TERÇA FEIRA DO TEMPO PASCAL 12/04/2016
1ª Leitura Atos 7, 51 – 8, 1
a
Salmo 30 (31) ,6 a “Em Vossas mãos entrego meu Espírito”
Evangelho João 6, 30-35
"JESUS, O PÃO VERDADEIRO"
Nesse Evangelho, a multidão
faz um grande esforço para buscar Jesus e seus discípulos, pegam os barcos
disponíveis por ali e fazem a travessia até chegar a Cafarnaum, onde ele estava
na outra margem do lago. Como hoje há também uma multidão que se esforça,
dentro de suas igrejas, a buscarem Jesus. A pergunta é: o que essas pessoas
buscam? O que elas veem em Jesus Cristo? As respostas variam muito, há os que
buscam a cura de uma enfermidade, outros buscam a prosperidade em troca de um
dízimo altíssimo, outros até buscam os sacramentos, mas sem compreender nada
sobre eles, não é errado buscar coisas materiais ou pedi-las a Deus, por intercessão
de Jesus Cristo, o problema, é quando nada mais enxergamos nele, além disso,
cura física, patrimônio, ganhos financeiros um bom emprego com um ótimo
salário, a libertação de toda e qualquer angústia que nos traga algum
sofrimento físico ou moral.
Entretanto, sabemos muito bem
que tudo isso, um belo dia vai ficar para trás: nosso corpo saudável, nossos
bens materiais, nossa carreira profissional, tudo isso são coisas perecíveis,
mas que, no entanto, muitas vezes estão no centro de nossas atenções, e a vida
vai girando sempre em torno daquilo que podemos ter de bom, em todos os
aspectos, e a religião entra como a grande aliada do homem, pois se me submeto
a uma religião, Deus me recompensa dando-me tudo àquilo que preciso, para viver
bem. É exatamente com essa intenção que nos dias de hoje, uma grande multidão
lota alguns templos nas grandes metrópoles.
Mas esta reflexão é válida
para todos nós cristãos, porque parece que não sabemos bem o que queremos, e
nos contentamos apenas com a casca da fruta, colocamos nossa atenção na
embalagem do produto, em resumo, nos contentamos com tão pouco, quando Jesus
nos oferece um tesouro inestimável, algo novo, inédito e valiosíssimo, mas a
multidão não quer arriscar deixar de lado a religião de Moisés, a cuja tradição
estavam ligados, “O que faremos para praticar as obras de Deus?” Para eles
Moisés era até agora a maior referência, porque garantiu alimento para o povo
no deserto, e bastava cumprir a lei que já estava no caminho certo. Não
precisava pensar e nem comprometer-se com nada, bastava não fazer nada de
errado, e pronto, o resto era com Deus! “Que milagres fazes, para que vejamos e
creiamos em ti, que obras realizas?” Em outras palavras, o que vamos ganhar se
te seguirmos.
Hoje em dia, com o fenômeno
religioso que se apresenta como uma resposta diante dos inúmeros problemas
existenciais, a religião mais procurada é aquela que oferece maiores vantagens,
não exige muito sacrifício nem comprometimento, é quase que o princípio do
melhor custo benefício, investir bem pouco e ganhar muito. Muitas vezes,
pensando desse modo, acabamos pecando, quando valorizamos mais a quantidade do
que a qualidade, vendo nisso um indicativo de crescimento em nossas
comunidades.
Crer naquele que o Pai
enviou, não significa deixar tudo por conta de Jesus, antes, é tê-lo como nossa
referência única e autêntica, despojando-nos do Velho Homem e renovando os
sentimentos de nossa alma, revestindo-nos do homem novo, criado a imagem e
semelhança de Deus, em verdadeira justiça e santidade. Não é importante o TER
mas o SER, é isso que Jesus nos oferece, um novo ser, totalmente livre para
tomar decisões e fazer escolhas na vida, a partir de Jesus Cristo, aquele que
nos renovou por completo com sua obra redentora. (Diácono José da Cruz –
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP- E-mail cruzsm@uol.com.br)
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