27/12/2012
Jo 20,2-8
O outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao
túmulo.
Hoje celebramos a festa de S. João Evangelista. A comemoração vem logo
após o Natal, porque João foi o primeiro discípulo a acompanhar Jesus.
Portanto, foi uma das primeiras pessoas a beber dessa Água Viva que nos foi
dada no Natal.
O Evangelho narra o momento, após a morte de Jesus, em que os Apóstolos
Pedro e João foram informados por Maria Madalena de que Jesus não estava no
túmulo. Os dois foram correndo ao túmulo. Mas João correu mais e chegou antes
de Pedro. Ele não precisava fazer isso, mas o seu amor a Jesus era tão grande
que o fez correr mais depressa. O amor é assim, ele nos dá pressa.
Dos doze Apóstolos, João era, provavelmente, o mais novo. Quando começou
a seguir Jesus, tinha aproximadamente dezessete anos. Por isso, foi também o
último a morrer. Faleceu com perto de noventa anos.
João é irmão de outro Apóstolo: Tiago. Seus pais se chamam Zebedeu e
Salomé. Os dois irmãos exerciam, junto com o pai, a profissão de pescadores.
Antes de pertencer ao grupo de Jesus, eles eram discípulos de João Batista.
O próprio João narra, em seu Evangelho, o chamado que recebeu de Jesus
(Jo 1,35-39). Um dia, João Batista apontou para Jesus, que passava, e disse
para os seus discípulos: “Eis aí o Cordeiro de Deus”, expressão que significa
Messias. João e André, irmão de Pedro, deixaram então João Batista e passaram a
seguir Jesus. Jesus olhou para trás e perguntou-lhes: “Que procurais?” Eles
responderam: “Mestre, onde moras?” Jesus disse: “Vinde e vede”. Eles foram,
viram, e ficaram com Jesus até o fim da vida.
Como Apóstolo, João, junto com Pedro e Tiago, formavam o trio que Jesus
levava consigo nas missões especiais, como a ressurreição da filha de Jairo, a
transfiguração, a agonia no Jardim das Oliveiras...
Mc 10,35-41 narra que um dia João e seu irmão Tiago pediram a Jesus:
“Mestre, quando estiveres na tua glória, nós dois podemos nos assentar, um a
tua direita e o outro a tua esquerda?” Jesus respondeu: “Vós não sabeis o que
estais pedindo. Podeis beber do cálice que eu vou beber?” Eles responderam:
“Podemos”. Jesus disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice; mas, quanto a
sentar-se à minha direita ou à esquerda, isso não compete a mim, mas ao meu
Pai”. Esta cena mostra que, no início, João não era nada santinho. Era
ambicioso a cargos de destaque.
Em outra ocasião (Lc 9,52-55), um vilarejo de samaritanos não quis
receber o grupo de Jesus. João e Tiago disseram a Jesus: “Mestre, podemos pedir
fogo do céu para devorá-los?” Jesus os repreendeu. A partir daí, os dois
receberam, no grupo, o apelido de Boanerges, que significa filhos do trovão (Cf
Mc 3,17). Isso mostra mais uma vez que João não era muito boa bisca. Era um
rapaz de temperamento impulsivo e vingativo.
Foi a convivência com Jesus que o mudou, fazendo dele o Apóstolo do amor
e aquele que nos deu a maravilhosa definição de Deus: Deus é amor.
A convivência transforma as pessoas, tornando-as parecidas, no pensar,
no sentir e no agir. O processo é lento e imperceptível, mas é implacável. É o
que diz o provérbio: “Diz-me com quem andas, e eu te direi quem és”.
Quem fica perto do fogo, se aquece. O ferro, em contato com o fogo, muda
até de cor.
O livro dos Atos dos Apóstolos narra que, após Pentecostes, João exerceu
uma atividade missionária intensa. Foi justamente este seu cuidado pastoral que
o levou a escrever cinco livros da Bíblia: O quarto Evangelho, as três cartas e
o Apocalipse.
Podemos resumir a vida do Apóstolo João com a seguinte frase: Ele tinha
um grande amor a Jesus, um grande amor à Igreja e um grande amor ao próximo. É
um verdadeiro modelo de cristão.
E João recebeu de Jesus uma miss muito especial e bonita: cuidar de sua
mãe, após a sua morte (Cf Jo 19,25-17). Os teólogos dizem que, ali no Calvário,
João representava todos os cristãos de todos os tempos. nós. Portanto, naquele
momento, ganhamos Maria por mãe.
Vamos, a exemplo de João, levar Maria para a nossa casa. Se o fizermos,
podemos ter certeza que com ela irá o céu inteiro, pois ela é a Rainha do céu e
da terra.
O outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao
túmulo.
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