01 de outubro segunda feira
SEGUNDA FEIRA DA 26ª SEMANA DO TC 01/10/2012
1ª Leitura Jó 16, 1.6- 22
Salmo 16 (17) , 6b “Inclinai vossos ouvidos para mim, escutai a
minha vóz”
Evangelho Lucas 9, 46-50
A palavra
"poder" ganhou uma conotação do mal, por causa da opressão e da
exploração, de alguns que ocupam o Poder, e a famigerada "busca do
poder" virou sinônimo de coisa ruim, proveniente do malígno, algo que
corrompe. Entretanto, basta ligarmos a palavra ao seu sentido correto que é a
Possibilidade, poder, portanto, vem de possibilidade de fazer coisas e agir.
Na comunidade há
pessoas que tem pouca possibilidade de fazer algo, outras, ao contrário, pela
responsabilidade que tem, podem e devem fazer muito mais, pois tanto um quanto
outro são carismas que Deus concedeu. Entre um irmão que se ocupa humildemente
da limpeza do templo, e outro que tem a função de coordenar a comunidade, este
último pode mais, não no sentido de mandar, de ser o maioral e o mais
importante, mas no sentido de fazer, implementando as ações das quais a
comunidade têm necessidade.
O Pároco tem Poder
em uma paróquia, que poder é esse? As possibilidades decorrentes do ministério
específico que exerce, nesse sentido ele pode muito mais que todos, e por isso
mesmo deve fazer mais do que todos. O Senhor Bispo Diocesano pode muito mais, e
deve fazer mais do que todos, o seu trabalho de supervisor. A questão não é o
que fazemos, mas como fazemos...
Não podemos nos
esquecer que o próprio Senhor, delegou a Pedro a Chefia da Igreja, nunca no
sentido de ficar dando ordens, e ser o todo poderoso chefão, mas no sentido de
fazer muito mais que os outros. Mas os discípulos não haviam, compreendido
isso, e os cristãos dos nossos tempos também não....Pensavam em qual deles era
o mais importante, o maioral, aquele que tinha de ser obedecido, e que
dominaria sobre os demais....Jesus não desmonta a hierarquia, ao contrário, lhe
dá um significado novo. Poder torna-se sinônimo de serviço e nessa ótica, o todo
Poderoso é aquele que serve. O próprio Jesus usa o seu Poder para tornar-se um
Servo, eis aí algo que o homem nunca conseguirá compreender, um Deus Todo
Poderoso que se faz servo.
Mas servir a quem
? Na sociedade, servir a alguém poderoso dá status e prestígio, mas servir aos
miseráveis, marginalizados, sem voz e sem poder algum, um morador de rua, um
dependente químico, que recebe carinho e atenção, como ele poderá retribuir?
Por isso Jesus faz a dinâmica do acolhimento e serviço,colocando no meio deles
uma criança, mostrando então que esses pequenos, totalmente dependentes, devem
ser o centro das atenções dos servos e servas de Deus. Quanto mais
insignificante for a pessoa a quem se serve, mais autêntico será o amor
manifestado, porque é sempre feito em nome de Jesus de Nazaré, o Deus que
inverteu o quadro e se fez um Deus Servidor dos Homens, por isso agora vem até
eles naqueles que têm necessidades.
Por isso quando
alguém de fora do grupo, anuncia o evangelho, realiza curas e prodígios, em
sintonia com Jesus, o que lhe dá autenticidade é a ação em si, e não a fachada
religiosa a qual pertence. Não dá para monopolizar o amor e por isso Jesus
censura os discípulos que o haviam proibido de fazê-lo em nome de Jesus, se o
que se faz em nome de Jesus, é um ato de amor, seja no anncio da Palavra
libertadora, ou em um gesto de solidariedade com quem sofre e passa alguma
necessidade, essa ação torna-se autêntica e ninguém poderá impedi-la de ser
feita...
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