SÁBADO DA 19ª SEMANA DO TEMPO COMUM – 18/08/2012
1ª Leitura Ezequiel 18, 1-10
Salmo 50 (51) “Ó meu Deus, criai em mim um coração puro”
Evangelho Mateus 19, 13-15
Dizia um sacerdote na nossa paróquia, lá nos anos 80 uma frase
que nunca esqueci “Comunidade sem crianças é comunidade sem futuro”. Trazendo
para a nossa atualidade, a questão das crianças em nossas celebrações é um
assunto polêmico. Uns dizem que elas atrapalham porque ficam correndo pelos
corredores, brincando e distraindo a atenção da assembleia, o que não deixa de
ser uma verdade. Há outras pessoas que fazem dura crítica ao pai ou a coitada
da mãe que é maior culpada, porque é folgada e não sabe educar a criança.
Uma saída que as comunidades têm encontrado é retirar as
crianças do ambiente celebrativo, levando-as para outra sala onde um jovem ou
alguma catequista os distrai com brinquedos e outros passatempos próprios de
crianças. Essa prática que vem sendo incentivada por um grande número de
comunidades dos grandes centros urbanos, resolve de imediato mais é muito
perigosa, uma vez que a criança nunca irá fazer uma experiência comunitária na
assembleia e certamente não se sentirão parte da igreja.
No tempo de Jesus, nessa comunidade do evangelista Mateus, já
tinha esse problema, e um dia os pais levaram as criancinhas até perto de onde
Jesus estava e pediram que ele impusesse as mãos sobre elas porém, os
coordenadores de liturgia, ministros, que eram os discípulos, não gostaram da
ideia e acharam que iria atrapalhar a celebração. Em nossas comunidades muitas
vezes os pais ou até catequistas tentam fazer com que as crianças se comportem,
dizendo que o “padre” está olhando feio lá de cima do altar, “Olha que o padre
vai xingar em”. Daí a criança cresce com medo do padre e some da Igreja...
Jesus acolheu as crianças, as abençoou e ainda deu um “sabão”
nos discípulos, dizendo que era para deixar as crianças virem até ele, porque o
Reino dos Céus era para quem se parecesse com uma daquelas crianças. É preciso
dizer que, essa afirmação de Jesus tinha uma razão de ser: naquele tempo as
crianças eram insignificantes, nem eram contadas no censo, por isso Jesus as
inclui no Reino e diz com isso que elas, e todos os pequenos, marginalizados e
desprezados, são os prediletos do Pai. E assim, o ensinamento torna-se um apelo
para que as nossas comunidades cristãs não deixem de acolher com amor as
crianças, através de uma catequese que as insira cada vez mais na vida em
comunidade.
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