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de Janeiro- Quinta - Evangelho - Lc 10,1-9
Enviou-os
dois a dois.
Hoje
celebramos a memória de dois bispos da Igreja primitiva: S. Timóteo e S. Tito.
Eles eram companheiros do Apóstolo S. Paulo. Os nomes deles aparecem
freqüentemente no livro dos Atos dos Apóstolos. Inclusive, S. Paulo escreveu
duas cartas a Timóteo e uma a Tito.
O
Evangelho, próprio da memória, narra o envio dos setenta e dois discípulos.
Todos os líderes cristãos são os continuadores daqueles setenta e dois,
inclusive S. Timóteo e S. Tito. Jesus os enviou dois a dois, não um por um.
Isso porque “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no
meio deles” (Mt 18,20). Portanto, é Cristo que vai agir através dos seus
discípulos.
S.
Tito é provavelmente natural de Antioquia. Foi fiel colaborador de S. Paulo em
suas viagens apostólicas, e recebeu dele algumas missões importantes, como
levar uma coleta para os cristãos de Jerusalém (2Cor 8,6) e ir a Corinto
pacificar a Comunidade que estava em briga. Um dia, ele foi com S. Paulo à ilha
de Creta, e acabou sendo nomeado bispo de lá, onde ficou até a morte.
Quanto
a Timóteo, o chamado dele está narrado em At 16,1-5: “Paulo foi para Derbe e
Listra. Havia em Listra um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia que
abraçara a fé, e de pai grego. Os irmãos de Listra e Icônio davam bom
testemunho dele. Paulo quis então que Timóteo partisse com ele. Tomou-o consigo
e circuncidou-o, por causa dos judeus que se encontravam nessas regiões, pois
todos sabiam que o pai dele era grego. Percorrendo as cidades, Paulo e
Timóteo... As Igrejas fortaleciam-se na fé e, de dia para dia, cresciam em
número.” Está aí um exemplo bonito de como que Deus chama as pessoas.
Daí
para frente, Timóteo tornou-se, não só companheiro de Paulo, mas amigo.
Nos
Atos dos Apóstolos e nas cartas de S. Paulo há inúmeros elogios de Paulo a
Timóteo. É interessante o que Paulo escreve a ele na 2Tm 1,3-5: “Dou graças a
Deus – a quem sirvo de consciência pura, como aprendi de meus pais – quando,
sem cessar, noite e dia, faço menção de ti em minhas orações. Lembro-me de tuas
lágrimas. Sinto grande desejo de rever-te e, assim, encher-me de alegria.
Recordo-me da fé sincera que há em ti, fé que habitou, primeiro, em tua avó
Loide e em tua mãe Eunice, que certamente habita também em ti”.
Esse
texto mostra como que a fé passa de geração em geração, de pais para filhos.
Dona Loide tinha muita fé, por isso a sua filha Eunice também tinha. E Timóteo
tinha muita fé, porque herdou da sua mãe Eunice. A fé e os bons costumes vão
passando de geração em geração. É interessante que S. Paulo, antes de se referir
aos antepassados de Timóteo, lembra-se dos próprios pais: “...como aprendi de
meus pais”. Em outras palavras, Paulo está dizendo que deve a seus pais a fé
que tem. Nós sabemos que os pais de S. Paulo eram judeus fiéis e sinceros. Por
isso, Paulo deu cabeçadas, mas acabou acertando o passo. Assim acontece hoje
com os filhos de famílias boas. Alguns tropeçam, têm altos e baixos, mas o que
acaba prevalecendo é a fé recebida dos pais.
Por
outro lado, infelizmente o mesmo acontece com a falta de fé e a vida de pecado.
Vão passando de geração em geração. É o que diz o provérbio: “Tal pai tal
filho”. Nós herdamos de nossos pais, não só as características físicas e de
temperamento, mas também as virtudes ou os defeitos. A família é a formadora
das pessoas. É dentro dela que nasce o homem e a mulher de amanhã.
Para
que os pais possam ter filhos que se tornem bons cidadãos e bons cristãos, e
assim lhes dêem alegria no futuro, é necessário ter tempo para eles!
Quando
Paulo estava velhinho, nomeou Timóteo bispo de Éfeso, cargo que exerceu até a
morte.
Certa
vez, houve uma mudança de governo em um país muito pobre, e o novo presidente
era ateu e detestava a Igreja Católica. Pouco tempo depois de eleito, ele
publicou um decreto expulsando do país todos os religiosos e religiosas. Só os
párocos foram poupados.
Logo
que os religiosos saíram, aconteceu um problema no qual o presidente não havia
pensado: fecharam-se diversos hospitais, asilos, creches e outras instituições
de caridade que eram diretamente servidas pelos religiosos. Envergonhado, o
governador correu atrás e chamou de volta os religiosos.
Em
toda a história da Igreja, os religiosos e cristãos em geral se dedicam não só
à parte espiritual, mas à material também. A fé católica nos dá alegria de
viver, de amar e de se dedicar aos necessitados. Felizes aqueles e aquelas
continuam na Igreja o trabalho dos setenta e dois discípulos, como fizeram S.
Timóteo e S. Tido!
Maria
Santíssima e S. José foram modelos de pais e de educadores. Que eles, e também
os santos Timóteo, Tito e Paulo, ajudem os pais e mães a cumprirem bem a sua
missão.
Enviou-os
dois a dois.
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