FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR –DOMINGO 06/08/2017
1ª Leitura: Daniel 7, 9-10.13-14
2ª Leitura: 2Pedro 1,16-19
Salmo: 96 “O Senhor Reina! Vós, Senhor, sois o
soberano de toda a terra”
Evangelho: Mateus 17, 1-9
“TRANSFIGURAÇÃO
DO SENHOR - A CERTEZA DA VITÓRIA”
Nem tudo o que reluz é ouro! Lembro-me bem deste
provérbio que finalizava uma história no meu livro do antigo primário,
ensinando-nos que nesta vida confundimos muita coisa com ouro valioso, mas que
no fundo não passa de simples bijuteria.
Há pessoas que passam esta vida correndo atrás de
quinquilharias, sem nunca descobrir o tesouro que Deus quer nos dar.
Os apóstolos pensavam que o Reino, que Jesus
havia implantado, era igual aos reinos deste mundo, e que ele seria um Rei
muito rico e poderoso e iria dominar a todas as nações, fazendo de Israel a
mais importante de todas as nações da terra. Eles tinham muitos planos em seus
corações e mentes, por causa de serem seguidores de Jesus, que naquele momento
estava desacreditado, mas que em um futuro bem perto iria manifestar toda a sua
força e poder. Muitas vezes, como os apóstolos, buscamos um Jesus que atenda as
nossas necessidades e realize os nossos sonhos neste mundo. Esta fé tão
distorcida nos impede de conhecer realmente quem é Jesus e para onde a sua
graça nos leva.
Ele não é simplesmente um profeta poderoso na
linha de Elias, que foi arrebatado ao céu, nem um Líder como Moisés, principal
protagonista da libertação do povo da escravidão do Egito, Estes dois personagens,
que aparecem ao lado de Jesus naquele momento, representam todo o Antigo
Testamento que preparou o coração dos homens para o tempo da plenitude
inaugurado por Jesus.
Quando a voz se fez ouvir do meio da nuvem que os
envolveu, os discípulos olharam e só viram a Jesus, que estava sozinho. As
Escrituras antigas apontam para Jesus, pois nEle Deus irá falar diretamente aos
homens, sem intermediários.
Pedro queria construir três tendas: uma para
Jesus, outra para Moisés e uma outra para Elias, que estavam ali no monte
Tabor, onde poderia ser instalado o QG do grupo, de onde partiriam as ordens
dadas por eles. Fazer tendas significa acomodar-se e interromper a caminhada
porque já se alcançou o objetivo. Na verdade, o apóstolo não sabia bem o que
estava falando, pois o Reino de Deus, requer planejamento e não se pode queimar
etapas. Jesus transfigurado, tendo Moisés e Elias ao seu lado, era tudo o que
Pedro queria: não precisaria enfrentar as cruzes do caminho, nem tribulações ou
desencantos, sofrimentos e tribulações. O Reino já chegara e era uma realidade
bem ali diante dele.
A humanidade toda iria se render à força do Reino
de Cristo! Mas o brilho, que seus olhos iriam contemplar no alto do monte, não
seria do ouro e nem da prata com que talvez sonhasse, mas à luz de Deus,
presente em Jesus, algo nunca visto, suas vestes ficaram brancas , de uma
brancura jamais vista.
No Cristo transfigurado e proclamado solenemente
Filho amado do Pai, descobrimos o nosso destino. Deus nos quer transfigurados,
com vestes brancas resplandecentes, envolvidos pela sua Santidade que em Jesus
Ele nos dá.
Somos uma multidão de filhas e filhos amados do
Pai, que já participamos da vida de Deus ainda neste mundo, que um dia chegará
para nós em plenitude. Jesus antecipou a glória que o envolveria na
ressurreição, porém, nunca escondeu o que viria antes: a cruz da rejeição, o
sofrimento e a paixão no calvário e a morte na cruz. É disso que Pedro quer
fugir ao construir as três tendas. É isso que às vezes nos causa angústia e
medo.
Compreender
a cruz e aceitar o calvário de cada dia, percorrer os caminhos desta vida que
parecem tortuosos, mas sem tirar o olhar da glória futura, como o profeta
Daniel na primeira leitura dessa liturgia, na perspectiva da
ressurreição, vivemos esta vida em uma Igreja que não se fundamenta em fábulas
ou lendas, mas sim no relato do apóstolo Pedro, na segunda leitura desse
domingo, que foi testemunha ocular do Cristo Transfigurado. Segundo ele, fez
clarear o dia e nascer a estrela da manhã em nossos corações, antes envolvido
pelas trevas do pecado.(Diácono José da Cruz – E-mail jotacruz3051@gmail.com)Revisão: Prof. JCBarbosa
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