ASSUNÇÃO
DE NOSSA SENHORA 20/08/2017
Apocalípse
11, 19ª; 12,1.3-6ª.10ab.
Salmo
44 (45),10b “Posta-se á vossa direita a Rainha ornada de ouro de ofir”
2ª
Leitura 1Cor 15, 20-27ª
Evangelho
Lucas 1, 39-56
"O CÉU DE
MARIA!"
.
Maria foi assunta ao
céu, elevada para junto de Deus em corpo e alma. Se Jesus nos abriu as portas
do céu que estavam fechadas, Maria foi o primeiro ser vivente a entrar por ela.
Na verdade, em Maria os Filhos degredados de Eva puderam sentir o “gostinho” da
volta ao Paraíso e viver de novo na plenitude da comunhão com Deus, como era
antes do pecado original. Na vida de Maria, desde o seu nascimento, até a sua
“dormição” como preferem denominar o término da sua vida terrena os católicos
ortodoxos, a gente vai aprendendo que o céu, dom de Deus, é também uma
conquista do homem.
A partir de Jesus nos
tornamos todos combatentes “Pois é preciso que ele reine, até que todos os seus
inimigos estejam debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser derrotado é a
morte” afirma o apóstolo Paulo na segunda leitura desse domingo em 1Cor 15,
20-27, mostrando-nos que a conquista do céu vai acontecendo na medida em que,
em nossa caminhada vamos combatendo e destruindo as forças do mal, que querem
nos levar à morte, para longe de Deus e do seu Paraíso, que é o nosso destino
glorioso.
É assim que a vitória
de Cristo vai sendo confirmada, pois quando falamos que o céu é dom que Deus
nos concede, estaríamos sendo ingênuos se imaginarmos que podemos conquistá-lo
sem nenhum esforço. Mas o que mais nos surpreende nessa liturgia Mariana é a
bela visão apocalíptica de João na primeira leitura, que vê no céu o sinal de
uma mulher Guerreira, destemida e Vitoriosa, imagem que a Igreja atribuiu a
Maria, pois para chegar vitoriosa no céu, Maria foi também vitoriosa na terra,
aliás, a partir da obra que Deus realizou em Maria, o céu desceu a terra. “Uma
mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa
de doze estrelas”.
A visão do mal sempre
é aterradora, mesmo em uma linguagem simbólica e figurativa como a de João “Um
Dragão de sete cabeças e dez chifres, e sobre a cabeça sete coroas” Quem é que
não se assusta diante de um bicho feio como este, com tanta força e poder?!
Quem é que não se assusta com o mal hoje presente no mundo, marcado por tanta
violência, medo, insegurança e o terror? Mas no espaço do céu, que é o lugar de
Deus, esse mal tem o poder limitado. “Sua cauda varria apenas um terço das
estrelas, atirando-as sobre a terra”, ou seja, a força do bem presente em
Maria, consegue neutralizar as forças avassaladoras do mal. Mas quem é essa
mulher ousada e vitoriosa, que chamamos de Mãe?
No evangelho festivo
da Festa da Assunção, na catequese de Lucas percebemos algo encantador, que faz
a diferença na vida de Maria, e que faz a diferença nossa vida também: A Força
do Espírito de Deus! Prestemos atenção nas expressões verbais colocadas por
Lucas, e que indicam uma ação imediata: Maria partiu – dirigindo-se
apressadamente – entrou na casa e cumprimentou Isabel. Maria, essa mulher
Guerreira e Vitoriosa, deixa-se mover no dinamismo do Espírito de Deus. Sua
vida pacata na pequena Nazaré passa por uma “sacudida”, a partir de então, ela
se moverá a partir do Espírito de Deus presente nela e que irá impulsioná-la a
sair de Nazaré e a sair de si mesma, abrindo-se cada vez mais para Deus e os
irmãos e Maria diante da revelação do anjo descobre a sua vocação de servir
“Eis aqui a serva do Senhor...”
Tudo começou quando
ela se fez pequena diante de Deus, é aí que o céu já começa a acontecer em sua
vida. Quando os homens descobrem nessa vida a vocação para o amor, o céu já se
faz presente. A entrada de Maria no céu, na Festa da Assunção, é apenas uma
referência de sua glória, esta glória do Senhor que a envolveu totalmente,
fazendo-a viver para Deus, sem deixar de viver para os irmãos. E quais são as
conseqüências, na vida de Maria e em nossa vida, quando nos deixamos mover pelo
Espírito Santo presente em nós? Isso é fácil de perceber nessa catequese de
Lucas, olhando para a reação de Isabel - “Logo que a sua saudação chegou aos
meus ouvidos, a criança pulou de alegria em meu ventre”. Quem é de Deus e a ele
pertence e se entrega, transmite a paz verdadeira, o Shalon que traz alegria.
Quando o evangelho
narra que Maria saudou Isabel, não foi uma saudação costumeira de Bom Dia ou
Boa Tarde, mas sim a saudação desejando a Paz. Maria é anunciadora da Paz e
portadora da Salvação, pois ali, naquela região montanhosa em casa de Israel, o
Espírito de Deus transbordante em Maria, preenche também a Isabel e lhe revela:
Chegou o Salvador, Deus já está entre vós! João dá cambalhotas no ventre de sua
mãe e com ele a humanidade inteira pode pular e cantar, dançar e extravasar sua
alegria: Jesus já chegou! Chegou através dos pobres e pequenos como Maria e
Isabel.
Nossos sonhos e
esperança de chegar a esse céu das plenitudes como Maria, já começa a se tornar
feliz realidade quando descobrimos a nossa vocação para o amor e o serviço,
tornando-nos também portadores dessa Paz e alegria, que vem do Espírito de Deus
presente em nós. SALVE MARIA! ( Diácono
José da Cruz – E-mail jotacruz3051@gmail.com)
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