BOA
NOVA, HOJE
Evangelhos
Dominicais Comentados
26/junho/2006
– 13o Domingo do Tempo Comum
Evangelho: (Lc 9, 51-62)
Como estavam para se completar os
dias em que deixaria este mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém
e enviou mensageiros na frente. Eles foram e entraram num povoado de
samaritanos para lhe preparar pousada. Mas os samaritanos não o quiseram
receber, porque era evidente que ia a Jerusalém. Ao ver isso, Tiago e João
disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para acabar com
eles?” Jesus, porém, voltou-se e os repreendeu. E se dirigiram para outro
povoado. Seguindo caminho, veio alguém que lhe disse: “Eu te seguirei aonde
quer que fores”. Jesus lhe disse: “As raposas têm tocas e os pássaros do céu,
ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” A outro ele disse:
“Segue-me”, mas ele respondeu: “Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai”.
Jesus, porém, lhe respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; tu,
porém, vai e anuncia o reino de Deus”. Outro lhe disse: “Eu te seguirei,
Senhor, mas deixa-me antes despedir-me de minha família”. Jesus lhe respondeu:
“Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás serve para o reino de
Deus”.
COMENTÁRIO
O Evangelho de hoje deixa claro que Jesus tem muita
pressa em colocar em prática o Plano de Salvação de Deus Pai. Ele quer total
disponibilidade de seus seguidores. Deixa claro também que ninguém deve se
entreter com as coisas deste mundo.
São diversos os personagens que encontramos
neste evangelho de Lucas. O primeiro se oferece para seguir Jesus. Chega até a
dizer que é capaz de segui-lo em qualquer lugar do mundo. No entanto, quando
Jesus esclarece que não tem nenhum bem material para dar em troca, ele vai
embora.
Em seguida, é Jesus quem faz o convite para um segundo homem.
“Segue-me” – diz Jesus. O desconhecido aceita o convite, porém pede para
primeiramente enterrar seu pai e Jesus lhe diz para deixar que os mortos
enterrem seus mortos.
Vamos tentar entender estas palavras, pois parece que Jesus não
está nem um pouco preocupado com a obra de misericórdia que nos ensina a
enterrar nossos mortos. Na verdade, o
jovem estava disposto a seguir Jesus assim que não tivesse mais nenhum
compromisso com seus pais, anos depois, talvez, quando já não mais tivesse seus
pais consigo.
Nada, nem mesmo os sentimentos mais sagrados, como os que unem os
filhos aos pais, podem impedir alguém de tomar a decisão de seguir Jesus. Quem
se propõe a seguir Jesus tem que ter espírito de renúncia. Nenhum amor pode ser
maior do que o nosso amor por Deus.
Um terceiro personagem se apresenta e se oferece
para seguir Jesus. “Eu te seguirei, mas... - havia aí uma condição - primeiro
deixe-me despedir-me de meus parentes”. Mais uma vez Jesus e o Plano de
salvação estavam sendo colocados em segundo plano.
Jesus não pode esperar. Ele nos convida a
segui-lo e fala com toda clareza: “quem põe a mão no arado e olha para trás,
não serve para o Reino de Deus”. Mas como deixar de lado tudo o que
construímos? Como concentrar nossa atenção somente no “arado”, sem desviar o
olhar para as tentações deste mundo?
Jesus sabia muito bem o que o esperava em Jerusalém. Sabia
do seu martírio, da sua paixão e morte de cruz, no entanto não recuou. Seu
único objetivo era cumprir a vontade de Deus Pai, por isso caminha otimista
para o sofrimento.
Quantas vezes, em nosso dia-a-dia, nos deparamos com fato
semelhante. Quantas vezes o caminho é espinhento e repleto de obstáculos.
Quantas vezes não encontramos apoio nem guarida. Nem mesmo um local para
descansar a cabeça e o corpo.
No entanto, nessa hora, precisamos confiar na força que Jesus nos
dá. O entusiasmo e a perseverança são marcas do verdadeiro cristão. Não basta
dizer sim, o discípulo de Jesus precisa ser persistente para levar avante seu
apostolado. Caminhar para frente, sem deixar-se levar pelos que tentam tirar
nossa atenção do principal objetivo, caminhar sem temor... em direção a Jesus.
(4038)
jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br
– 26/junho/2016
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