3º DOMINGO DA
PÁSCOA
10 de Abril de 2016-Ano C
1ª Leitura - At 5,27b-32.40b-41
Salmo - Sl 29,
Salmo - AP 5,11-14
2ª
Leitura (Apocalipse 5,11-14)
Evangelho
- Jo 21,1-19
PRIMEIRA LEITURA
Pedro, que negou Jesus por 3 vezes, agora é outro homem, capaz de
sair do martírio contente por ter sido castigado por ter testemunhado Jesus.
É assim que temos de
ser. Corajosos até o fim. Anunciar o Evangelho sem medo. Se algum engraçadinho
inventar uma lei que proíbe o anúncio do Evangelho, vamos enfrenta-lo, pois
nenhuma lei dos homens tem o direito de dificultar a prática da liberdade
religiosa. E tem mais. Nesse caso, não temos de obedecer uma lei humana que foi
escrita para contrariar a vontade de Deus.
SALMO 29
Eu vos
exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes
Caríssimos. Precisamos agradecer sempre a Deus pelas graças que
recebemos. Esse Deus que ouve os nossos
lamentos e nos livra do sofrimento mortal. Livra-nos da dor, do perigo de
morte, da angústia e da vergonha. Esse mesmo Deus que tem pena de nós embora
pecadores, e salva-nos do perigo.
Mas não é só para
isso que precisamos de Deus. Ele é o nosso apoio, a nossa força poderosa que
nos livra acima de tudo do pecado. É Ele que não nos deixa cair em tentação. E assim, poderemos um dia estar com
Ele na eternidade.
SEGUNDA LEITURA
O texto refere-se a
Cristo Jesus, o cordeiro imolado, e ressuscitado. Aquele que possui todos os
atributos, como sabedoria, força, a glória, o louvor, etc.
Desse modo, a criação inteira se une para celebrar a vitória do
cordeiro de Deus sobre a morte.
EVANGELHO
Prezadas irmãs,
prezados irmãos. Hoje estamos diante da terceira aparição de Jesus ressuscitado
aos apóstolos. A sena aconteceu no Mar da Galileia, onde os discípulos
pescavam. Eles jogaram a rede a noite toda e não conseguiram pescar nenhum
peixe. Ao amanhecer, cansados, tristes e desanimados, viram um homem na margem
do lago, que lhes perguntaram se tinha algo para comer, e em seguida lhes ordenou
que jogassem a rede do lado direito da barca, o que fizeram e pescaram uma
enorme quantidade de peixes.
Os discípulos logo perceberam que só poderia ser Jesus ressuscitado
que estava bem ali diante deles novamente. O seu semblante não lhes era
estranho. Era Jesus. E os pescadores então ficaram sem dizer nada, pois
perceberam logo que era o Mestre.
Hoje Jesus Cristo se acha presente no meio de nós, especialmente
quando nos reunimos para refletir sobre sua palavra, ou para rezar, e
principalmente na celebração da Eucaristia.
Não o vemos com os olhos físicos, porém podemos senti-lo. E isso é
maravilhoso!
Infelizmente, tem muita gente que não consegue ver a pessoa de
Jesus no meio de nós, no nosso dia a dia, e dizem: Onde está Deus? Quando
acontecem as barbaridades nas nossas famílias, quando o crime que parecia
acontecer só no noticiário da televisão, bateu a nossa porta!
Quando estamos vivendo em pecado, parece que realmente estamos como
cegos! Não conseguimos nos sintonizar com Deus. Muito menos enxergá-lo do nosso
lado! Essa experiência é horrorosa! É parecida com aquele jovem que perdeu o
amor de sua vida, parecido com a garota que teve o seu namoro rompido, e passa
a ver a vida em preto e branco. A sensação que se tem num estado desses, é que
tudo está girando em câmara lenta, e nada mais tem nenhum sentido. O amor que
movia seus passos, que lhe dava ânimo, que lhe completava lhe preenchia, que
dava sentido a sua vida, acabou-se, foi interrompido, cortado...
Viver em pecado, viver sem Deus é parecido com essa sensação de
perda muito grande que desola a nossa existência.
E o pior, é que tem muita gente na sociedade sem Deus, que vive há
muito tempo assim. Gente que nem conheceu ainda a amizade com Deus! Gente que se acostumou aos trancos e
barrancos, a viver fora do plano de Deus. E você diria: como pode isso?
Meus irmãos. Quantos que hoje sofrem, sem conseguir encher suas
barcas de sua pescaria diária, e não têm o necessário para viver! E outros,
quantas encrencas os rodeiam! Quanto esforço têm de desprender para se defender
dos concorrentes, dos predadores, e de tudo o que representa ameaças à sua
sobrevivência!
Quantas pessoas que estão infelizes! Pessoas que afetam os demais
com suas frustrações, seus recalques e inveja, seus desgostos, através do convívio
familiar e social. Tais pessoas descarregam em cima de você, todas as suas
cismas, dúvidas, frutos da descrença. Uns até chegam a nos maltratar por causa
da sua esquizofrenia (mania de perseguição).
Essas são pessoas que não conseguem perceber a pessoa de Jesus de
pé na margem da praia da vida. Jesus que quer nos ajudar, pois é Ele que tem a
solução para as nossas pescas sem peixes, para as nossas caminhadas perdidas a
procura de um emprego, para as nossas inquietações, e buscas sem nenhum
resultado positivo.
E era tão simples! Bastava apenas jogar a rede do outro lado. Do
lado que Jesus mandou. Do lado direito, do jeito seguro, como alguém que está
segurando nas mãos de Deus como uma criança segura na mão do Pai e segue
confiante a caminhar.
Somos crianças indefesas. Comparados com o imenso poder de Deus,
somos menos que uma frágil criança, não passamos de um esqueleto quebrável, sem
forças próprias para tocar a nossa vida de modo satisfatório, sempre pescando
muitos peixes.
O sucesso daquela pesca, aquela barca cheia de peixes significa a
fartura daqueles que deixaram que Deus governasse as suas vidas, e por isso não
lhes falta nada. Não se trata de riqueza propriamente dita, mas sim, de ter
tudo o que precisamos para uma vida em abundância com o prometeu Jesus. Isso
acontece a quem depositou suas esperanças e confiança no Pai que nunca nos
abandona, desde que façamos a sua vontade.
Pedro, tu me amas?
Jesus fez questão de mostrar a Pedro que ele “pisou na bola”, que
Pedro o negou por três vezes. E mesmo assim, Jesus o perdoou, e deu-lhe poderes
para “apascentar suas ovelhas”.
Também nós, mesmo carregando o peso dos nossos pecados, podemos ser
escolhidos como Pedro, para cuidar, instruir, e ajudar na salvação as suas
ovelhas.
As ovelhas são as pessoas
que precisam de nossa ajuda e que Deus as colocou em nosso caminho. E a maior ajuda que podemos e devemos dar a
elas, é conduzi-las a salvação.
Mas precisamos refletir sobre o tipo de ajuda que damos aos nossos
irmãos e irmãs.
Jesus hoje pergunta a cada um de nós: Você me ama? Então está na
hora de pensar: Eu faço o que faço por Filantropia ou por amor? Ou para ser vistos pelos homens?
Amigas e amigos.
Nesse momento seria bom nos perguntar: Será que o meu empenho, o meu apostolado,
o meu trabalho na comunidade é realmente por amor a Deus, ou apenas por uma
mera filantropia, por uma tendência a ajudar por ajudar? Será que lá no fundo eu não tenho uma
quedinha de fazer o bem para ser visto pelas pessoas? Para obter o seu reconhecimento?
“Nada
façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um considere os
outros como superiores a si e não cuide somente do que é seu, mas também do que
é dos outros” (Fl 2,3-4).
“O maior
dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e
quem se humilhar será exaltado.”
Para que as nossas
redes lançadas ao mar do mundo se encham de peixes, precisamos estar com Deus,
por meio de Cristo Jesus. Sem ele, de nada adianta todo o nosso esforço de
ficar o dia todo nos preparando, pesquisando, lendo, administrando as coisas de
Deus, ou até mesmo rezando horas e horas, mas da boca para fora. Porque se não
tivermos Jesus dentro de nós, se não estamos na união santa e íntima com a
Santíssima Trindade, todo esse trabalho não produzirá frutos nenhum. A nossa
rede sairá da água do jeito que entrou. Sem nenhum peixe. Para conseguir pescar
mulheres e homens, jovens e crianças para o Reino que Deus nos preparou, a
nossa rede deve conter a força da presença divina a qual não pode se apartar de
nossa pessoa nenhum momento.
Precisamos nos
preparar, sim. Precisamos fazer a nossa parte. Mas a presença de Jesus
eucarístico em nós é mais importante! Observe que os pescadores de peixe, antes
de ser serem transformados em pescadores de homens, era pessoas cultas, nem
viviam lendo o dia todo. Porém, a presença de Jesus na vida deles, os fizeram
pronunciar discursos arrebatadores, e capazes de converter multidões.
Mas nem por isso
vamos prescindir do preparo. Não é por isso que vamos deixar de lado a leitura
meditativa da palavra, a leitura de comentários dessa mesma apalavra, o que é
encontrada em sites e blogs como este que você agora está visitando. Volte
sempre.
Bom domingo, José Salviano
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