25 de dezembro - terça Feira
NATAL
DO SENHOR 25/12/2012
1ª
Leitura Isaias 52,7-10
Salmo Lc 2,11 “Hoje vos nasceu na cidade de Davi um
Salvador, que é o Cristo Senhor”
2ª
Leitura Hebreus 1, 1-6
Evangelho
João 1, 1-18
NASCEU
PARA VÓS UM SALVADOR!”
– Diac. José da Cruz
O anúncio do evangelho de Cristo na celebração de
Natal, não quer destruir os símbolos natalinos que a sociedade se utiliza nessa
época, mas quer restituir ao mundo o verdadeiro sentido do Natal.
O natal paganizado, que se prostra diante do deus-
consumismo, só oferece a felicidade aos que muito podem comprar, por isso, para
o comércio é um tempo de esperança, que se realiza no dinheiro que entra no
caixa da loja.
Para as pessoas de um modo geral, Natal é panetone
com champanhe, presente, amigo invisível, confraternizações, gigantescas árvores
de natal, fachadas residenciais e comerciais iluminadas com mil luzes, perus e
tender, regado com cerveja ou um bom vinho, quem não pode passar por esse
ritual de consumismo, está fora da aldeia global.É bem verdade que por conta do
sentimentalismo, a emoção toma conta dos encontros familiares, pensa-se nos que
já partiram, e até algumas reconciliações marcadas pelas lágrimas acabam
acontecendo.
Tempo de cartões e mensagens belíssimas, que falam
de paz, esperança, otimismo,alegria. Quanto ao Papai Noel, inspirado em São
Nicolau, um velhinho bondoso que ajudava os mais pobres, cada vez mais se torna
em cada natal, a personificação do deus consumismo. É uma imagem meiga que
inspira ternura, que risca os céus estrelados dos filmes natalinos, com o trenó
puxado pelas Renas, veio do Pólo Sul onde a lenda diz que está sua fantástica
fábrica de brinquedos, e sem dúvida alguma “roubou” a cena do protagonista
principal, que não é uma lenda ou um conto de fadas, que nos trás, não um saco
cheio de presentes, mas sim o maior de todos os presentes: a Salvação do Senhor
nosso Deus!
A humanidade de hoje não compreende o sentido da
palavra Salvação, ela foi trocada pelo consumismo, o homem quer ser feliz hoje,
nessa vida, do seu jeito e não do jeito de Deus, o homem tem os seus planos e
não está disposto a abrir mão deles, por causa do Plano de Deus.
Chama-nos a atenção nessa noite a forma inusitada
como Deus veio ao encontro do homem: uma criança, frágil, pequena, desprotegida
e carente. Maria e José não são pessoas especiais, dotadas de poderes
extraordinários, são simples mortais como qualquer um de nós, é verdade que
Maria foi preservada do pecado, mas isso não fazia dela uma mulher especial,
diferente das demais mulheres da Galiléia. Do mesmo modo que os pastores, primeiros
a receberem o anúncio no evangelho de São Lucas, não são místicos ou
visionários, pelo contrário, eram pessoas muito mal vistas pela sociedade,por
terem fama de serem ladrões e mentirosos.
A encarnação de Jesus não se dá fora de um contexto
humano, ele não cai do céu de pára-quedas, mas se insere no momento histórico
que o seu povo vive, sob a dominação romana, quando César Augusto publicou um
decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra, quando Quirino era
governador da Síria. José e Maria são apenas mais um casal, dos muitos que
tiveram de se deslocar para sua cidade de origem para fazerem o censo. Deus não
quis parar o fluxo da história para entrar na humanidade...
A vinda do Messias tão esperado não era apenas um
fato religioso, mas também histórico, social e político, o que os poderosos não
esperavam é que o nascimento do Messias fosse fugir totalmente do controle dos
sumo sacerdotes, que detinham o poder religioso da época. E por isso o
rejeitaram com veemência “Veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram”
. Jesus Cristo, uma criança pobre e frágil, filho do Zé e da Maria, estava
muito longe do poderoso Messias que viria com poder e glória. Nessa natal a voz
do anjo ecoa no tempo e no espaço “Não tenhais medo, hoje nasceu para vós um
Salvador !” . Alguém que mudou a nossa sorte no prenúncio do profeta Isaias
“Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo oh ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou
seu povo e resgatou Jerusalém” . Das ruínas da grandiosa cidade, e de um resto
desprezível, Deus suscita algo novo, assentando as bases de um Reino que será
eterno. Eis aí algo fantástico! Deus reconstrói os sonhos desfeitos, os planos
que não deram certo. Isso é a Salvação !
Ah se nessa noite os homens todos parassem e
ouvissem essa mensagem, trazida na boca de um anjo...Seria um recomeço, a
recriação do mundo. Felizes os simples e humildes, que nessa noite se extasiam
celebrando o Deus criança, são poucos o sabemos, porém estão em toda a parte.
Para estes, Jesus não é uma imagem de uma criancinha, que se coloca em uma
caixa de papelão e se guarda em cima do guarda roupa até o próximo ano,mas é o
Filho de Deus, o Verbo Encarnado, de quem recebemos graça por graça, como
afirma João no seu evangelho.
Que nesta noite possamos todos nos renovar,
permitindo que de nossas ruínas interiores, a graça de Deus reconstrua tudo
aquilo que o pecado destruiu. “Brilha hoje uma luz sobre nós, pois nasceu para
nós o Senhor”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário