QUARTA FEIRA DA 21ª SEMANA DO TC
30/08/2017
1ª Leitura: 1 Tessalonicenses 2,9-13
Salmo: 138 “Senhor, Vós Sabeis
Tudo De Mim, Quando Me Sento Ou Levanto”
Evangelho: Mateus 23, 27-32
“A Perigosa Síndrome do Farisaísmo”
A gente olha para os fariseus e os escribas, em seu contexto religioso e
ficamos surpresos.
“ Como podem ser tão falsos e incoerentes com aquilo que creem e
pregam...”
Em maior ou menor escala, nós cristãos, desde o segundo milênio, temos
também a síndrome do farisaísmo, quando não ligamos pensamento e ação, quando
não há nenhum vínculo entre Fé e Vida. Não se precisa ir muito longe para
encontrar um fariseu. Às vezes o homem ou a mulher que atuam na Pastoral ou no
Movimento, e que são um testemunho espetacular de casal que vive bem a sua Fé,
na fidelidade ao Evangelho, no amor à Eucaristia e à oração, e são até
solicitados às vezes a darem conselhos a outros casais que têm dificuldades em
seu relacionamento. Mas lá um belo dia a “casa cai” e o casal se separa...
O maridão, que era um agente de pastoral firme e exemplar, vai se embora
com uma mocinha do grupo de jovens, troca a esposa e filhos por um amor
ardente, movido pela paixão. Esta ruptura entre ambos não ocorreu de um dia
para outro. Já fazia tempo que a relação ia de mal a pior. Por que não pediram
ajuda? Por que não procuraram um sacerdote? Precisavam manter a aparência da
fama conquistada na comunidade. Imaginem o casal que ajuda a resolver casos
difíceis e faz orações poderosas, admitindo que estão quase se separando,
porque não se entendem mais.
Farisaísmo não é “doença” só de leigo. Há membros do clero que há tempo
apenas mantém a aparência de vocacionado. Nada sobrou de sua vocação ingênua,
baseada em fantasias de endeusamento do seu ego, e que não resistiu à dura realidade do dia a dia como ser
padre ou diácono por causa do “status” dentro da própria igreja.
Pregar a Palavra de Deus faz parte da Vida Ministerial, mas a vivência
cristã, pautada pela sinceridade, autenticidade de uma fé íntegra, há muito se
perdeu, e os seus maus testemunhos falam mais alto que suas belas pregações e
em sua vida percorrem os caminhos estranhos, afirmando categoricamente que Deus
lhes abriu um novo caminho.
Há farisaísmo nas relações, tanto do clero como entre os leigos, que
deveriam ser pautadas pela fraternidade e misericórdia, mas que na verdade são
marcadas tristemente pela inveja, ciúmes, disputas e contendas que parecem não
ter mais fim. Depois, leigos e clero vão para a Santa Assembleia, ouvir a Santa
Palavra, em torno da mesma mesa, demonstrando que tudo está bem, quando na
verdade, até ali na Assembleia Litúrgica dão vazão ao egoísmo e ao egocentrismo
de ‘Egos’ exaltados.
O farisaísmo nas reuniões de Conselho, de Leigos que querem ser os
“Donos da Bola” nos assuntos em pauta; o farisaísmo da guerrinha fria que ainda
persiste, entre os defensores de uma Eclesiologia mais tradicional ou
Progressista, contra Movimentos de linha pentecostal, dentro da própria Igreja.
A guerra se amplia, saindo das discussões do dia a dia, indo para a grande
mídia, onde um tenta minimizar o “sucesso” do outro. Estou olhando para a nossa
Igreja, mas em todas as Igrejas Cristãs, o farisaísmo calamitoso traz cada vez
mais divisões diabólicas.
Nas realizações ou empreendimentos arquidiocesanos, não se veste
a camisa da Unidade e Comunhão com o Bispo, mas se enfileira neste ou naquele
grupo, liderado por este ou aquele pensamento. E isso fora as ideologias
estranhas que alguns “Iluminados” querem colocar no cristianismo, contrariando
a sã doutrina. Todos nós Cristãos, em menor ou maior escala, contribuímos para
a conservação desse farisaísmo, quando deixamos de falar a Verdade, quando nos
omitimos na comunidade, quando preferimos deixar o barco correr, sem dar a
nossa opinião, porque temos medo de magoar este ou aquele, ou quando
idolatramos algumas pessoas, colocando-as acima de qualquer suspeita, brigando
ou rompendo com toda comunidade por causa dela.
O Papa Francisco tem combatido incansavelmente essa Igreja do
estrelismo, do alisamento do ego, que nada mais é do que fruto do farisaísmo
presente em nosso meio. Humildemente peçamos perdão! E eu o faço em primeiro
lugar...(Diácono José da Cruz – E-mail jotacruz3051@gmail.com)
Revisão: Prof. JCBarbosa.
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