13 de Setembro
(Na verdade é uma repetição de Eu
sou o pão descido do Céu pelo
fato de terem gostado muito dessa reflexão)
Prezados irmãos. Paulo hoje nos manda um recado urgente e importante, além de
muito atual. Pois no nosso meio, principalmente no meio dos escolhidos,
não pode haver a predominância do egoísmo, mais sim do amor fraterno em Cristo
Jesus. Irritação, maldade, calúnia, discriminação, desprezo, etc, nada disso
deve acontecer na comunidade cristã, mais sim, o amor manifestado através da
caridade. Devemos lembrar que caridade não é somente colocar a mão no bolso ou
na bolsa e pegar uns trocados e dar a um mendigo. Mais sim todo gesto de amor
fraterno, de gentileza, de amizade sincera, de aceitação do outro como ele é,
faz parte da caridade. Assim como aquele irmão faminto espera de você uma
ajuda para saciar em parte a sua fome, todos os irmãos do nosso convívio,
espera de você, atitudes de acolhida sincera, pois estão famintos de amor
fraterno! E devemos aqui frisar bem que nossa caridade deve ser sincera, pois
não devemos ser cristãos hipócritas.
Muitos irmãos nossos que ingressam em uma comunidade paroquial, ou que
encontramos pela estrada da nossa vida, no emprego, na escola, na faculdade, a
academia, etc, estão famintos de uma atenção, sedentos de partilhar uma
conversa amistosa. Mais infelizmente, o que acontece? Estamos com muita pressa!
Pressa de ganhar o pão de cada dia para nós e nossa família, pressa para cuidar
da saúde, do nosso laser, e, pasmem! Pressa para ir à missa, para chegar lá
antes do início, pois vamos participar da liturgia... "Ame a Deus
com todas as tuas forças... e ao irmão como a ti mesmo" É só um lembrete.
Paulo nos lembra hoje que devemos ser bons uns para com os outros. Bons de
verdade e não por interesse como fazem o vendedor, e o político em ano eleitoral.
Devemos ser COMPASSIVOS, isto é, participar do sofrimento do irmão. Dar atenção
ao desabafo do irmão e da irmã, aos seus clamores, ao seu sofrimento, seja lá
qual for. Não virar as costas quando notamos um irmão carente no meio de nós. E
por falar no meio de nós, é bom lembrar que o irmão carente é Cristo que está
ali bem perto, para ver o quanto somos caridosos na prática. Porque na
teoria, nós prometemos tudo a Deus.
O verdadeiro cristão não é aquele que só se comunica com pessoas do seu nível,
pessoas que estão bem, e que não estão passando por nenhuma dificuldade. Mais
sim, o verdadeiro imitador de Cristo é aquele que tem COMPAIXÃO, isto é, aquele
que procura se colocar no lugar daquele que está sofrendo, procurando
compreender o estado emocional do outro, é aquele ou aquela que procura aliviar
o sofrimento do outro de alguma maneira. Seja com palavras, seja com um afeto,
um conselho, ou simplesmente com a sua atenção, e sua presença nas horas
difíceis por que passa o irmão. Porém, a melhor forma de compaixão se manifesta
através da ação, e não somente através de algumas palavras ou frases
pré-fabricadas, do tipo: Desejo suas melhoras, que Deus lhe ajude... você vai
conseguir, e outras frases rápidas para logo em seguida nos sentir livres e
sair andando, seguir o nosso caminho...
Irmãos. Em vez de somente palavras, precisamos fazer alguma coisa de concreto
pelo irmão em dificuldades, pelo irmão que sofre. Chamar a polícia, o bombeiro,
levá-lo ao médico, dar-lhe um pouco de dinheiro, fazer uma arrecadação entre os
demais para aliviar o prejuízo dele, enfim, qualquer tipo de ajuda, qualquer
providência no sentido de tirá-lo daquele sufoco, fala muito mais alto do que
simplesmente palavras doces, e mais nada.
Devemos ser imitadores de Cristo, praticando a caridade através do apoio ao
irmão, da acolhida, do sorriso sincero, da correção fraterna, do perdão...
Não nos esqueçamos que Jesus fez da caridade o novo mandamento. Dessa forma,
amando-nos uns aos outros, nós imitamos o amor de Jesus que recebemos do nascer
ao por do sol, e enquanto dormimos. Por isso diz Jesus: "Assim como
o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei em meu amor" (Jo 15,9). E
ainda: "Este é o meu preceito: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei"
(Jo 15,12).
Irmãos. Jesus acrescentou que é nesse amor que dedicamos uns para com os outros
é que todos irão perceber, reconhecer que somos cristãos, isto é, seguidores e
imitadores de Cristo.
No Evangelho, Cristo nos afirma que Ele é o Pão descido do Céu, e que ninguém
pode vir a Ele se o Pai que o enviou não o atrai. Isso quer dizer
que somos atraídos, escolhidos pelo Pai, para servir a Cristo, seja na família,
na escola, na sociedade, na comunidade paroquial, no presbitério ou no altar.
Assim, é indispensável que tenhamos uma conduta irrepreensível, a mais próxima
possível do exemplo daquele a que nos propomos a imitar.
José
Salviano.
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