01 de Abril - Sábado
- Evangelho - Jo 7,40-53
Pe. Antonio Queiroz
Porventura o Messias virá da Galiléia?
Este Evangelho mostra que o povo estava dividido a respeito de
Jesus: uns achavam que ele era um profeta, ou até o Messias, e outros
objetavam, pelo fato de ele ser galileu: “Da Galiléia não surge profeta”.
Também a cidade dele era vista com preconceito: “De Nazaré pode sair algo de
bom?”.
Preconceito, como a própria palavra diz, é um conceito formado
antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento da pessoa, baseado em
fatores externos a ela. É um prejulgamento. A pessoa preconceituosa baseia-se
nas aparências, e forma já o seu julgamento sobre a pessoa.
Entre nós, há preconceito entre Estados, entre cidades, entre
pessoas que tem a pele de outra cor, entre os que têm estudo e os que não têm,
até entre os que moram na cidade e os que moram na roça. Quanta gente sofre por
causa do preconceito!
Nós cristãos não devíamos ter preconceito de ninguém, pois o
batismo nos igualou a todos. “Vós todos sois filhos de Deus... Vós todos que
fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo... Não há mais judeu ou
grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo
Jesus” (Gl 3,26-28).
O preconceito é um tabu difícil de combater, porque ele cega a pessoa.
Veja a resposta que deram a Nicodemos, que tentou combater o preconceito contra
Jesus, foi também atacado: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar...”
O encontro do humano com o divino na pessoa de Jesus é paradoxal. É
o encontro do relativo com o absoluto, do imperfeito com o perfeito, do
limitado com o absoluto. A humanidade nunca entendeu direito, nem assimilou
esse encontro. Houve épocas na história em que divinizavam tanto a Jesus que
sacrificavam a sua humanidade, e houve épocas contrárias.
Também a Igreja carrega em si esse paradoxo, pois ela é, ao mesmo
tempo, humana e divina, santa e pecadora. Há pessoas que querem fazer dela um
grande movimento social no mundo. Outro, ao contrário, a espiritualizam demais,
distanciando-a da vida humana do dia a dia. Inclusive o padre, muitos querem
que ele viva só na sacristia, outros querem que ele viva só na rua,
envolvendo-se no temporal e nos problemas sociais.
Conta-se que Santo Afonso Maria de Ligório, o fundos dos
missionários redentoristas, no final de sua vida ficou acamado durante um
tempo.
Um dia ele pediu ao Irmão que cuidava dele que o levasse até a
capela. O Irmão lhe disse: “Não precisa! Jesus está em toda parte, e está aqui
neste quarto também”. O velho bispo respondeu: “Sim, ele está aqui. Mas lá na
capela ele está fisicamente presente, na eucaristia, e eu quero visitá-lo”. E o
Irmão teve de levá-lo, na cadeira de rodas, até a capela.
Vendo o Evangelho de hoje, nós pesamos: se eu estivesse lá, não ia
desprezar Jesus. Mas o mesmo Jesus que estava lá está em todas as nossas
igreja, na eucaristia. Que não o desprezemos!
Campanha da fraternidade. O meio ambiente e a natureza também têm
sido alvo de violência. A exploração econômica sem critérios, a situação em que
se encontram as florestas, a poluição dos rios e das águas em geral, a
contaminação do ar, a extinção de espécies vegetais e animais são resultantes
da ação predatória dos seres humanos e sintomas de grave doença que avança
sobre nossa civilização.
Hoje, estamos sofrendo sérias conseqüências das ações contra o meio
ambiente como o efeito estufa, o aquecimento global, a indisponibilidade cada
vez maior de água potável e o aumento dos diversos tipos de poluição nas
grandes cidades. Tudo isso gera medo crescente em relação ao futuro e ao agravamento
dessas conseqüências. O próprio planeta torna-se inseguro para todos.
Maria Santíssima viveu numa sociedade que tinha vários preconceitos
contra a mulher, a qual tinha de ser caseira e não podia nem falar em público.
Ela, porém, passou por cima de tudo isso. Que ela nos ajude a vencer os
preconceitos e a entender o seu Filho como ele realmente é: verdadeiro Deus e
verdadeiro homem.
Porventura o Messias virá da Galiléia?
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