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domingo, 7 de abril de 2013

Maria e a Ressurreição de Cristo por João Paulo II




1. Depois que Jesus é colocado no sepulcro, Maria "é a única que mantém viva a chama da fé, se preparando para acolher o anúncio alegre e surpreendente da Ressurreição". A espera que vive a Mãe do Senhor no Sábado santo constitui um dos momentos mais altos de sua fé: na escuridão que envolve o universo, ela confia plenamente no Deus da vida e, recordando as palavras de seu Filho, espera a realização plena das promessas divinas.

Os evangelhos citam vários aparecimentos do Ressuscitado, mas não falam do encontro de Jesus com sua mãe. Este silêncio não deve nos levar a concluir que, após sua Ressurreição, Cristo não apareceu a Maria; ao invés, convida-nos a tratar de descobrir os motivos pelos quais os evangelistas não o referem.
Supondo que se trata de uma "omissão", se poderia atribuir ao fato de que tudo o que é necessário para nosso conhecimento salvífico se encomendou à palavra de testemunhas "escolhidas por Deus" (Atos dos Apóstolos 10, 41), isto é, aos Apóstolos, os quais "com grande poder" (Atos dos Apóstolos 4, 33) deram depoimento da Ressurreição do Senhor Jesus. Antes que a eles o Ressuscitado apareceu a algumas mulheres fiéis, por sua função eclesial:"Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão" (Mateus 28, 10).

Se os autores do Novo Testamento não falam do encontro de Jesus ressuscitado com sua mãe, talvez se deva atribuir ao fato de que os que negavam a Ressurreição do Senhor poderiam ter considerado esse depoimento demasiado interessado e, portanto, não digno de fé.

2. Os evangelhos, ademais, referem só a poucos aparecimentos de Jesus ressuscitado, e certamente não pretendem fazer uma crônica completa de todo o que sucedeu durante os quarenta dias após a Páscoa. São Paulo recorda um aparecimento "a mais de quinhentos irmãos ao mesmo tempo" (I Coríntios 15, 6). Como justificar que um fato conhecido por muitos não seja referido pelos evangelistas, apesar de seu caráter excepcional? É sinal evidente de que outros aparecimentos do Ressuscitado, ainda sendo consideradas fatos reais e notórios, não foram recolhidos.

Como poderia a Virgem, presente à primeira comunidade dos discípulos (Atos dos Apóstolos 1, 14), ter sido excluída do número dos que se encontraram com seu divino Filho ressuscitado dentre os mortos?

3. Mais ainda, é legítimo pensar que verossimilmente Jesus ressuscitado apareceu a sua mãe em primeiro lugar. A ausência de Maria do grupo das mulheres que na aurora se dirigiram ao sepulcro (Marcos 16, 1; Mateus 28, 1), não poderia constituir um indício do fato de que ela já tinha se encontrado com Jesus? Esta dedução ficaria confirmada também pelo dado de que as primeiras testemunhas da Ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, as quais permaneceram fiéis ao pé da cruz e, por tanto, mais firmes na fé.

Efetivamente, a uma delas, Maria Madalena, o Ressuscitado lhe encomenda a mensagem que devia transmitir aos Apóstolos (João 20, 17-18). Talvez, também este dado permita pensar que Jesus apareceu primeiro a sua mãe, pois ela foi a mais fiel e na prova conservou íntegra sua fé.

Por último, o caráter único e especial da presença da Virgem no Calvário e sua perfeita união com seu Filho no sofrimento da cruz, parecem postular sua participação particularíssima no mistério da Ressurreição.

Um autor do século V, Sedulio, sustenta que Cristo se manifestou no esplendor da vida ressuscitada antes de mais nada para sua mãe. Efetivamente, ela, que na Anunciação foi o caminho de seu rendimento no mundo, estava chamada a difundir a maravilhosa notícia da Ressurreição, para anunciar sua gloriosa vinda. Assim inundada pela glória do Ressuscitado, ela antecipa o "resplendor" da Igreja (corforne Sedulio, Carmen pascale, 5, 357-364: CSEL 10, 140 s).

4. Por ser imagem e modelo da Igreja, que espera o Ressuscitado e que no grupo dos discípulos se encontra com ele durante os aparecimentos da páscoa, parece razoável pensar que Maria manteve um contato pessoal com seu Filho ressuscitado, para gozar também ela da plenitude da alegria pascal.

A Virgem santíssima, presente no Calvário durante a Sexta-feira santa (João 19, 25) e no cenáculo em Pentecostes (Atos dos Apóstolos  1, 14), foi provavelmente testemunha privilegiada também da Ressurreição de Cristo, completando assim sua participação em todos os momentos essenciais do mistério pascal. Maria, ao acolher o Cristo ressuscitado, é também sinal e antecipação da humanidade, que espera conseguir sua plena realização mediante a Ressurreição dos mortos.

No Tempo Pascal a comunidade cristã, dirigindo-se à Mãe do Senhor, convida-a a alegrar-se: "Regina coeli, laetare. Alleluia". “Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!". Assim recorda a alegria de Maria pela Ressurreição de Jesus, prolongando no tempo o "Alégrate!” que lhe dirigiu o anjo na Anunciação, para que se convertesse em causa "de alegria" para a humanidade inteira.
Textos bíblicos  
Atos dos Apóstolos 10, 41 - não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia predestinado, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressuscitou.
Atos dos Apóstolos 4, 33 - Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça.
I Coríntios 15, 6 - Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos);
Atos dos Apóstolos 1, 14 - Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.
Marcos 16, 1 - Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus.
Mateus 28, 1 - Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo.
João 20, 17-18 - 17 Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18 Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.
João 19, 25 - Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Atos dos Apóstolos  1, 14 - Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.


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