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de Novembro - Sexta - Evangelho
- Lc 17,26-37
O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem
for revelado.
Neste Evangelho, Jesus nos fala a respeito da sua
segunda vinda à terra. Será bem diferente da primeira, pois ele aparecerá com o
seu poder, glória e autoridade divinas.
Jesus acentua que o seu julgamento que fará a todos
nós, na sua segunda vinda, será personalizado, e bem diferente de uma pessoa
para outra, mesmo que vivam ou trabalhem juntas. O julgamento terá como base as
nossas obras, boas ou más.
Os discípulos fiéis de Jesus não precisam ter medo,
pois será um encontro muito alegre e gratificante. O julgamento deles não terá
surpresas, pois eles já conhecem os Evangelhos, e o seguem.
Já os perversos vão ver com quantos paus se faz uma
canoa. Vão tremer como vara verde. O impacto que eles terão será chocante e sem
chance de voltar atrás. Será o choque da mentira com a verdade, da prepotência
com a derrota.
As duas comparações são claras: 1) Nos dias de Noé
(Cf 7,17), as pessoas comiam, bebiam, casavam-se... até que veio repentinamente
o dilúvio e pegou todo mundo desprevenido, com exceção de Noé e sua família,
que estavam preparados e por isso se salvaram na Arca. 2) Em Sodoma foi pior
(Cf Gn 19,23). As pessoas viviam no pecado achando que tudo era normal; até o
momento em que caiu fogo do céu e matou todo mundo, menos Ló e sua família. A
esposa de Ló teve um momento de fraqueza na fé e olhou para trás. Imediatamente
foi transformada numa estátua de sal (Cf Gn 19,26).
Como naquele tempo, também hoje, as pessoas que
vivem submersas nas leviandades e absorvidas pelo culto a outros “deuses”,
serão surpreendidas de forma irrevogável pela presença do Filho do Homem, o
Juiz.
Deus manda continuamente sinais: acidentes,
tragédias, terremotos... Muitas pessoas ficam assustadas, mas param por aí.
Outras aproveitam para dar um passo à frente na direção da Palavra de Deus. Por
isso que a sorte será diferente para cada um. Duas pessoas que vivem ou
trabalham juntas, uma será tirada e a outra deixada.
Os discípulos perguntaram a Jesus: “Senhor, onde
acontecerá isso?” Jesus responde: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os
abutres”. Abutres são aves que se alimentam de carniça, como os urubus
brasileiros. Onde existe carniça, aí se reúnem os urubus. Podemos dar outros
exemplos, com o mesmo sentido: onde existe doce, aí se reúnem as formigas; onde
existe bar, aí se reúnem os cachaceiros; onde existe sacrário, aí se reúnem os
amantes da Eucaristia... Em outras palavras, Jesus responde a pergunta dos
discípulos dizendo-lhes que não é importante saber o dia ou o local da sua
vinda, pois ele vai encontrar cada um fazendo aquilo que gosta. Vai pegar o
urubu em volta da carniça etc.
Por outro lado, sua vinda será chocante para os
maus, pois os encontrará fazendo aquilo que gostam, que é o mal.
Para uns, Missa no domingo não tem valor; para
outros, o domingo não tem sentido se não participar da Missa. Uns nem se
lembram da data do batismo ou do casamento; outros vêem essas datas como
importantíssimas na vida.
No fundo, Jesus quer dizer que este mundo tem um
condutor, que é Deus, o qual é infinitamente mais poderoso que todas as forças
do mundo juntas. Isso não aparece agora, mas um dia veremos. Por isso devemos
viver preparados.
Havia, certa vez, uma onça que sabia de tudo o que
acontecia nos matos. Seu espírito crítico era felino; tudo ela percebia e
criticava. Ela enxergava defeitos em tudo e em todos, e comentava com a
bicharada.
Um dia, aquela onça começou a sentir a visão meio
cansada, enxergando pouco, e procurou um oftalmologista. Este resolveu fazer
uma cirurgia nos olhos dela. Terminada a recuperação da cirurgia, a onça se
mandou novamente para os matos.
No entanto, algo muito estranho estava acontecendo:
agora ela enxergava muito mais defeitos, coisas horríveis. E ela pensava: será
que a bicharada piorou ainda mais? Eram tantos os defeitos que ela enxergava
que, inquieta, procurou novamente o oftalmologista.
Este examinou seus olhos e disso: “Dona onça, a
senhora me desculpe! O erro foi meu. Quando eu fiz a cirurgia nos seus olhos,
eu me enganei e coloquei seus olhos voltados para dentro. Por isso que a
senhora estranhou, pois está vendo os próprios defeitos”. E recolocou os olhos
na posição certa.
A onça voltou novamente para a floresta, mas agora
era mais prudente ao criticar os demais bichos, pois sabia que seus defeitos
eram bem maiores.
Jesus virá de surpresa. Que ele nos encontre sem
pecado, especialmente os pecados da língua. Que sejamos rigorosos conosco
mesmos, mas muito condescendentes e compreensivos diante das falhas dos outros.
Maria Santíssima, a discípula fiel do Senhor, viveu
sempre preparada para o segundo encontro com o seu Filho, vindo como Juiz. Por
isso hoje ela brilha no céu como a estrela da manhã. Que ela nos ajude a viver sempre
preparados para o encontro com o seu Filho.
O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem
for revelado.
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