domingo, 16 de setembro de 2012

O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça... Alexandre Soledade



QUARTA-FEIRA, 19 de Setembro
Lc 7,31-35

Alexandre Soledade

Bom dia!
Essa leitura é muito interessante e instigante, mas se abordamos as opiniões pessoais poderá se tornar delicado. Portanto, lavem as mãos, calcem as luvas, pois a cirurgia vai ser delicada (risos), visto que a ferida é profunda e no coração.
O que seria pior: beber ou ter um coração fechado? Abraçar o irmão ou afastar-se do pagão? Temos certas incoerências a serem sanadas.
Vejo, com certa tristeza, a quantidade de pessoas que procuram defeitos nos outros. Pessoas que colocam seu ponto de vista como verdade absoluta sem mesmo se por a ouvir o outro lado. Dizem os especialistas da área de relacionamento social que a melhor forma de você entender o que uma pessoa fala ou quer dizer, é se por no ponto de vista dela, ou seja, olhar como ela vê a situação. Fazemos isso? Será que algum dia nos passou pela cabeça que a única roupa “boa” que a pessoa tem é justamente aquela com um decote nas costas? Será que ao invés de dizer que alguém não esta perseverando nos encontros (inúmeras faltas) é porque alguém na casa adoeceu e a ela restou cuidá-la?
É um terror também ver aquelas senhoras Testemunhas de Jeová, evangélicas, (…) sendo expulsas das portas de pessoas católicas (e vice-versa) sob o pretexto de não ser de minha religião, do que acredito, (…). Há uma diferença tremenda em ouvir e tratar bem. Alguém já ofereceu água para eles? Um café? Mas durante a semana fazem novenas, terços, louvam, (…) pedindo a Deus que olhe por sua “fidelidade” e lhe conceda uma graça, um pedido, (…). Pior ainda é “sacar” um versículo bíblico para justificar o ato.
“(…) O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação”. (Romanos 14, 17-19)

Outro fato: Não é correto e nem coerente também viver uma vida desregrada, referindo-me a bebida, a gula, a vaidade e outras formas de exagero, no entanto existe também outro ponto também concreto: Eu não bebo, por opção, sou, por acaso, melhor do que aquele que bebe?
“(…) Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados”. (Colossenses 2, 16)
Temos irmãos que ainda não entenderam o espírito de amor que Jesus pregava. Assoberbamos os “defeitos” em detrimento as qualidades.
Um colega meu me apresentou uma pesquisa interessante, no entanto não sei afirmar a fonte. Fizeram a seguinte pergunta: Você prefere receber 100 mil e seus colegas de trabalho receberem 50 mil ou ganhar o dobro (200 mil) e seus colegas 400 mil? Consegue imaginar a resposta mais votada? Leia de novo e responda!
INACREDITAVELMENTE a maioria dos que responderam a pesquisa preferem receber MENOS, no entanto mais que os colegas do que ganhar o dobro e receber a metade do colega.
Essa pesquisa serve de espelho para muitas das nossas relações sociais. Como tenho coragem de afirmar que sou cristão se não consigo controlar minha língua? Como posso medir as pessoas com uma régua que nem mesmo uso pra mim? Seria de fato problema a bebida ou a falta de controle ao bebê-la? O piercing no umbigo, a tatuagem, roupas velhas, o som alto da juventude, a alegria, o sorriso farto, o abraço da paz, o “boa noite”, (…) é o que esta afastando as pessoas?
Quando digo “boa noite” é referindo-me a um fato em minha comunidade, pois segundo alguns irmãos não convêm ao comentarista da missa assim falar, por ser muito informal. Talvez seja sim informal, mas nossas “formalidades”, nossos paradigmas, nossos quereres estão nos afastando das pessoas, nos fazendo ver o de fora e esquecendo o de dentro, (…)
O que é que Jesus tem que fazer para nos agradar?
“(…) Onde não há obediência, não há virtude. Onde não há virtude, não há bem, não há amor; e onde não há amor, não há Deus; e sem Deus não se chega ao Paraíso. Tudo isso é como uma escada: se faltar um degrau, caímos”. (Padre Pio)
Um imenso abraço fraterno





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