25 de Julho de
2013 QUINTA
- Evangelho
- Mt 20,20-28
O Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por uma multidão. Cristo para encerrar um triste incidente que
se deu entre os Apóstolos. Vale a pena recordá-lo: A mãe dos filhos de Zebedeu
aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. Queres ver a fé
desta mulher? Considera o momento em que faz o seu pedido. Quando apresenta sua
súplica, quais são as circunstâncias de sua petição? A cruz estava preparada, a
paixão se aproximava a milícia dos judeus já organizara suas fileiras. O Senhor
fala de sua morte, os discípulos se agitam à vista da paixão, tremem ao seu
anúncio, perturbam-se com o que ouvem, sua coragem vacila. É então que aquela
mãe aparece e penetra no meio dos apóstolos. Tenta captar o favor real,
implorando um trono para seus filhos.
Fazendo uma leitura positiva deste episódio poderíamos dizer que com os
olhos da fé a mulher vê o futuro e antecipa as palavras do ladrão. Na cruz,
este dizia: Lembra-te de mim, quando entrares em teu Reino (Lc 23, 42). Ela,
antes da cruz, suplica em vista do Reino. Aquela mulher via a paixão, mas, em
espírito, percebia a ressurreição. Via erguer-se a cruz, mas também abrir-se o
céu. Via os cravos e contemplava já o trono de glória.
A mãe adotou um ar solene, um olhar suplicante: Prostrou-se diante de
Jesus, para lhe fazer um pedido. E que pediu? O melhor para os filhos, como é
próprio de uma mãe: Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino,
um à tua direita e outro à tua esquerda. Nada menos! Pedia os dois primeiros
lugares naquele Reino que tanto ela como os filhos ainda imaginavam como um
reino terreno.
Jesus olhou-a, imagino que carinhosamente divertido. Sorrindo,
dirigiu-se aos dois que tinham vindo com a mãe, e disse-lhes: Não sabeis o que
pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? Cristo ia ser, Rei, mas o
seu Reino seria conquistado pela Cruz, por meio da sua entrega redentora. Eles
não sabiam ainda o que isso significava, saberiam mais tarde; mas, mesmo assim,
com simplicidade inconsciente, respondem sem hesitar: Podemos! Como que a
dizer: Estamos dispostos a tudo, contanto que nos tenhas, no Reino, como homens
de confiança, bem perto de ti.
Foi aí que irrompeu o conflito. Os dez outros Apóstolos, que haviam
ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. Pronto, já estava armada a
briga. O Evangelho não a descreve com detalhes, mas todos sabem as caras que
fazemos, as palavras que pronunciamos e o tom com que falamos quando estamos
morrendo de raiva. No caso, morrendo de inveja: Quem pensam que são esses dois,
que querem passar à frente de todos nós, e ainda por cima com intercessão
materna?
Jesus, calmo e entristecido pelo espetáculo, chamou-os, e disse-lhes:
Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com
autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande
entre vós faça-se vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro
faça-se vosso escravo. Assim como o Filho do homem – o próprio Jesus – veio,
não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por uma
multidão.
A ambição dos
dois irmãos, e a explosão irritada dos outros dez, deram ensejo ao Senhor para
expor uma das lições mais belas do Evangelho: o espírito de serviço. Não nos
podemos comparar, para ver se um é mais do que o outro; não nos devemos deixar
arrastar pela inveja e uma competitividade vaidosa; pelo contrário, a nossa
ambição deve ser dar-se totalmente e servir, por amor, como Jesus faz. Aí
encontraremos a felicidade. Porque é dando que se recebe, é amando que se é
amado, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se ressuscita para a vida
eterna.
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