06 de Junho-2020
Evangelho Mc 12,38-44
O gesto dos ricos e o gesto daquela viúva, representa o nosso dia a
dia. Perante o mundo, aquela viúva não deu praticamente nada, enquanto que os
demais, aqueles que deram o que lhes sobrava, para a sociedade, foram os que
deram mais.
Acontece que Deus que vê tudo, inclusive os nossos pensamentos e as
nossas emoções, Ele leva primeiramente em conta as nossas intenções.
Podemos fazer uma grande doação para uma casa de caridade, e aquele
gesto não valer de nada para a nossa salvação eterna, se o dinheiro que usamos
foi um dinheiro sujo, corrupto, roubado,
tirado da boca de outros famintos, ou conseguido com o suor do trabalho escravo.
Perante os presentes, perante os repórteres, e os assistentes de
casa, aquilo foi um grande gesto de fraternidade. Porém, para Deus, não valeu
de nada.
Muitas vezes, um pequeno gesto de gratidão, uma mísera oferta, uma
pequena ajuda, feita de toda alma, com toda boa vontade, com a melhor das intenções,
é o que pesa diante do olhar de Deus.
Irmãs, e irmãos. Deus nos deu a liberdade para sermos caridosos ou
mesquinhos. Para sermos bons ou para seguir os caminhos do crime. Ele não nos
impede. Ele respeita a nossa liberdade que nos foi dada por Ele.
Vamos usar a nossa liberdade do melhor modo possível. Para fazer o
bem e evitar o mal. Para ajudar o nosso irmão, em vez de o prejudicar, de o
explorar...
A liberdade torna o
homem responsável pelos seus atos, na medida em que são
voluntários. O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese aumentam
o domínio da vontade sobre os próprios atos.
Pode acontecer que um indivíduo cometa um ato mau, imoral, ou que
prejudicou alguém, porém, ele não teve culpa do mal que fez. Do dano que
causou.
Por exemplo. O motorista de ônibus “causou” um grande acidente. Em cima
de um viaduto, havia uma curva fechada, o ônibus seguiu reto, quebrando a parede de proteção, e caindo lá em baixo, matando
e ferindo muitas pessoas, e danificando muitos carros. Logo chegou a viatura
policial, e levou preso aquele motorista, que por pouco não foi linchado por
pessoas revoltadas.
Ele foi preso, a família ficou em desespero, e muitos queriam
processá-lo. Para todos, ele era o
responsável, o culpado daquele terrível acidente! Um mês depois, ficou
constatado que a causa do acidente foi a falta de manutenção daquele veículo. O
mecanismo de direção estava enferrujado, enfraquecido, e quando o motorista foi
virar a direção na curva do viaduto, a barra de direção se rompeu, causando
tudo aquilo.
Então a culpabilidade daquele acidente, foi retirada da pessoa do
referido motorista.
A culpabilidade ou imputabilidade e responsabilidade de um ato podem ser diminuídas,
e até anuladas, pela ignorância, a inadvertência, a violência, o medo, os
hábitos, as afeições desordenadas e outros fatores psíquicos ou sociais, como
no caso que acabamos de exemplificar.
Aquele motorista não
havia bebido, não estava mal intencionado, muito menos pretendia jogar o ônibus
de cima do viaduto. Por tanto, a culpa não foi dele.
O mesmo acontece com outros
motoristas de estradas que trabalham muitas horas sem o devido descanso, sem a
alimentação adequada, e por causa de tudo isso, se envolvem em acidentes
graves, causando mortes, sofrimentos e grandes prejuízos. Eles não têm culpa.
Muitas vezes somos
punidos por um erro que cometemos, sem termos pretendido causar danos a
ninguém. Sem ter a intenção, muito menos culpa do que aconteceu.
Só que Deus que vê
tudo irá nos recompensar pela nossa, perda, pela nossa penalidade injusta.
Façamos tudo de boa
intenção. Busquemos ouvir a voz de Deus que sempre nos fala por meio da nossa
consciência. Aquela viúva bem que poderia deixar de dar as suas últimas
moedinhas, pois outros ali já haviam feito grandes doações, e afinal, ela só
tinha aquilo para sobreviver. Porém, ela escolheu dar tudo o que lhe restava, tudo o que ela tinha, por amor ao Deus!
Tenha boas
intenções. José Salviano.
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