Bom dia!
Inicio essa reflexão com um pensamento bem particular: os discípulos de
Jesus são conhecidos pelo amor uns aos outros e aos que mais precisam e por
eles superam as pressões e os entraves da vida em comunidade.
“(…) O discípulo nasce pelo fascínio do encontro com Cristo e se
desenvolve pela força da atração que permanece na experiência de comunhão dos
discípulos de Jesus. ‘A Igreja cresce, não por proselitismo, mas ‘por atração:
como Cristo atrai tudo para si com a força de seu amor’. A Igreja atrai quando
vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns
aos outros como ele nos amou’“. (CNBB – Documento 87, §89)
Vivemos tempos onde as pessoas não querem mais se responsabilizar umas
pelas outras. Tenho “compromissos cristãos” bem definidos, ou seja, participo
das celebrações e de uma pastoral ou movimento, ou ajudo nas festas ou ajudo no
recolhimento e entrega de materiais de primeira necessidade como roupas,
alimentos, (…). Graças a Deus, desses operários a igreja esta bem suprida, mas
novos campos precisam ser roçados (internet, livros, CDs, DVDs,…); novos campos
precisam ser cuidados (juventude, promoção humana, política, relações sociais,
comunicação…) e reconquistar campos abandonados (família, filhos, casamento,
amor ao próximo).
O operário que precisamos hoje na messe é extremamente capacitado por
Deus, mas muitas vezes pouco utilizado ou aproveitado por nós, às vezes por
mera vaidade ou “medo de perdermos o espaço”. Aos pastos repletos de lobos
Jesus envia os mais experientes ficando assim o cuidar do rebanho para os que
foram ensinados pelo pastor. Mas tenho uma pergunta: onde estão eles?
Muitos pararam no caminho em virtude das perseguições dos próprios
filhos de Deus que existem em toda comunidade. Pessoas que por imaturidade e
frustrações pessoais “abraçam” a igreja como local para realizarem suas
necessidades de ser reconhecido e poder “mandar” em alguém.
Não estou falando nenhuma coisa que não saibamos ou que não vivamos em
nossas comunidades; padres nos seminários sofrem com isso também. Não é um
conforto, mas se até Jesus teve que enfrentá-los, por que nós não teríamos?
A proposta da CNBB para o evangelho de hoje é bem nesse foco: Dizer para
cada um que pensou em desistir a continuar lutando pelo reino de Deus
“(…) Existem pessoas que vivem chorando pelos cantos por causa das
ofensas e calúnias das quais são vítimas no trabalho evangelizador. O Evangelho
de hoje nos mostra que não deve ser essa a atitude dos discípulos de Jesus.
Quando Jesus realiza a expulsão de um demônio, é caluniado, pois afirmam que é
pelo poder do mal que ele faz exorcismos. Jesus simplesmente continua a sua
caminhada, preocupando-se com o sofrimento e as dores de todos os que encontra
pelo caminho e fazendo o bem a todos, olhando a todos com compaixão e
preocupando-se porque são como ovelhas que não têm pastor. Assim também devemos
ser nós, não devemos viver preocupados com as calúnias que nos são dirigidas,
mas sim preocupados em fazer o bem”. (proposta do site da CNBB)
Por que é que mesmo lendo isso ainda me calo, fujo ou desisto?
“(…) Quando Jesus viu a multidão, ficou com muita pena daquela gente
porque eles estavam aflitos e abandonados, como ovelhas sem pastor”.
Se me calo, desisto ou “entrego os pontos” o mundo vai aos poucos parar
de ouvir meus valores, preceitos e no que acredito. Se parar de acreditar, de
denunciar, de aprender é sinal que o mundo conseguiu me mudar.
Não ligue para aqueles que ficam procurando defeitos no seu trabalho.
Faça sim uma reflexão permanente se algo do que falam é verdade, no entanto,
entendendo e verificando que o motivo da crítica é a inveja ou dor de cotovelo,
bata o pé e continue.
Rezemos para que os filhos de Deus não se persigam.
Um imenso abraço fraterno.
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