Quarta Feira da 1ª Semana do Advento
1ª Leitura Isaias 25, 6-10ª
Salmo 22 (23) 6cd “E habitarei na casa do Senhor, por longos
dias”
Evangelho Mateus 15,29 – 37
Quando o “pouco” vira um banquete... Diac. José da Cruz
Para a gente pobre de Israel, que tomavam apenas uma refeição
principal ao dia, falar de um banquete era estimular o seu imaginário, é como
aquele Pai de família que tem um salário bem modesto, filhos pequenos e que faz
malabarismos para passar o mês. Quando tem diante de si alguma festa onde há
fartura de alimentos, ele e toda a família se alegram.
Na concepção judaica, Salvação era prosperidade de bens
materiais e alimentação farta para todos. Alguns profetas, entre eles Isaias,
primeira leitura de hoje, vivem aguçando o imaginário do povo, com a ideias de um
Deus que dará um grande banquete no alto de uma montanha, onde todos serão
convidados. Mas não é só isso, Deus vai acabar com a morte e a tristeza daquele
povo, acabando também com a sua desonra. No exílio se tornou um povo
desamparado, causa de vergonha e humilhação que passavam. “Confiou no seu Deus,
que ele venha salvá-lo” , essas palavras sobre o povo, foram também ditas aos
pés da cruz, referindo-se a Jesus Crucificado.
Mateus neste evangelho mostra exatamente que em Jesus o tempo
Novo chegou o tempo de um Deus que se compadece e cura todos os males, de um
Deus que sacia a fome do seu povo.
É no alto de uma montanha que Jesus assenta-se e em seguida cura
as multidões que o procuram, formada por coxos, aleijados, cegos, mudos e
outros doentes. Em seguida Jesus manifesta compaixão pela fome do seu povo e de
sete pães e alguns peixinhos, fazem um verdadeiro banquete. É o sonho do
profeta Isaias se realizando.
Na prática a liturgia nos mostra que a Salvação não é algo que
só vai chegar ao pós morte, pois nosso Deus presente em Jesus está agindo
continuamente no meio do seu povo. A Vida Nova vem do Amor e o Amor de Deus
nunca é pouca coisa, mas fartura, exagero, sacia a todos e ainda sobras 12
cestos. Por isso ninguém se iluda achando que Vida Nova que traz alegria sem
fim, provém do “muito” que o materialismo pode nos oferecer.
No Dom da Fé, do nosso “pouco” Deus faz muito, como neste
evangelho.
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