26 de Julho de
2013 SEXTA
-Evangelho
- Mt 13,16-17
CONVERTER O CORAÇÃO, AOS POUCOS!
Quem já viu uma semente de
mostarda? Exatamente! Ela não é a menor das sementes! E, quando cresce, também
não se torna a maior das hortaliças. Mas, então, Jesus deu informações erradas
nas parábolas que contou? É isso que queremos meditar juntos, hoje.
Algo que todos os cristãos ou estudiosos
independentes dos Evangelhos deveriam ter em mente é que eles não foram
escritos no Brasil, em Português, alguns anos atrás, por vários sacerdotes
nacionais. Os Evangelhos foram escritos há quase 1900 anos, por judeus ou
gentios influenciados pela cultura judaica, numa língua Grega influenciada pelo
Latim e pelo Aramaico. Portanto, estamos falando de uma cultura muitíssimo
diferente da nossa.
Jesus Cristo, mesmo sendo Filho de Deus,
respeitou a linguagem e o conhecimento popular da época. Ele não quis revelar
que, no século XX, o ser humano iria inventar uma máquina chamada computador, e
que a humanidade toda estaria interligada por meio de redes (Internet), e que
haveria um site que falaria, on-line, de sua pessoa. Esses exemplos servem para
que nós nos conscientizemos que as parábolas respeitam a sua época e a sua
cultura, e que elas não são verdades factuais, mas são formas com que Jesus
encontrou para se revelar ao seu tempo e aos ouvintes daquela época.
O Reino dos Céus é revelado, aos poucos,
por Jesus aos seus discípulos e à multidão. Jesus não define o que seja o Reino
dos Céus (Reino de Deus, nos demais evangelistas), mas introduz os seus
ouvintes na vivência desse mistério. O Reino dos Céus é como a sementinha, um
grãozinho pequeníssimo, que, com o passar do tempo e com as devidas condições,
torna-se uma grande e frondosa árvore. Ou seja, a nossa pregação e o nosso
esforço por fazer a mensagem de Jesus conhecida parecem ser pequenos e não
produzirem frutos, mas, aos poucos, os resultados da missão e da pregação da
Palavra de Deus vão se revelando como uma sequoia gigantesca; um carvalho
inabalável.
Assim acontece com as donas de casa que
preparam um pão caseiro. Fazem a massa e põem a quantidade certa de fermento. E
acontece o magnífico: a massa vai, aos poucos, crescendo. Nossa vida de
comunidade, nosso ser cristão também sente isto: celebramos, festejamos,
sofremos juntos, e vemos nossa união sempre maior e mais robusta. O amor é o
fermento que faz crescer a massa da vida comunitária. Às vezes, encontramos pessoas
prontas a fazer o mal, a estragar as nossas vidas, e nós tentamos nos aproximar
e amá-las sempre mais, não percebemos, mas, aos poucos, assim como o fermento,
o amor vai fazendo o seu trabalho de crescimento e superação.
Que as parábolas sejam sinais de um Deus
que quer ser claro e direto com os seus amados, para que, compreendendo o amor
imensurável que Ele tem por nós, possamos nos aproximar sempre mais dele. Deus
não é alguém para se temer, mas alguém para se amar muito. Nosso Deus é o Deus
da vida plena, do amor; não o Deus da vingança e do castigo. Por isso mesmo,
vem a nós com palavras simples e reveladoras! E nós somos convidados a nos
livrar de tudo aquilo que nos torna indesejáveis e insuportáveis para os
irmãos. Como faremos isso? Pela quinta vez neste texto, coloco a expressão que
tornará possível essa nossa mudança: AOS POUCOS!
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