5º DOMINGO DA PÁSCOA
24 de Abril de 2016
1ª Leitura - At 14,21b-27
Salmo
- Sl 144
2ª
Leitura - Ap 21,1-5a
Evangelho - Jo 13,31-33a.34-35
PRIMEIRA LEITURA
Naqueles primeiros tempos do nascimento e crescimento da Igreja
viva, os primeiros cristãos não tinham a oportunidade de participar diariamente
da santa missa e da Eucaristia. Porém, eles comungavam uns aos outros pela
vivência de uma fé comunitária, onde tudo era de todos.
Os apóstolos em cada lugar que passavam fundavam uma Igreja, uma
nova comunidade de novos cristãos, que acreditavam na palavra viva de Jesus
Cristo. E diante de muitos conflitos, de muito egoísmo, era preciso incentivar
os novos crentes a permanecerem firmes na fé. Pois aqueles recém-convertidos,
precisavam de uma catequese profunda e perseverante, caso contrário seriam
levados pela enxurrada de forças contrárias, representadas principalmente pela
grande quantidade de crenças existentes naquela época, que os poderiam esfriar
na nova fé adotada. Mas os apóstolos estavam com a força de Deus com eles.
Orações, jejuns, sacrifícios de caminhadas em deslocamentos para
outros lugares, e sofrimentos diversos, tudo isso eles experimentavam na
alegria e na certeza de estar fazendo a coisa certa, e por isso ofereciam diariamente
a Deus essa doação missionária e comunitária. Fugindo do pecado, fazendo o bem e
evitando o mal, e FIRMES NA FÉ, a serviço do Reino de Deus, eles embora não
tivessem como nós, a oportunidade de comungar o corpo e o sangue de Cristo
todos os dias, viviam uma vida de entrelaçamento fraterno, que os unia e os
fortalecia para continuar firmes na fé, e conquistar todos os dias novos
cristãos.
Também nós, quando não conseguimos vencer completamente alguns dos
nossos pecadinhos que por mais leves que sejam nos incomodam, algum vício
pertinente, que nos deixa sem o devido preparo para comungar, ou para quem mora
em lugares distantes de uma paróquia, ou mesmo por falta de sacerdote não
consegue receber a hóstia consagrada diariamente, sigamos o exemplo dos
primeiros fiéis. Permaneçamos FIRMES NA FÉ como eles, pela prática da oração
constante, pelo sacrifício da renúncia, pela meditação da palavra, podemos
seguir a nossa caminhada aos olhos de Deus. Pois Deus sabe das nossas
fraquezas, da nossa boa intenção de viver a fé, e almejar sempre a santidade. A
nossa intenção fala mais alto do que uma Eucaristia quando estamos indignos.
Precisamos permanecer
firmes na fé, pois esse é o nosso principal objetivo nessa vida terrena. Custe
o que custar, temos de guardar a fé. Nem sempre teremos paz e alegrias nesta
vida, pois o sofrimento faz parte dela.
É ilusória a oferta
de prosperidade oferecida por outros líderes de outras seitas, ou religiões.
Eles prometem uma vida de abundância e muito dinheiro a quem aceitar o seu
convite para entrar para a sua igreja. Isso é pura enganação, é propaganda
enganosa.
Muitos se decepcionam quando ao participar da vida religiosa, não
alcançam a felicidade plena.
Por que é preciso
passar por muitos sofrimentos para podermos alcançar a vida eterna. Não podemos
viver esta vida como se ela fosse para sempre. Esta vida é apenas a primeira
parte bem curta da nossa existência. A parte maior será no inferno ou no Céu.
Você é quem escolhe.
SALMO
Bendirei
eternamente vosso santo nome, ó Senhor.
Misericórdia e piedade é o Senhor, Ele tem
paciência com as nossas fraquezas, espera o momento em que possamos decidir a sair
dessa vida de pecado e voltar para Ele.
Deus é amor, é paciência, é compaixão. Ele sabe das
nossas mazelas, sabe do que fomos feitos. Por isso sua compreensão é infinita e
eterna. O Senhor é muito bom para com todos, e sua ternura abraça toda
criatura. Porém, é bom que não abusemos da sua bondade. É bom que escutemos o
seu chamado a conversão e não pequemos mais.
SEGUNDA LEITURA
O texto está se
referindo ao Paraíso, no qual viveremos sem os sofrimentos da fase de vida
terrena. O dragão é o diabo que vive nos atormentando, nos arrastando para o
pecado nesta vida. Lá na Glória eterna, ele não fará parte da nossa nova vida.
O Céu é a tenda definitiva, a nossa morada eterna, na qual
experimentaremos SÓ ALEGRIAS! Viveremos sem nenhuma tristeza!
Por isso, não tenhamos medo da morte. É através dela que passaremos
a viver essas maravilhas que ninguém imaginou o quanto são boas, e viveremos
assim eternamente!
EVANGELHO
Primeiro Jesus viveu
o mandamento do amor durante toda a sua permanência na Terra, e no final Ele
recomendou esse amor de uns para com os outros, para todos os que tinham boa
vontade.
Jesus fez questão de
mostrar que Ele veio para servir e não para ser servido. A cerimônia do
Lava-pés foi um exemplo forte disso. O Filho de Deus lavou e beijou os pés dos
apóstolos, numa atitude de pura humildade, para mostrar como os seus seguidores
deveriam ser.
Então só depois de um testemunho de total desprendimento de si em
relação ao outro, depois de um completo testemunho vivo de amor fraterno, Jesus
então nos deu UM NOVO MANDAMENTO para que o mundo tenha paz. Para que a família
seja feliz. Para que você e eu alcancemos um dia a glória eterna.
Nós precisamos imitar esse gesto de Jesus. Primeiro temos de
testemunhar a vivência do AMOR FRATERNO. E somente depois disso, devemos
anunciar a todos quantos pudermos, o NOVO MANDAMENTO anunciado por Cristo.
Os funcionários das empresas, usam um crachá de identificação,
pendurado no pescoço. Também o bom cristão, o leigo atuante, o católico
praticante, também usa um crachá. E esse distintivo é a sua maneira, o seu modo
de tratar uns aos outros. Sem falsidade, sem exclusão, sem mentiras e com
dedicação.
Assim como os funcionários se distinguem como membros daquela
empresa, pelo visual exibido pendurado a uma fita, nós, cristãos autênticos,
seguidores e discípulos de Cristo, também nos revelamos seguidores de Cristo aos
demais, pela nossa conduta quase impecável de amor ao próximo. Dizemos “quase”,
por que nunca seremos plenos, completos, perfeitos cristãos. Veja, que somos
apenas IMITADORES de Jesus Cristo, e nunca iguais a Ele.
O AMOR DE JESUS é algo muito maior do que o
amor familiar: De pai para filhos, de filhos para com os pais, de esposo para
com a esposa, e vice-versa, assim como o amor entre amigos, namorados etc. Esse amor natural entre amigos e parentes,
nem sempre é puro, e limpo de qualquer maldade. Pois como sabemos, muitos se
casam por interesse econômico, numa espécie de prostituição discreta e
planejada. É uma moça linda, mas pobre que se casa com um rapaz feio, porém
rico, é um jovem pobre mas cheio de saúde que aceita se unir ou casar com uma
mulher mais velha do que ele, ou mais feia, tudo por causa de dinheiro, tudo
visando a sobrevivência. Assim, vemos que o amor entre parentes e amigos está
longe de ser um relacionamento pacífico. Vemos todos os dias crimes bárbaros,
que acontecem justamente entre as pessoas mais chegadas, mais próximas, ligadas
pelo desejo, pelo prazer, ou forte amizade que de uma hora para outra, vira
inimizade, tudo por culpa do EGOÍSMO E FALTA DE AMOR FRATERNO, não obstante o
amor carnal ser forte.
O amor do NOVO MANDAMENTO anunciado por Jesus, é puro, sem
interesse, sem apego emocional ou carnal, é o AMOR FRATERNO, EM NOME DE JESUS.
Esse amor só tem um interesse: Alcançar ou merecer a glória eterna, fazendo a
vontade do Pai, que disse pela boca do seu Filho: “Amai-vos uns aos outros”.
Mas não é somente para fazer a vontade do Pai, que nos amamos na
prática vital. Precisamos amar-nos uns aos outros, para que A NOSSA VIDA SEJA
SUPORTÁVEL, AGRADÁVEL. Pois quando não
há amor fraterno, quando a vida gira apenas em torno de INTERESSES, o resultado
é o que vemos todos os dias nos noticiários: Violência e mais violências,
causadas pelo nosso egoísmo desenfreado, desmedido e sem limites e sem os
freios, daqueles que pautam as suas vidas apenas visando uma melhor
sobrevivência para si, sem nenhuma preocupação com o bem-estar do irmão, ou da
irmã. É o império do egoísmo disfarçado
de gentilezas, sorrisos falsos, e apertos de mãos...
Somos gentis, e simpáticos até quando há interesses. A partir do momento
em que o irmão ou a irmão não nos interessa mais, não serve mais para
satisfazer os nossos desejos, os nossos planos, passamos a ser indiferentes a
eles, não sorrimos, não ajudamos, não damos nenhuma esmola. Pois isso NÃO GERA
RETORNO, assim pensamos.
Muitos acham que a vida é um comércio. Um toma lá, dá cá. Que tudo
gira em torno do interesse. E o casamento não passa de um contrato social, para
oficializar socialmente o amor carnal.
A vida está se tornando um verdadeiro inferno, por que é grande o número
daqueles que não praticam o Novo Mandamento, sugerido por Jesus.
O amor fraterno não visa nenhum retorno. Jesus disse: quando fizer uma festa, convida os pobres e
famintos, e não os do teu nível que também podem depois te convidar.... Quem
de nós seria capaz de fazer isso? Os políticos? Os comerciantes?
O amor do Novo Mandamento, visa: Uma melhor sobrevivência, e o
merecimento da glória eterna. Pois tratando bem o outro e a outra, eles também
irão nos tratar bem, e assim a vida vai fluir bem melhor. Assim como quando
damos uma ajuda, uma esmola, fazemos uma boa ação pelo necessitado, estamos
construindo UM TESOURO NO CÉU, como o próprio Jesus nos disse.
Amai-vos uns aos outros para o vosso próprio bem! Seja caridoso,
caridosa, e terás a recompensa do Pai!
Amigo, amiga. Sua vida anda
enrolada? Nada parece dar certo? Pare, pense. Será que você não é daqueles ou
daquelas que vive pronunciando o nome de Deus e até reza, mas não pratica o
Mandamento do Amor ao irmão?
Está na hora de perdoar, de tolerar, de ajudar, de dar um sorriso
sincero, de não falar mal dos outros, de não se achar melhor que eles. É hora
de conviver do jeito certo, ou seja, VIVER COM os outros, aceitando a todos do
jeito que eles são, sem querer moldá-los para que fiquem no nosso jeito:
Pensando, agindo e querendo como nós.
Aí você vai me dizer: Mas eu não tenho de evangelizar? Sim. Só que
no caso dos amigos e parentes, a nossa catequese funciona mais pelo exemplo e
pelo testemunho do que pela palavra. Façamos isso e assim estaremos amando uns
aos outros como Cristo nos amou.
Bom domingo, José Salviano.
Parabéns pelo texto Pe. Salviano
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