos rodeados e envolvidos
por muitas distrações, que nos arrastam para o pecado. Vamos rezar com mais
devoção, vamos meditar a palavra de Deus, sem dar ouvidos àqueles e aquelas que
querem nos tirar do caminho da casa do Pai. Sem nos importar com o mundo
infiel, com aqueles que preferem viver por conta própria sem permitir que Deus
entre em suas vidadas.
Um bom domingo, José Salviano
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