“Alguns políticos e seus nobres ideais MONETÁRIOS”
(Hoje começo a entender melhor essa engeriza do povo cristão, que ás vezes
diz que política é coisa do diabo, referindo-se não á política em si, mas a
estrutura partidária, que de fato a cada dia que passa, se torna um verdadeiro
covil...)
Houve um tempo em que o
discurso do candidato, sua postura diante de certas situações o identificava
como de direita ou de esquerda. Havia comícios para todos os gostos, quem era
da esquerda ia aos comícios da esquerda e vibrava com o discurso dos
candidatos, quem era da direita ia assistir os da direita falarem. Os partidos
se organizavam em torno de idéias que eram ideais, e que formavam sim uma
ideologia, um modo de pensar e de agir, uma linha de conduta, era “Aquilo”, nem
mais e nem menos, nenhuma oscilação para qualquer lado.
As idéias eram
trabalhadas, fomentadas, debatidas pelos políticos e discutidas por quem
gostava de política, não que as pessoas não fossem importantes, eram sim, mas o
ideal partidária estava acima de qualquer coisa, era sagrado, mudavam-se as
pessoas mas não se mexia em uma virgula do ideal partidário. O voto era sagrado
e qualquer eleitor metia medo em um candidato que fosse íntegro.
Não havia
maquiagens e nem maquinações, o sujeito era o que era, a agremiação partidária
procurava sempre sondar o coração do povo para estar com ele em sintonia. O
candidato não precisava ter ao seu lado o poder econômico, as campanhas valiam
pelo SER do candidato, seu caráter, sua integridade, sua honestidade e
decência, seu compromisso com as pessoas, eram essas coisas que contavam, e não
o valor monetário.
Mas veio a
pós-modernidade e o pluripartidarismo. Novos tempos e novos modos de se fazer
política, nivelou-se por baixo... e infelizmente a política tornou-se um jeito
fácil de se enriquecer, o sujeito pode ser o maior pilantra, corrupto, Ficha
Suja, desonesto, trapaceiro, mas se ele tiver a seu dispor uma estrutura
financeira, alguém que lhe banque a campanha, a eleição está garantida, e o
discurso de que o voto é importante é só para inglês ver. Os partidos não
correm mais atrás de ideais, mas sim de quem os banque.
Os partidos se
organizam em torno de pessoas poderosas economicamente, que são os coronéis da
pós-modernidade, seus nomes nem aparecem, mas eles estão por trás de tudo. Uma
vez eleito, seja qual for o cargo eletivo, o candidato terá que submeter-se ao
partido, que decide que toma atitudes, o sujeito torna-se um fantoche da
agremiação partidária, e o povo que o elegeu, não têm nenhuma importância.
Hoje eu entendo
melhor essa "engeriza" presente no Povo Cristão que ás vezes diz que
a política é coisa do Diabo, não se referindo á política em si, mas as nossas
agremiações partidárias que infelizmente a cada dia que passa vai se tornando
um verdadeiro covil....
Esse discurso e
“choramingos” a gente está cansado de ouvir dos que a gente apóia e coloca no
poder, pois quando cobrados eles saem pela tangente “Ah...eu sou a favor, mas o
partido é contra...” É o que mais se houve quando o sujeito não honra os votos
recebidos da comunidade.
Por tudo isso aqui
exposto, pessoalmente sempre olho com desconfiança para os partidos, sejam eles
de que siglas forem, tenho verdadeira aversão por alianças, sejam elas de que
siglas forem, porque toda aliança partidária, no fundo depõe contra o processo
Democrático, já que absolutisa o poder em uma só mão, além é claro, das
“negociações” de cargos, onde nossos homens mais parecem um bando de Abutres
disputando sua “caça”. Alianças e coligações sufocam o ideal e idolatra as
pessoas. Hoje os partidos se organizam em torno de pessoas, que tenham o poder
de arrastar consigo para o poder instituído, um monte de gente que vai sempre
de carona, e que uma vez iniciados na vida pública, vão se enveredar por estes
mesmos torpes caminhos. Os poderosos da nossa economia fazem sempre gordos
investimentos nas agremiações partidárias, com grandes e generosos retornos,
naturalmente.
Por isso eu
acredito nas pessoas, que independentes de siglas partidárias, são boas ou
ruins, honestas ou desonestas, sinceras ou mentirosas, inteligentes ou burras.
A sigla partidária na hora da votação é um mal necessário.
Hoje uma agremiação
partidária tornou-se a grande vilã no processo democrático, pois matou- os
ideais, a lisura, o respeito, a conduta exemplar de um homem público. Não há
mais direita ou esquerda ou centro, e para ser político não precisa mais ser um
idealista, qualquer “Zé Mané” poderá sê-lo e até fazer carreira, seja na
política local ou em nível de federação.
Querem acabar com o
número excessivo de candidatos que ambicionam a carreira política? Querem
requalificar os homens públicos e peneirá-los para ver o que sobra deles?
Primeiramente extinga-se todo e qualquer salário de legislador e governante e
em segundo determine-se oito horas ou mais por dia, de atendimento ao povo e
busca de solução de problemas que afetam a coletividade. Daí iremos ver quem
são os verdadeiros idealistas da nossa triste e avacalhada política nacional.
Diácono José
da Cruz
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