Dia 10
Jesus entra no templo e logo percebe
um irmão excluído pela sociedade por causa de um defeito que tinha em uma
das mãos. Sentado no chão, com vergonha por ser um dos últimos dos seres
humanos naquela sociedade excludente, e com pena de si mesmo, o pobre homem
tentava se conformar com a cruz que tinha de carregar, como o faz muitos irmãos
que hoje perambulam pelas ruas de nossas cidades, pobres criaturas mal vestidas
e mal cheirosas, dependentes da nossa caridade para matar a fome e a sede.
Era dia de sábado, e segundo a lei
não era permitido fazer absolutamente nada.
Estavam presentes os lideres
judaicos, escribas e fariseus, que se julgavam os puros observadores da lei de
Israel, estavam como sempre a observar se Jesus faria algum milagre no dia do
descanso segundo a Lei. Eles não disseram nada. Somente estavam observando, mas
Jesus percebeu os seus pensamentos e sem nenhum temor, pede ao aleijado que se
levante. Todos de olhos nos dois, principalmente os escribas e fariseus. E
Jesus então pergunta aos presentes, especialmente aos seus adversários:
“Eu
pergunto a vocês: o que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é
permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar
morrer?”
Em seguida, Jesus cura, aquele
homem libertando-o daquele defeito que o marginalizava, que o humilhava.
Os
lideres judaicos, furiosos, trocam entre si opiniões, sobre como eliminar
Jesus, que segundo eles, estava desrespeitando a Lei.
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Ao contestar a observância religiosa
do repouso sabático, imposta pela Lei de Israel, Jesus mostra que o mais
importante, é salvar a vida, é fazer o bem, e não observar cegamente um
preceito religioso simplesmente por observar. Este foi um dos quatro gestos de
Jesus em que Ele agride a ordem legal defendida pelos mandatários locais. Jesus
não se intimida e, ostensivamente, toma a iniciativa provocadora de passar por
cima daquele preceito religioso e libertar aquele pobre homem do seu motivo de
humilhação social. Enquanto que os seus oponentes, que se julgavam tão santos,
tramam a morte de Jesus.
Nós também não devemos nos intimidar
diante das injustiças, diante das coisas erradas que nos cercam. Vizinhos que
nos incomodam, e outros abusos que são frutos do egoísmo das pessoas que só
pensam em satisfazer os seus intentos e desejos sem se incomodar se estão
prejudicando os demais. Precisamos ter a coragem de reclamar, de enfrentar tais
abusos, porém sem ofender os abusados. Poderemos ser crucificados,
retaliados. Por isso, peçamos a proteção de Deus.
Sal.
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