30
de Janeiro- Segunda - Evangelho - Mc 5,1-20
Espírito
impuro, sai desse homem!
Este
Evangelho narra o primeiro encontro de Jesus com o mundo pagão. O episódio
mostra o poder de Jesus sobre o demônio
Possesso
é alguém que não é dono de si mesmo, mas é possuído, conduzido pelas forças do
mal: Paixões, posses, dinheiro, vícios... O espírito impuro é a força do mal
que tira de nós a pureza de coração, que é uma bem-aventurança. É a malícia, a
licenciosidade, a libertinagem, a maldade, as segundas intenções, enganos,
mentiras.
“Nem
correntes”: O vício da impureza é difícil de ser vencido.
“Vieste
aqui para nos destruir?” Ele percebeu que se não enfrentasse a Jesus, este o
destruiria.
O
porco era considerado um animal impuro, porque vive na lama e anda sempre sujo.
Por isso os porcos foram escolhidos pelos espíritos impuros para sua morada.
“Dize-me com quem andas e te direi quem és”.
“E
toda a manada de porcos atirou-se no mar e se afogou”. Os espíritos impuros são
assim: só querem prejudicar as pessoas.
O
demônio é um vírus terrível, que se aloja no nosso espírito, no nosso
pensamento, na nossa mentalidade, e contamina a sociedade inteira, criando uma
cultura de pecado. É daí que nascem todos os males do mundo.
Aquele
possesso vivia no meio dos túmulos. Os mortos querem viver entre os mortos,
isto é, em más companhias. Os perversos facilmente se agrupam, em quadrinhas
etc. Ele tem medo da luz, por isso preferem lugares escuros.
“Qual
é o teu nome? O homem respondeu: Meu nome é Legião”. Os perversos não querem se
identificar, tem medo da verdade. Jesus quer transparência, quer que se tire o
véu do engano e da mentira. Uma sociedade anônima atual, que pratica injustiças
com os funcionários ou com os que usam seus produtos, às vezes chega perto
dessa “Legião”. Se o funcionário vai reclamar, aquele que executou a injustiça
fala que a ordem veio de cima; o gerente fala que veio do comitê gestor da
empresa; o comitê gestor fala que a determinação veio da assembléia dos
acionistas...
O
possesso era tão violento que ninguém conseguia amarrá-lo. Os possuídos são
violentos, praticam a violência física ou moral. Já quem tem Deus no coração é
pacífico.
“Que
tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo?” Os possessos não querem ser
curados. As estruturas do mal conhecem quem é mais forte que elas e tem poder
de destruí-las. A sociedade opressora se une para combater a Igreja Una, Santa,
Católica e Apostólica. Até as religiões se unem contra ela. Aliás, este é o
único ponto em que as “religiões” se unem. As pessoas possessas de hoje não
querem o terço, as rezas, a leitura da Bíblia, a oração às refeições...
“Gritando
e ferindo-se com pedras”. É uma referência ao tormento do inferno, que já é
antecipado aqui na terra pelos possessos.
Os
porcos se atiraram no mar e morreram. A criação de porcos era a principal
economia daquela região. A libertação do pecado tem um preço: a diminuição da
renda em dinheiro, especialmente se esta era ilícita.
Os
habitantes preferiram ficar com o “deus dinheiro”, por isso pediram a Jesus que
se retirasse. Jesus já estava sendo rejeitado em seu país, agora também no país
vizinho.
Na
verdade, todos os habitantes da cidade eram possessos. Eles preferiram o
dinheiro (porcos) a Jesus. Colocaram o bem material acima do espiritual. Deus é
Pai, nunca vai deixar faltar o que comer e tudo o que for necessário para que
seus filhos e filhas tenham uma vida digna. “Quem não renuncia a tudo o que
possui não pode ser meu discípulo”.
“Vai
para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti. O
homem foi e começou a pregar...” A situação ali se inverteu. Agora só não é
possesso o ex-possesso, que quer seguir a Jesus.
A
presença do mal dentro e fora de nós é, infelizmente, algo sempre atual. São
legiões de “demônios” do mal que tentam avassalar-nos e com freqüência o
conseguem: o consumismo, o rendimento econômico, a alienação, a exploração dos
pobres, a violência...
Mas
Jesus é mais forte que o nosso pecado e os nossos erros. Junto com Jesus, nós
temos condições e nos libertar e de colaborar na libertação dos nossos irmãos e
irmãs.
Certa
vez, uma folha de papel estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas
exatamente iguais a ela. De repente alguém pegou uma caneta de pena,
mergulhou-a no tinteiro ao lado e sujou toda a folha de tinta, escrevendo
diversas palavras. “Será que você não podia ter me poupado dessa humilhação?”,
disse o papel para a tinta.
“Espere”,
respondeu a tinta. Eu não estraguei você, mas fiz o contrário. Agora você não é
mais uma simples folha de papel, mas um documento precioso.
Pouco
depois, alguém foi arrumar a mesa e apanhou todas as filhas de papel e as jogou
na lareira, menos esta que se transformara em um documento.
Agora
sim, ela entendeu que não existia para si, mas para servir, mesmo que perdesse
um pouco de sua beleza. Nós não queremos ser escravos do egoísmo, o qual não
realiza a pessoa humana.
Maria
Santíssima acolhia sempre seu Filho com amor de mãe. Que ela nos ajude a
recebê-lo bem e segui-lo.
Espírito
impuro, sai desse homem!
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