O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado.
Neste Evangelho, Jesus nos fala a respeito da sua segunda vinda à terra.
Será bem diferente da primeira, pois ele aparecerá com o seu poder, glória e
autoridade divinas.
Jesus acentua que o seu julgamento que fará a todos nós, na sua segunda
vinda, será personalizado, e bem diferente de uma pessoa para outra, mesmo que
vivam ou trabalhem juntas. O julgamento terá como base as nossas obras, boas ou
más.
Os discípulos fiéis de Jesus não precisam ter medo, pois será um
encontro muito alegre e gratificante. O julgamento deles não terá surpresas,
pois eles já conhecem os Evangelhos, e o seguem.
Já os perversos vão ver com quantos paus se faz uma canoa. Vão tremer
como vara verde. O impacto que eles terão será chocante e sem chance de voltar
atrás. Será o choque da mentira com a verdade, da prepotência com a derrota.
As duas comparações são claras: 1) Nos dias de Noé (Cf 7,17), as pessoas
comiam, bebiam, casavam-se... até que veio repentinamente o dilúvio e pegou
todo mundo desprevenido, com exceção de Noé e sua família, que estavam
preparados e por isso se salvaram na Arca. 2) Em Sodoma foi pior (Cf Gn 19,23).
As pessoas viviam no pecado achando que tudo era normal; até o momento em que
caiu fogo do céu e matou todo mundo, menos Ló e sua família. A esposa de Ló teve
um momento de fraqueza na fé e olhou para trás. Imediatamente foi transformada
numa estátua de sal (Cf Gn 19,26).
Como naquele tempo, também hoje, as pessoas que vivem submersas nas
leviandades e absorvidas pelo culto a outros “deuses”, serão surpreendidas de
forma irrevogável pela presença do Filho do Homem, o Juiz.
Deus manda continuamente sinais: acidentes, tragédias, terremotos...
Muitas pessoas ficam assustadas, mas param por aí. Outras aproveitam para dar
um passo à frente na direção da Palavra de Deus. Por isso que a sorte será
diferente para cada um. Duas pessoas que vivem ou trabalham juntas, uma será
tirada e a outra deixada.
Os discípulos perguntaram a Jesus: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus
responde: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. Abutres são aves
que se alimentam de carniça, como os urubus brasileiros. Onde existe carniça,
aí se reúnem os urubus. Podemos dar outros exemplos, com o mesmo sentido: onde
existe doce, aí se reúnem as formigas; onde existe bar, aí se reúnem os
cachaceiros; onde existe sacrário, aí se reúnem os amantes da Eucaristia... Em
outras palavras, Jesus responde a pergunta dos discípulos dizendo-lhes que não
é importante saber o dia ou o local da sua vinda, pois ele vai encontrar cada
um fazendo aquilo que gosta. Vai pegar o urubu em volta da carniça etc.
Por outro lado, sua vinda será chocante para os maus, pois os encontrará
fazendo aquilo que gostam, que é o mal.
Para uns, Missa no domingo não tem valor; para outros, o domingo não tem
sentido se não participar da Missa. Uns nem se lembram da data do batismo ou do
casamento; outros vêem essas datas como importantíssimas na vida.
No fundo, Jesus quer dizer que este mundo tem um condutor, que é Deus, o
qual é infinitamente mais poderoso que todas as forças do mundo juntas. Isso
não aparece agora, mas um dia veremos. Por isso devemos viver preparados.
Havia, certa vez, uma onça que sabia de tudo o que acontecia nos matos.
Seu espírito crítico era felino; tudo ela percebia e criticava. Ela enxergava
defeitos em tudo e em todos, e comentava com a bicharada.
Um dia, aquela onça começou a sentir a visão meio cansada, enxergando
pouco, e procurou um oftalmologista. Este resolveu fazer uma cirurgia nos olhos
dela. Terminada a recuperação da cirurgia, a onça se mandou novamente para os
matos.
No entanto, algo muito estranho estava acontecendo: agora ela enxergava
muito mais defeitos, coisas horríveis. E ela pensava: será que a bicharada
piorou ainda mais? Eram tantos os defeitos que ela enxergava que, inquieta, procurou
novamente o oftalmologista.
Este examinou seus olhos e disso: “Dona onça, a senhora me desculpe! O
erro foi meu. Quando eu fiz a cirurgia nos seus olhos, eu me enganei e coloquei
seus olhos voltados para dentro. Por isso que a senhora estranhou, pois está
vendo os próprios defeitos”. E recolocou os olhos na posição certa.
A onça voltou novamente para a floresta, mas agora era mais prudente ao
criticar os demais bichos, pois sabia que seus defeitos eram bem maiores.
Jesus virá de surpresa. Que ele nos encontre sem pecado, especialmente
os pecados da língua. Que sejamos rigorosos conosco mesmos, mas muito
condescendentes e compreensivos diante das falhas dos outros.
Maria Santíssima, a discípula fiel do Senhor, viveu sempre preparada
para o segundo encontro com o seu Filho, vindo como Juiz. Por isso hoje ela
brilha no céu como a estrela da manhã. Que ela nos ajude a viver sempre
preparados para o encontro com o seu Filho.
O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado.
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