30 DE JUNHO - Quinta – Evangelho - Mt 9,1-8
Alexandre Soledade
Bom dia!
O pecado tem tamanha influencia em nossas vidas que Jesus se
empenhava ao máximo a libertar as pessoas, especialmente as mais simples, desse
grande mal, no entanto ainda existem fariseus mais preocupados com os erros do
que os acertos.
A quem compete curar e libertar? Realmente existe um grupo de
pessoas eleitas por Deus a serem melhores que outras? O que leva alguém a deixar
de anunciar a verdade e a paz para pregar uma grande mentira e a guerra?
Fazendo uma grande analogia a esse fato pergunto: do que adianta ser um preso
confesso e arrependido do seu crime, mas ainda esta preso ao crime que cometeu?
Do que adianta o arrependimento se não ter um bom comportamento?
Nos questionamentos acima, vivemos a difícil situação de falarmos
algo, no entanto vivendo outra. Em ambos os casos ainda falta algo
“(…) Porém o povo de Israel, que procurava uma lei para ser aceito
por Deus, não encontrou o que estava procurando. E por que não? Porque eles
procuravam alcançar isso por meio das suas ações e não por meio da fé. Eles
tropeçaram na pedra de tropeço como dizem as Escrituras Sagradas: Vejam! Estou
colocando em Sião uma pedra em que eles vão tropeçar, a rocha que vai fazê-los
cair. Mas quem crer nela não ficará desiludido”. (Romanos 9, 31-33)
O que mais incomodava aos mestres da lei narrado no evangelho de
hoje era o fato de Jesus propor-se a libertar ou mudar a realidade do
paralitico. O homem poderia até continuar a claudicar (mancar), mas não seria
mais refém do pecado. Como questionei acima, de que adianta a cura se não
houver uma mudança de comportamento real?
É importante frisar que a dedicação de Jesus estava e ainda esta na
remissão do pecado e não na doença, na fatalidade, no problema e sim na mudança
do ponto de vista sobre sua própria vida. Um homem deitado e prostrado tem uma
visão bem diferente daquele que se encontra de pé ou daquele que esta acima de
um monte…
“(…) Não estou querendo dizer que já consegui tudo o que quero ou
que já fiquei perfeito, mas continuo a correr para conquistar o prêmio, pois
para isso já fui conquistado por Cristo Jesus. É claro, irmãos, que eu não
penso que já consegui isso. PORÉM UMA COISA EU FAÇO: ESQUEÇO AQUILO QUE FICA
PARA TRÁS E AVANÇO PARA O QUE ESTÁ NA MINHA FRENTE. Corro direto para a linha
de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida
para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus”. (Filipenses 3, 12-14)
Muitos irmãos, inclusive nós, precisam apenas de uma oportunidade
de levantar. Eles precisam é da mudança de realidade. Ao oferecer uma nova
chance, Jesus renovava a vida de quem o encontra. Não posso então me alimentar
da hipocrisia e acreditar que NÓS, paralíticos, deixaremos de MANCAR ou errar,
mas ao sermos apresentados a nova realidade, dificilmente voltaremos a deitar
no leito.
Jesus diz “(…) Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa”. Apesar
de ainda mancarmos, nunca mais seremos os mesmos. Ao voltarmos para casa, para
nossa realidade, nossas vidas, ainda teremos a cama (o leito, o pecado) a nos
rondar. A grande proposta de Jesus foi em dizer LEVANTE e coube aos fariseus em
olhar apenas a cama.
Ao vermos sobre esse ponto de vista, repararemos que a atitude de
Jesus, mesmo sendo questionada, se foca no perdão e não na cura. “(…) Pois vou
mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho PODER NA TERRA PARA PERDOAR
pecados”. A cura passa a ser conseqüência da vontade de mudar.
Veja a reflexão proposta pelo site da CNBB:
“(…) Onde é mais fácil que vejamos a ação de Deus na nossa vida,
quando Deus realiza uma cura ou nos concede alguma graça pela qual suplicamos
ou fizemos promessas ou quando ele perdoa os nossos pecados? É claro que ao
lermos este texto, afirmamos que é quando ele perdoa nossos pecados, mas a
gente não vê as pessoas celebrarem ações de graças quando são perdoadas e
sempre vemos celebrações em ação de graças por curas, conquistas e coisas do
gênero. Isto tudo nos mostra que intelectualmente sabemos as coisas certas, mas
existencialmente vivemos subordinados aos valores do mundo, de modo que somos
pessoas divididas entre o que falamos e o que de fato acreditamos. O Evangelho
de hoje é para todos nós um convite: precisamos de fato enxergar mais além para
valorizarmos mais os verdadeiros dons que Deus nos concede”.
Esqueçamos a doença, ajudemos aos irmãos a levantar.
Um imenso abraço fraterno!
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