18 de janeiro - sexta fei
Sexta Feira da 1ª Semana do
TC 18/01/2013
1ª Leitura Hebreus 4, 1-5.
11
Salmo 77 (78) “Não vos esqueçais das obras do
Senhor”
Evangelho Marcos 2, 1-12
Certa ocasião, quando refletíamos esse evangelho em grupo, alguém
perguntou se na casa onde Jesus estava pregando, havia elevador ou coisa
parecida, se olharmos o relato em si mesmo, vamos acabar fazendo outras
perguntas como, “Será que eles não podiam pedir licença para passar no meio das
pessoas e entrar na casa?” e mais ainda... Seria normal que as pessoas que
estavam aglomeradas á entrada, quando vissem o esforço dos quatro homens,
subindo na parede com o paralítico deitado em uma cama, oferecessem ajuda,
buscando uma alternativa mais fácil...
O próprio Jesus, não poderia ter dado um jeito de sair para atender o
paralítico, sem precisar tanto esforço de subir e ainda ter de abrir um buraco
no telhado? Fazer perguntas como essas, é muito importante para a nossa
reflexão, pois vamos e convenhamos, o modo que eles encontraram para colocar o
paralítico á frente de Jesus, não foi o mais fácil, aliás, correu-se até o
risco de um grave acidente.
Hoje em dia a gente sabe que nossos templos existentes, ou os que estão
em construção, devem ter em seu projeto, a construção de rampas, para facilitar
o acesso de nossos irmãos deficientes. Mas com certeza, não é este o tema do
evangelista, ele está querendo dizer alguma coisa as suas comunidades e aos
cristãos do nosso tempo.
Dia desses, alguém bastante estressado dizia-me que certas pessoas só
atrapalham a vida da comunidade, porque são muito radicais, geniosas, incomodam
a rodos, e o tempo todo só arranjam encrencas e mais encrencas, concluindo, dão
muito trabalho, são sempre do contra, enfim, chatas e duras de engolir, e que sem
elas, a comunidade é uma maravilha, o conselho deveria tomar providência, ou
quem sabe, o padre impor a sua autoridade.
Pessoas com essas características não caminham, e ainda dificultam a
vida de quem quer caminhar: pronto, já começamos a descobrir os paralíticos e
paralíticas de nossas comunidades, irmãos e irmãs que não se emendam de seus
defeitos, nunca mudam o seu jeito de ser, não se convertem e precisam portanto,
ser acolhidas e carregadas. Há irmãos na comunidade que a gente tem prazer de
encontrar, é sempre uma alegria imensa, mas há também esses, que nos perturbam,
incomodam, e a gente não fica a vontade, se estão conosco em uma reunião da
pastoral ou do movimento, a troca de “farpas” será inevitável...
Há no texto duas coisas que chamam a nossa atenção, primeiro o esforço
desse quarteto, subir pela parede, desfazer o telhado e descer a cama com
cordas. Jesus elogia-lhes a fé, parece até que fez o milagre como retribuição a
tanto esforço. Eles tinham fé em Jesus Cristo, sabiam que se o levassem diante
dele, seria curado, mas por outro lado, embora o texto não cite isso, a gente
percebe que o amavam muito, tiveram com ele muita paciência, sei lá quantos
quilômetros tiveram que andar, carregando aquela cama que deveria ser pesada, e
ainda, ao deparar com a multidão aglomerada á frente da casa, poderiam ter
desistido, já tinham feito a sua parte. Mas a força do amor e da fé, fez com
que não desistissem, e se preciso fosse, seriam capazes de derrubar a casa.
Os quatro são uma referência para as nossas comunidades, onde muitas
vezes falta-nos o amor e a fé, para carregar nossos paralíticos e superar os
obstáculos, passando por cima dos preconceitos. Nas comunidades há pessoas
amorosas, pacienciosas, que aceitam conviver com todos, amando-os como eles
são, sem exigências, preconceitos ou radicalismo, mas há também a turma de
“nariz empinado”, como aqueles doutores da lei, que não crê em um Deus que é
misericórdia, e que perdoa pecados, seguem normas e preceitos, até trabalham na
comunidade, mas são extremamente exigentes com os “paralíticos”, acham-se
perfeitos e não aceitam a convivência com os imperfeitos.
Jesus elimina o problema pela raiz, “Filho, teus pecados te são
perdoados...”, a cura física vem em segundo plano, e se a enfermidade impede
que o paralítico se aproxime de Jesus, a comunidade os carrega, possibilitando
que ele também faça a experiência do Deus que perdoa, ora, se houver na
comunidade intolerância, preconceitos, e ranços ocultos, como é que essas pessoas
poderão experimentar o amor, o perdão e a misericórdia? Os intolerantes têm
sempre um olhar extremamente crítico e severo, para com os paralíticos, e não
aceitam que outras pessoas tenham por eles amor e ternura, manifestada na
paciência e tolerância.
Por isso Jesus ordena – levanta-te, toma o teu leito e vai para casa.
Deus nunca faz as coisas pela metade, na obra da salvação, Jesus não fez
simplesmente uma reforma no ser humano, mas o transforma em uma nova criatura,
na graça santificante do Batismo, fazendo com que deixe de se relacionar com
Deus na religião normativa, porque crê no Deus que é todo amor e misericórdia,
que perdoa pecados e os liberta com a sua santa palavra, em Jesus de Nazaré.
Bom Dia, diácono José, ótimo comentário. Realmente precisamos viver o verdadeiro amor em nossas comunidades, em nosso trabalho e, principalmente, em nossa família. Que Jesus Misericordioso esteja presente em nossa vida nos dando sabedoria em todos os momentos.
ResponderExcluirQue Deus o abençoe.
Carmen