18 de Março - Sábado
- Evangelho - Lc 15,1-3.11-32
Teu irmão estava morto e tornou a viver.
Este Evangelho – a parábola do Filho Pródigo – nos ensina o amor de
misericórdia. É o amor que Deus tem para conosco e que nós também devemos ter
uns com os outros.
O pai é Deus e os dois filhos somos nós, seja quando pecamos (filho
mais novo), seja quando não acolhemos os que pecam (filho mais velho), o que é
também pecado. A família é a Comunidade cristã.
O amor de Deus por nós é sempre maior do que as nossas fraquezas.
Esta é a grande luz que brilha no fim do túnel do pecador.
Mais que desobediência, pecar ofender, é magoar a Deus, que é Pai
misericordioso. O que sobressai na nossa conversão é o abraço de Deus.
O pecado desumaniza, destrói a vida, leva a pessoa a comer lavagem
de porco. O resultado do pecado é a morte, bem o contrário daquilo que a
tentação nos propõe, antes de cometê-lo.
“Eu te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se
obedeceres aos preceitos do Senhor... viverás. Se, porém, o teu coração se
desviar, deixando-te levar pelo erro, morrerás. Eu te proponho a vida e a
morte. Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,15-20).
A veste nova representa a graça, a amizade de Deus que é recuperada
totalmente. Isto nos causa arrependimento e ao mesmo tempo alegria, após o
pecado.
Um casal de namorados, se um deles está apaixonado e o outro não
quer continuar o namoro, o apaixonado não o força. É próprio de quem ama
respeitar a pessoa amada. Provavelmente o pai sabia onde o filho estava,
cuidando dos porcos, mas não foi buscá-lo. Sofria ao saber que o filho estava
passando fome, mas respeitava a sua liberdade, a sua iniciativa. É o que
acontece conosco, e é bem por isso que existe inferno: a pessoa escolhe o seu
destino e Deus respeita. Ele continua nos amando eternamente, mesmo que
estejamos no inferno! Deus respeita tanto o homem, que o deixou matar seu
próprio Filho!
Deus é o primeiro a não querer o inferno para nós. Mas, se alguém o
escolhe, isto é, escolhe viver longe de Deus, viverá eternamente. Portanto, não
tem sentido aquele questionamento: “Como pode existir inferno, se Deus é bom e
nos ama tanto?” É justamente por isso Deus nos ama que existe o inferno! Quem
ama respeita.
Já o filho mais velho é mesquinho, sem coração, não sabe perdoar o
irmão. Nem o chama mais de irmão: “Esse teu filho”. Se nós nos julgamos perfeitos
e não aceitamos ser irmãos daqueles que erram, tornamo-nos piores do que eles.
Não queremos imitar o filho mais velho e sim o pai da parábola, sendo
misericordiosos.
O banquete que o pai preparou representa a Eucaristia. Ela é a
festa dos misericordiosos. Quem não tem esta mentalidade, não consegue
participar da Eucaristia.
Para se alcançar a paz após um conflito é necessário o respeito à
vida, à cultura, à liberdade de expressão, o compromisso com a não-violência, a
colocação das pessoas acima dos bens materiais e a fé cristã junto com suas
virtudes.
Certa vez, numa aldeia de índios do Rio Grande do Sul, o pajé
reuniu os índios jovens e lhes disse: “Se, um dia, alguém fizer o mal a você e
você quiser vingar-se dele, matando-o, primeiro sente-se e tome uma cuia de
chimarrão. Você compreenderá que a morte é um castigo desproporcional ao mal
que a pessoa lhe fez. Ao invés disso, resolva dar-lhe uma boa sova. Porém,
antes, encha novamente a cuia e tome. Você vai refletir melhor e pensar que, em
vez de sova, é melhor uma boa repreensão. Mas antes, encha de novo a cuia e
tome. Você se lembrará do Filho de Deus que nos perdoou e nos mandou fazer o
mesmo. Então você se convencerá de que o melhor é ir ao encontro do inimigo e,
com humildade, abraçá-lo”.
Pagar o mal com o bem. “Se alguém te der uma bofetada numa face,
oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a
túnica” (Mt 5,38-42).
Maria Santíssima nunca se afastou da casa do Pai, e nunca manchou
sua veste pura da graça. Ela é a mãe dos pecadores, Mãe de misericórdia. Que
Nossa Senhora nos ajude a não nos afastarmos de Deus e a sermos misericordiosos
com os pecadores, seja que pecado tenham cometido.
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