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terça-feira, 19 de abril de 2016

Evangelhos Dominicais Comentados-Jorge Lorente


24/abril/2016 – 5o Domingo da Páscoa

Evangelho: (Jo 13, 31-33a.34-35)

Assim que Judas saiu, disse Jesus: “Agora o Filho do homem foi glorificado e Deus nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará em breve. Filhinhos, só por pouco tempo estarei convosco. Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

COMENTÁRIO

Estamos nos aproximando do dia das mães, no próximo mês celebraremos a rainha do lar, e neste evangelho parece que Jesus quer prestar sua homenagem a todas elas. Jesus, com uma ternura materna chama seus amigos de filhinhos e nos fala de coisas alegres, fala de glória, vida e amor.

Jesus sabe que chegou a sua hora e conversa com seus discípulos. O evangelista narra uma despedida entre pessoas que se amam. A atitude de Jesus é igual daquela mãe que precisa viajar e que vai ficar um bom tempo longe da família. Aproveita até o último minuto para passar orientações aos filhos.

Já está na hora de partir, é a última chamada para o embarque, e a mãe está ali, passando ainda as últimas instruções. Cuide-se! Evite hambúrgueres e refrigerantes, não durma tarde e nem até tarde! Despedida entre pais e filhos parece gravação. As palavras, usadas na despedida, parecem sempre as mesmas.

Não é o que acontece com Jesus. Ele usa palavras profundas. Seu ensinamento agora é para valer, sua preocupação é muito maior do que parece. Vai deixar seus discípulos, os seus filhinhos, à mercê dos inimigos e sabe que só no amor poderão encontrar forças, só a união poderá salvá-los.

Tente imaginar a cara dos amigos de Jesus: deviam estar desanimados, sentindo-se desamparados, talvez com uma vontade enorme de chorar e de acompanhar o Mestre, mas ainda não era chegada a hora, não estavam entendendo nada do que estava acontecendo, nem preparados para enfrentar a realidade.

Jesus sabia até onde poderiam chegar. Eram tão limitados... muito parecidos conosco. Certamente iriam fraquejar na hora de demonstrar força e toda sua fibra. Jesus sabia também que só o tempo, a união, a convivência fraterna e a ação do Espírito Santo poderiam mudar aqueles homens. Jesus também fala de glórias.

Deus Pai dá glória ao Filho, e Jesus com sua obediência, com seu gesto de aceitação e amor, glorifica o Pai entregando-se à morte para redimir a humanidade. A cruz é para Jesus uma forma de glorificação, pois foi através dela que venceu o pecado e a morte. Coisas profundas, difíceis de entender.

Não eram somente os apóstolos que não estavam entendendo nada, nós também nunca entenderemos o porquê de tanto sofrimento. Entregar-se aos malfeitores, submeter-se às humilhações e até mesmo à morte para salvar a todos, inclusive aqueles que queriam matá-lo. Como entender isso?

Nunca entenderemos, porém, com um pouco de boa vontade podemos, pelo menos, perceber o tamanho do amor de Jesus por nós. Esse é o amor que Jesus pede a cada um de nós, seus discípulos. Um amor sem medidas, enorme! Um amor capaz de trazer a paz e a salvação; um amor capaz de devolver a vida ao irmão.

"Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei!" Jesus não manda simplesmente amar, tem que ser do seu jeito, da sua maneira. Quem souber amar com essa intensidade estará testemunhando que um novo céu e uma nova terra já começaram.

"Amem-se uns aos outros, essa será a grande prova que vocês são meus discípulos". Realmente, Jesus tem toda razão, não basta carregar no peito, um crachá escrito “cristão” e a Bíblia debaixo do braço, sem viver a aproximação e a partilha. O que identifica o cristão é o amor. Essa é a mensagem de Jesus.

Ele manda amar sem restrições, sem olhar raça, cor ou classe social. Jesus quer que amemos também aqueles à quem relutamos dar amor. O jeito novo de Jesus manda amar da forma como amam as mães; sem restrições, sem divisões... amar não só porque o outro merece, mas sim, porque ele precisa do nosso amor.
 (1799) / (2761)




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