4 de Maio de 2016 - Quarta
- Evangelho - Jo 16,12-15
Bom dia!
Notaram que
pulamos de João 3 para João 14? Isso acontece geralmente quando vivemos um
tempo de comemoração. Hoje lembramos São Tiago e São Felipe. Salve!
Sem
polemizar, mas esse é um dos trechos do evangelho que nossos irmãos
protestantes justificam sua forma peculiar de profetizar a fé e suas ações, ou
seja, uma relação criada sem intermediários com Deus e é claro que não estamos
aqui pra delinear linhas e laudas sobre o que é correto para essa ou aquela
igreja, mas o fato que esse entender parcial, também tem levado muita gente a
se afastar DA CASA DE DEUS.
Esse
evangelho é denso na interpretação visto que precisa estar o mais próximo da
íntegra e não somente em partes. Como assim?
Por exemplo,
lemos apenas os versículos “sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode
chegar até o Pai a não ser por mim”, “Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não
precisaremos de mais nada”, “creiam pelo menos por causa das coisas que eu
faço” e “quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que
estas”. Eles em separado já representam a verdade, mas o texto na íntegra
propõe o ensinamento.
Como Tiago e
Felipe também fragmentamos o ensinamento, pois se isso não fosse verdade por
que os discípulos deixaram Jesus sozinho a rezar? Por que o abandonaram? Por
que se esconderam? Fragmentos de ensinamento. Em pedaços ouvimos apenas o que
nos interessa. Isso é um traço humano.
Os
versículos que separei justiçam, por si só, que Deus nos ouve, que esta atento
a minha oração onde quer que eu esteja, que tudo Nele eu posso e que os
milagres acontecerão, mas não queremos ouvir o ensinamento completo que exorta
que preciso ter e manter a fé, mudar de atitude e comprometer-se com o próximo.
Reparem esse
versículo em meio ao ensinamento: “(…) O PAI, QUE ESTÁ EM MIM, É QUEM FAZ O SEU
TRABALHO”.
Jesus deixa
bem claro que é o portador do sonho de Deus para nós, e que sua missão é ser
canal da graça do Pai em meio aos irmãos. Em muitos momentos, não somente nesse
evangelho, fica evidente que, já que é interesse de Deus, nada o impediria, ou
seja, qualquer dificuldade seria (e será) transposta mediante a vontade de
Jesus (ou nossa) em prosseguir. Deus oferece as ferramentas, mas o filho, de
vontade própria, precisava ter a ação concreta.
Ele diz
“peça e receberá”, “não tenhas medo”, “venha”, mas precisa da ação concreta de
cada um em acreditar e FAZER ACONTECER. Onde eu quero chegar?
Cada vez
mais vemos as pessoas FRAGMENTAS sendo cristãs apenas a frente da TV. Participam
de Missas, Novenas e Encontros “ao vivo” diretamente do conforto do seu sofá,
da sua cadeira… Temos locais que esse conforto desmotivou as pessoas a ir à
missa, estar com os irmãos, partilhar, emprestar seu talento, dom ou carisma.
Justificam a
violência das cidades, a falta de estacionamento nas igrejas, não ter ar
condicionado, a demora da homilia, “aquele padre chato”, “Deus ouve minha
oração em casa”, (…) para preferirem ficar em casa.
Claro que o
conforto é bom e que a tecnologia também nos aproximou de Deus, em especial nas
formações, na reza do terço, nos momentos de oração matinal, mas veja quantos
grupos e pastorais sucumbem de ajuda, pois não queremos sair de casa na hora da
novela, “justificando” que já fiz meu compromisso cristão ao assistir a missa
pela manhã pela TV?
Penso que as
homilias e ensinamentos dados na TV deveriam estimular ou desafiar mais as
pessoas a SER COMUNIDADE. Enquanto Jesus sofria seu calvário, seus discípulos
onde estavam? As coisas grandiosas que podemos fazer e que Jesus menciona estão
relacionadas no contato com as pessoas, OU SEJA, bem além dos muros das nossas
casas.
Os
discípulos que hoje celebramos (que tomaram esse “pito” de Jesus hoje) se
transformaram em grandes divulgadores da Boa Nova, fato este que os levou ao
martírio. A ação concreta deles, em meio aos irmãos, trouxe o entendimento
completo do ensinamento de Jesus
Por fim
deixo a reflexão final proposta pela CNBB para esse evangelho:
“(…) Nós
também participamos dessa comunhão NA MEDIDA EM QUE NOS TORNAMOS ÍCONES de
Cristo e A PARTICIPAÇÃO NESSA COMUNHÃO É QUE NOS GARANTE A VIDA EM PLENITUDE, a
vida eterna”.
Um imenso
abraço fraterno
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