17 de Março- Sexta - Evangelho - Mt 21,33-43.45-46
Bom dia!
Tenho oportunidade de conversar com muita gente e durante essas
conversas surgem tremendos desabafos que acabam me motivando ainda mais a
continuar caminhando. São pessoas felizes, tristes, esperançosas, magoadas,
vivendo turbulências, alguns jubilosos, mas as que mais me chamam a atenção são
aquelas que são perseguidas, menosprezadas, deixadas num canto, não pelo
sofrimento, mas por não terem feito nada de errado.
“(…) Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e,
mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai,
porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois foi deste modo que
perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. (Mateus 5, 11-12)
Sabemos que Jesus em sua inigualável sabedoria usava de situações e
exemplos que transpunham as pessoas a se por no lugar da história e dela, a
partir de uma opinião, traçar uma resposta ou conclusão.
Quem por ventura era o filho do dono da vinha?
Nossa fé nos faz acreditar que um dia Jesus voltará e de forma
gloriosa, no entanto, e se Ele optar pelo vento suave e não pelo vendaval,
conseguiremos vê-lo ou reconhecê-lo?
Quantas pessoas de nossa comunidade, serviço, faculdade também são
assim. Trabalham, trabalham, se empenham, se prontificam, ajudam, dão suor, mas
quando apontam uma situação nossa errada ou pelo menos equivocada são taxadas
como “causadores de tumulto”, “sabichões”, (…). Fico imaginando o pobre filho
do dono da vinha… Cheio de boas intenções, mas feriu o interesse daqueles que
querem ficar com que não é deles.
E quando a justificativa é a experiência? O tempo de casa,
comunidade? (hunf) Outra briga! E o vento sopra e mais uma vez não é ouvido
pelo orgulho.
Acredito que os que têm mais tempo de casa deveriam ser os
primeiros a denunciar o que é errado ou equivocado. A idéia de não querer se
indispor já nos fez perder muitas lideranças. Devem ser ouvidos e não se calar.
Conheço também muita gente que por falta de humildade e demasiadamente animado pela
juventude (ou seria infantilidade) não se permite a ouvir, mas, ha de se
convir, que devemos sempre abrir um precedente em todas as discussões: E SE ELE
ESTIVER CERTO e EU ERRADO?
O vento sopra suave, mas se torna quase impossível ouvi-lo ou
senti-lo quando gritamos.
Já presenciei reuniões que quase virou barraco; já presenciei
também discussões homéricas por causa de uma coisa banal esquecida durante a
missa; ah!! E aquelas discussões por causa da música, do glória, do ato
penitencial… (risos). Tenho conhecidos que se tornaram especialistas em
assistir a missa como se fosse aquele jogo dos sete erros (risos). Vão correndo
na liturgia, no pároco, no bispo e se fosse fácil, até no papa, pra dizer
aquilo que ninguém na missa percebeu e só ele (a), pois na verdade ainda não
notou que , mais uma vez, não ouviu a palavra.
Já ia esquecendo… E os irmãos (inclusive eu já me peguei fazendo
isso) que sentam pra ouvir a homilia ou reflexão ou a pregação do colega ou do
sacerdote, só pra anotar as coisas erradas (ao seu entender) que são ditas no
calor de uma emocionada fala? Descobri que quando fazemos isso estamos
revelando um lado imaturo nosso que se sacia com o erro do outro, ou seja,
quanto mais imaturos, mais procuramos defeitos nos outros para me sentir melhor
que ele (a). Ah! É inveja mesmo! (risos)
Olha, se o filho do dono voltasse hoje pra ver como tratamos o que
Ele nos confiou, poderia ter o mesmo fim que aqueles que são perseguidos.
Ouçamos mais os outros! Eles podem estar representando o Dono.
Lembrem do evangelho de ontem…
“(…) Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão,
mesmo que alguém ressuscite”. (Lucas 16, 31)
Um imenso abraço fraterno!
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