QUARTA-FEIRA, 19 de Setembro
Lc 7,31-35
Alexandre Soledade
Bom dia!
Essa leitura é muito interessante e instigante, mas
se abordamos as opiniões pessoais poderá se tornar delicado. Portanto, lavem as
mãos, calcem as luvas, pois a cirurgia vai ser delicada (risos), visto que a
ferida é profunda e no coração.
O que seria pior: beber ou ter um coração fechado?
Abraçar o irmão ou afastar-se do pagão? Temos certas incoerências a serem
sanadas.
Vejo, com certa tristeza, a quantidade de pessoas
que procuram defeitos nos outros. Pessoas que colocam seu ponto de vista como
verdade absoluta sem mesmo se por a ouvir o outro lado. Dizem os especialistas
da área de relacionamento social que a melhor forma de você entender o que uma
pessoa fala ou quer dizer, é se por no ponto de vista dela, ou seja, olhar como
ela vê a situação. Fazemos isso? Será que algum dia nos passou pela cabeça que
a única roupa “boa” que a pessoa tem é justamente aquela com um decote nas
costas? Será que ao invés de dizer que alguém não esta perseverando nos
encontros (inúmeras faltas) é porque alguém na casa adoeceu e a ela restou
cuidá-la?
É um terror também ver aquelas senhoras Testemunhas
de Jeová, evangélicas, (…) sendo expulsas das portas de pessoas católicas (e
vice-versa) sob o pretexto de não ser de minha religião, do que acredito, (…).
Há uma diferença tremenda em ouvir e tratar bem. Alguém já ofereceu água para
eles? Um café? Mas durante a semana fazem novenas, terços, louvam, (…) pedindo
a Deus que olhe por sua “fidelidade” e lhe conceda uma graça, um pedido, (…).
Pior ainda é “sacar” um versículo bíblico para justificar o ato.
“(…) O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a
Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para
a paz e para a mútua edificação”. (Romanos 14, 17-19)
Outro fato: Não é correto e nem coerente também
viver uma vida desregrada, referindo-me a bebida, a gula, a vaidade e outras
formas de exagero, no entanto existe também outro ponto também concreto: Eu não
bebo, por opção, sou, por acaso, melhor do que aquele que bebe?
“(…) Ninguém, pois, vos critique por causa de
comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados”.
(Colossenses 2, 16)
Temos irmãos que ainda não entenderam o espírito de
amor que Jesus pregava. Assoberbamos os “defeitos” em detrimento as qualidades.
Um colega meu me apresentou uma pesquisa
interessante, no entanto não sei afirmar a fonte. Fizeram a seguinte pergunta:
Você prefere receber 100 mil e seus colegas de trabalho receberem 50 mil ou
ganhar o dobro (200 mil) e seus colegas 400 mil? Consegue imaginar a resposta
mais votada? Leia de novo e responda!
INACREDITAVELMENTE a maioria dos que responderam a
pesquisa preferem receber MENOS, no entanto mais que os colegas do que ganhar o
dobro e receber a metade do colega.
Essa pesquisa serve de espelho para muitas das
nossas relações sociais. Como tenho coragem de afirmar que sou cristão se não
consigo controlar minha língua? Como posso medir as pessoas com uma régua que
nem mesmo uso pra mim? Seria de fato problema a bebida ou a falta de controle
ao bebê-la? O piercing no umbigo, a tatuagem, roupas velhas, o som alto da
juventude, a alegria, o sorriso farto, o abraço da paz, o “boa noite”, (…) é o
que esta afastando as pessoas?
Quando digo “boa noite” é referindo-me a um fato em
minha comunidade, pois segundo alguns irmãos não convêm ao comentarista da
missa assim falar, por ser muito informal. Talvez seja sim informal, mas nossas
“formalidades”, nossos paradigmas, nossos quereres estão nos afastando das
pessoas, nos fazendo ver o de fora e esquecendo o de dentro, (…)
O que é que Jesus tem que fazer para nos agradar?
“(…) Onde não há obediência, não há virtude. Onde
não há virtude, não há bem, não há amor; e onde não há amor, não há Deus; e sem
Deus não se chega ao Paraíso. Tudo isso é como uma escada: se faltar um degrau,
caímos”. (Padre Pio)
Um imenso abraço fraterno
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