Dia 02 de janeiro
Os judeus
estavam muito preocupados com a fama cada vez mais crescente de João
Batista. Por isso enviaram uma Comissão de Inquérito para investigá-lo.
João Batista reage diante da comissão investigadora, composta
principalmente de levitas que eram a polícia do Sinédrio, centro do poder
econômico, político, religioso e ideológico.
O centro do poder está querendo saber quem é João Batista. Nessa
época, em toda a Palestina surgiam movimentos messiânicos revolucionários e
reformistas. Os Judeus com medo de perder o domínio da sociedade, querem saber
se João Batista é o Messias. Por isso mandaram uma comissão investigadora até
ele.
E a resposta
de João é contundente: Eu não sou o Messias.
A comissão
investigadora quer saber se João é Elias, o profeta que prega a fidelidade à Lei
de Moisés. No tempo de Jesus, muitos acreditavam que a prática
da Lei provocaria a vinda do Messias. João Batista nega ser Elias.Em outras
palavras, ele não é reformista. Não veio para "pôr panos quentes" na
situação. Pelo contrário, está anunciando alguém que trará algo totalmente
novo.
"A Lei
foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade
vieram através de Jesus Cristo" (1,17).
Não basta
cumprir a lei por cumprir. É necessário a prática do amor ao próximo, o que os
judeus não faziam. Pelo contrário, eles exploravam o povo carente em nome da
Lei, em nome de Deus. Está aí, a preocupação em saber se João era o Messias que
iria dificultar o esxercício de seus privilégios injustos.
A comissão de inquérito não se contenta, e insiste em querer saber quem
é João Batista.
Após ter negado ser o Messias, Elias e o Profeta, ele confessa: "Eu
sou uma voz gritando no deserto: 'Aplainem o caminho do Senhor', como
disse o profeta Isaías" (versículo 23). Quem é,
portanto, João Batista? Uma voz que grita no deserto. O
deserto recorda a caminhada do povo de Deus rumo à liberdade e à vida. João, portanto, é
alguém que prepara o povo para a libertação que irá acontecer em Jesus.
Por quê? Porque os caminhos do Senhor foram "entortados" pela
injustiça praticada por aqueles que se faziam de santos, e essa injustica
gerava a morte dos inocentes.
A preocupação e o medo dos judeus lembra-me um um fato ocorrido em uma
certa comunidade. Aquela linda, sensual e experiente mulher, fingindo ser uma
devota de Maria, se aproximou do recem-chegado e jovem sacerdote àquela
comunidade, tentando seduzí-lo. Ela evitava a conpanhia das santas mulheres da
paróquia, chamando-as de beatas e chegou ao ponto de ameaçar de fazer
escândalo, se o padre não largasse a batina para se casar ou ficar com ela. Foi
uma situação muito desagradável, que prejudicou a imagem daquele sacerdote, e
quase prejudicou a imagem da Igreja pois muita gente no início, pensou que ele
era um leviano para não dizer um pervertido. Porém o padre não tinha culpa.
Mas contra o poder e a justica de Deus, não há tentação que possa
sobreviver. Apareceu do nada um advogado que conhecia aquela jovem mulher,
e, assumindo a defeza do padre, esclareceu tudo em uma reunião do Conselho
pastoral. Não tenho maiores detalhes desse caso, mais pelo que sei, a justica
foi feita. A moça foi convidada a frequenter outra paróquia, os fofoqueiros se
calaram, e o padre jovem permaneceu naquela comunidade por mais dois anos
fazendo um ótimo trabalho.
É assim. Quem faz coisas erradas tem medo daqueles que vivem diante da
luz de Deus.
Sal.
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