QUARTA-FEIRA- 17
de abril
Jo 6,35-40
Esta é a vontade
do meu Pai: toda pessoa que vê o Filho tenha a vida eterna.
Este Evangelho
sublinha a vontade salvadora de Deus Pai, através do seu Filho. Ver Jesus é
mais do que olhar fisicamente para ele, pois ele reclamou: “Vós me vistes, mas
não acreditais”. Temos de vê-lo com coração aberto e com o desejo de segui-lo.
Assim como Jesus
procurou ser fiel à vontade de Deus Pai sobre ele, fazendo tudo para que
aqueles que o Pai lhe deu não se percam, nós também, como Igreja, fazemos de
tudo para que não se perca nenhum daqueles que Jesus confiou a nós. E
conseguimos isso recebendo e distribuindo a Eucaristia, que nos torna “outros
Cristos” no mundo.
Quem pára de
comungar, precisa pensar bem o que está acontecendo; será que o “agricultor”
não está cortando o galho da videira, porque este galho não está produzindo
frutos?
“Eu sou o pão da
vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá
sede.” Comungar é unir-se com Cristo numa aliança eterna, de vida e de ideais.
Duas vezes neste
Evangelho Jesus fala que, se morrermos unidos com ele, ele vai nos ressuscitar
no último dia, isto é, após a nossa morte. Esta é a vontade de Deus Pai:
vivermos eternamente unidos com ele no céu. E é também, claro, a nossa vontade.
A Igreja faz a
Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja. A Igreja faz a Eucaristia porque é o
padre que, obedecendo a Jesus, preside à Missa na qual acontece a
transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo. E a Eucaristia
faz a Igreja porque a Eucaristia é a vida da Igreja. Ela faz na Igreja o que o
alimento faz no nosso corpo. Uma Comunidade que não tem Missa nem Culto
dominical, no qual se distribui a Comunhão, vai enfraquecendo cada vez mais até
morrer.
Há uma grande
diferença entre a Eucaristia e os outros seis sacramentos. Nestes recebemos a
graça de Deus; na Eucaristia recebemos o próprio Deus. E Cristo nos vem com
todas as graças, com toda a sua força e o seu amor. Nos outros sacramentos
recebemos a força de Deus para determinadas situações concretas da nossa vida:
Nascer (batismo), crescer (crisma), pecar (confissão), tornar-se padre (ordem),
casar-se (matrimônio) e ficar doente (unção dos enfermos). Já na eucaristia é
toda a vida cristã que é revigorada.
Havia, certa
vez, um menino de oito anos que adorava ouvir o pai tocar violão. À noite, ele
sempre levava o violão para o pai tocar. Na verdade, o pai não sabia tocar
violão, apenas fazia alguns acordes.
Como o pai
chegava sempre cansado em casa, um dia ele comprou para o filho um toca CD e
lhe deu de presente, junto com vários CDs de grandes violonistas. Mas o garoto,
em vez de ligar o toca discos, levava o violão para o pai tocar.
Numa noite, o
pai lhe disse: “Filho, você não gosta de ouvir CD?” “Gosto” – respondeu o
menino – mas eu quero ouvir o senhor tocar!”
Mais importante
que o violão era a amizade com o pai, e os dois ficarem juntos. Como é bom ter
Cristo junto conosco na Eucaristia! Nós dialogamos com ele, ficamos mais
felizes e adquirimos forças para continuar a caminhada.
Maria Santíssima
estava unida, não só ao seu Filho, mas também à santa Igreja que, após a
ascensão de Jesus, reuniu-se no Cenáculo. Depois, obedecendo ao Filho, foi para
a casa do evangelista João e lá participava da Comunidade cristã. Que ela nos
ajude a amar mais a Eucaristia, o Cristo vivo no meio de nós, transformado em
alimento.
Esta é a vontade
do meu Pai: toda pessoa que vê o Filho tenha a vida eterna.
Padre Queiroz
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