Bom dia!
Ano passado, quando refletíamos esse evangelho, trazíamos à tona a
preocupação com o esfriamento dos movimentos e pastorais de nossas comunidades.
Perguntávamos quais eram os motivos pelo esfriamento das pessoas. Hoje
pergunto: Como estamos agora? O que mudou? O que continuou? O que persevera?
Os coordenadores do ano passado, muitos já não os são nesse ano. Muitos
cumpriram seus mandatos e agora descansam; outros renovaram seus votos de
compromisso; alguns tombaram; novos surgiram, mas o que mudou quanto à
participação das pessoas?
Cada comunidade vive suas próprias necessidades e aqui também não é
diferente. Moro em Cuiabá e estamos acostumados com o calor de janeiro a
janeiro. Habituamo-nos com temperaturas acima de 40ºC. Nossa cidade não pára de
crescer e bairros cada vez mais longe do centro surgem. Temos uma paróquia com
mais de trinta comunidades… Por que estou dizendo tudo isso? É apenas para
enfatizar que o tempo não para!
A cidade cresce e nossas comunidades também. Hoje as pessoas são mais
seletivas, criteriosas e às vezes até mais “chatas” que antigamente. Muitos
vêem a igreja como uma loja, pois se vêem como consumidores e sob esse olhar
escolhem aonde ir, exigem mais conforto, não desejam longas e vazias homilias,
querem igrejas com estacionamento, ar condicionado, (…), mas e minha
contrapartida? Como ouvintes da palavra só me dou direito a pedir e nada fazer?
Estou disposto a ajudar na missa ou só exigir como um “bom” consumidor?
Outro ponto…
Sim! É muito bom e plausível investir em conforto e certa comodidade
para as pessoas, mas devemos também investir mais NAS pessoas. Devemos rever
nossas críticas, o peso do nosso braço, das nossas cobranças. Muitas pessoas
não se motivam a se engajar ou participar dos nossos movimentos, pois paramos
no tempo. Hoje temos recursos audiovisuais ainda melhores, mas tememos usá-los.
Fico muito feliz que na minha comunidade ainda temos equipe de liturgia
que organiza antecipadamente a missa sendo que algumas comunidades as leituras
são entregues aos primeiros que chegam à missa (hunf!). Esse é o zelo com o
templo que temos?
Ao ver o desânimo das pessoas como não desanimar? Quantos não
desanimaram assim?
“(…) e já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram
dirigidas como a filhos: “Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, não te
desanimes quando ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama e
castiga a quem aceita como filho; (…) PORTANTO, FIRMAI AS MÃOS ENFRAQUECIDAS E
OS JOELHOS VACILANTES; TORNAI RETAS AS TRILHAS PARA OS VOSSOS PÉS, PARA QUE NÃO
SE DESTRONQUE O QUE É MANCO, MAS ANTES SEJA CURADO. Procurai a paz com todos e
a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor. Cuidai para que ninguém fique
privado da graça de Deus”. (Hebreus 12, 5-6; 12-15a)
Investimos muito nos coordenadores, mas precisamos formar novos líderes.
Precisamos de pessoas com olhar aberto a comunidade, que tenham ideias e
um pouco de tempo. Precisamos de pessoas que não temam a modernidade, que
saibam gerenciar pessoas, formar e capacitar novas lideranças, mas muitos deles
se cansaram. Precisamos que os antigos voltem e que os novos não se afastem;
precisamos de gente que ainda queira aprender e não mais os que “acham que já
sabem de tudo” “(…). Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que
aquele que dá a sua vida por eles. Vocês são meus amigos se fazem o que eu
mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o
seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que
ouvi do meu Pai. Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que
os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca”.
Todos! Desde padres àquele que só reclama são amigos. Temos obrigações a
cumprir e se estivéssemos cumprindo não haveria tanta gente sobrecarregada.
Ano que vem conversaremos de novo e veremos o que mudou! Com fé em Deus,
muita coisa terá mudado para melhor. Enquanto isso, fique de pé!
Um imenso abraço fraterno
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