03 DE JUNHO-- Sexta - Evangelho - Lc 15,3-7
No estudo da parábola da ovelha perdida extraímos lições
espirituais que devem ser bem compreendidas. O amor de Deus alcança todos os
perdidos. Assim como o pastor ama as ovelhas e não pode sossegar enquanto uma
única lhe falta, também Deus, em grau infinitamente mais alto, ama todo
perdido. Nenhuma das ovelhas extraviadas do redil de Deus é desprezada, nem
abandonada sem socorro. Cristo salvará a cada um que se queira deixar redimir
do abismo da corrupção e dos espinheiros do pecado.
O Pastor sai pelos caminhos e valados, procurando a alma triste e
desamparada que não sabe mais voltar. Porque assim diz o SENHOR Deus: Eis que
eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei.
O pastor que descobre a ausência de uma ovelha, não contempla
indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: Tenho noventa e
nove, e custar-me-á muita perturbação ir em busca da desgarrada. Ela que volte;
abrir-lhe-ei a porta do redil e a deixarei entrar. Não; logo que a ovelha se
afasta, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Conta e reconta o rebanho.
Quando se certifica de que realmente uma ovelha se perdeu, não dormita. Deixa
as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais
escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a
apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os
esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida. Quando alguém que vagou
longe no pecado procura voltar para Deus, encontrará suspeita e crítica. Há os
que duvidarão de que o arrependimento seja genuíno, ou insinuarão: “Ele não tem
estabilidade; não creio que resista.” Tais pessoas não fazem a obra de Deus,
porém a de Satanás, que é o acusador dos irmãos. Por suas críticas, o maligno
espera desencorajá-las, afastá-las ainda mais da esperança e de Deus. Contemple
o pecador arrependido a alegria do Céu pela volta daquele que se perdera.
Confie no amor de Deus e não desanime de maneira alguma pelo escárnio e
suspeita dos fariseus.
A parábola mostra bem claramente que as almas transviadas não
ficarão perdidas no labirinto das paixões, nem nas furnas onde medram os
abrolhos. Como a ovelha desgarrada, elas serão procuradas, ainda mesmo que seja
preciso deixar de cuidar daquelas que atingiram já uma altura considerável,
ainda mesmo que as noventa e nove ovelhas fiquem estacionadas num local do
monte, os encarregados do rebanho sairão ao campo em procura da que se perdeu.
O Pai não quer a morte do ímpio; não quer a condenação do mau, do
ingrato, do injusto, mas sim a sua regeneração, a sua salvação, a sua vida, a
sua felicidade. Ainda que seja preciso, para a regeneração do Espírito, nascer
ele na Terra sem mão ou sem pé entrar na vida manco ou aleijado; ainda que lhe
seja preciso renascer no mundo sem os olhos, por causa dos “tropeços”, por
causa dos “escândalos”, a sua salvação é tão certa como a da ovelha que se
havia perdido e lembrada na parábola, porque todos esses pobres que arrastam o peso
da dor, os seus guias e protetores os assistem para conduzi-los ao porto seguro
da eterna bonança.
Espírito de comiseração pelos pecadores, leva-me a buscar quem vive
transviado pelo pecado e pelo egoísmo, e a manifestar-lhe a grandeza do amor do
coração de Jesus.
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